Movimento
de Combate à Corrupção Eleitoral encomendou levantamento. Segundo pesquisa, 84%
querem reforma política para eleições de 2014.
Pesquisa Ibope divulgada nesta terça-feira (6) em
Brasília indica que 85% da população apoia a reforma política. O instituto
ouviu 1,5 mil pessoas com mais de 16 anos em todo o país entre 27 e 30 de
julho. A margem de erro é de três pontos, para mais ou para menos.
O levantamento foi encomendado pelo Movimento de
Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), integrado por 51 entidades, entre
as quais Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Conferência Nacional dos Bispos
do Brasil (CNBB) e Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB).
O levantamento mostra que 7% são contrários à
reforma, 4% são indiferentes e 4% não sabem ou não responderam.
Dentre os que responderam, 92% querem a realização
da reforma política a partir de um projeto de iniciativa popular e 84% defendem
que uma nova legislação sobre o assunto passe a valer nas eleições de 2014.
De acordo com a pesquisa, 78% são contrários ao
financiamento de campanha por empresas privadas. Segundo o Ibope, 80% acreditam
que deveria haver limite máximo para uso de dinheiro público nas campanhas e
12% disseram que não. A ampla maioria (90%) quer punição mais rigorosa à
prática do caixa dois.
O Ibope também questionou os entrevistados sobre a
proposta do MCCE de que eleitores possam votar primeiro em partidos e propostas
e depois, em candidatos – 56% disseram que apoiam a ideia, 36% disseram
preferir manter o sistema atual, 2% se disseram indiferentes e 5% não souberam
ou não responderam.
Pergunta sobre em qual proposta votariam, 56% das
pessoas, na primeira menção, disseram “saúde”, seguida por “educação”, com 20%
da preferência, 14% votariam no tema do “controle do dinheiro gasto pelo
governo/corrupção”, 7% em “segurança pública”, 1% em "transporte
público" e 1% não sabe ou não respondeu.
PROJETO DE LEI - O MCCE coleta assinaturas para encaminhar projeto de lei próprio
sobre a reforma política ao Congresso. O projeto prevê o fim do financiamento
de campanhas eleitorais por empresas privadas, limite para doação de pessoa
física para partidos, eleição para o Legislativo em dois turnos – no primeiro,
apenas para escolher partidos e no segundo, para escolher candidatos – e “mais
liberdade de expressão dos cidadãos em relação ao debate eleitoral”. O projeto
precisa de 1,6 milhão de assinaturas até 28 de agosto.
Segundo o presidente da OAB, Marcus Vinicius
Coêlho, a inovação no projeto de lei proposto pelo movimento está no limite
máximo que pode ser doado e na criminalização do caixa dois.
“O TSE [Tribunal Superior Eleitoral] é quem vai
fixar o valor máximo de campanha. Hoje, quem fixa é o partido. Nosso projeto
também prevê oito anos de reclusão para quem praticar o caixa dois de campanha,
a proibição da empresa que praticou o crimede manter contratos com o
governo federal e a cassação do mandato de quem estiver fazendo caixa dois”,
disse Coêlho.
Para Coêlho, as propostas do grupo de trabalho
formado na Câmara dos Deputados para propor a reforma política vão na
"contramão" do que a população quer.
"Essas propostas do Congresso, no sentido de
flexibilizar a lei da ficha limpa, vão na contramão do que a população
brasileira exige. Nós temos que aplicar com rigor a ficha limpa e construir as
eleições limpas. Combatendo o caixa dois, criando a criminalização do caixa
dois e punindo severamente a compra de votos nesse país. Nesses pontos estão a
origem dos principais fatos de corrupção. A corrupção eleitoral é o germe da
corrupção administrativa", disse.
Questionado sobre a possibilidade do governo
encampar a proposta do MCCE, Coêlho disse que não "rejeita apoio",
mas projeto não poder ter "um dono".
"Não queremos que a proposta seja do governo
ou da oposição, mas daqueles que querem melhorar a vida política do nosso país.
Não podemos rejeitar apoio, mas não queremos que o projeto tenha dono ou
sentido de governo ou de oposição", afirmou.
MANIFESTAÇÕES - A pesquisa também indagou sobre as manifestações de rua pelo país –
84% se disseram favoráveis, 14%, contra, 1%, indiferentes e 1% não souberam ou
não responderam.
Sobre os motivos dos protestos, 37% disseram que é
por “revolta”, 32% por “sensação de abandono ou descaso”, 13% por “esperança”,
9% por “frustração”, 3% por “confiança”, 2% por “orgulho”, 2% disseram que os
protestos ocorrem por outros motivos e 3% não sabiam ou não responderam.
Fonte: G1
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