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José Reinaldo Tavares |
O ex-governador José
Reinaldo Tavares revela, em entrevista concedida ao blog, uma conversa que teve
nesta quarta-feira com o presidente nacional do PSB, o governador de Pernambuco
Eduardo Campos.
Acompanhado do deputado
Marcelo Tavares em Recife, Reinaldo afirma que do encontro com Eduardo Campos
saiu o encaminhamento de que ele, o deputado Marcelo Tavares, a deputada Cleide
Coutinho e o ex-deputado José Antônio Almeida voltarão para a executiva do PSB,
depois de terem sido destituídos da ano passado da direção da sigla por conta
do imbróglio que envolveu a decisão de querer levar a legenda a apoiar a
reeleição do ex-prefeito João Castelo.
O ex-governador diz
ainda ao blog que o PSB deverá apoiar a candidatura do presidente da Embratur,
Flávio Dino ao governo do estado. O anúncio deve sair de um encontro que
ocorrerá no dia 13 de setembro, em São Luís, com a presença do governador de
Pernambuco. “Eduardo acatou com entusiasmo o apoio necessário para que possamos
fazer, usando a experiência vitoriosa em seu governo que tem mais de 90% de
aprovação, do, mais que necessário, plano de governo de Flávio Dino”, diz José
Reinaldo.
Confira, abaixo, a
íntegra da entrevista, onde o ex-governador fala de sucessão estadual,
candidatura de Luís Fernando, possibilidade de cassação de Roseana e outros
assuntos.
1 – O senhor pretende abrir mão de disputar o Senado e se
candidatar a deputado federal em prol da união das oposições, conforme foi
divulgado na imprensa?
José Reinaldo – À convite do
governador e presidente do nosso partido, o PSB, estivemos, eu e Marcelo
Tavares, ontem em Recife onde nos encontramos, por mais de uma hora com Eduardo
Campos. Em consequência ele virá aqui, em São Luís, para um grande encontro de
confraternização e reunião do partido no dia 13 de Setembro, (data sugerida por
ele) que marchará unido para a eleição do ano que vem, apoiando Eduardo para
presidente da República, como tudo está se encaminhado, e Flávio Dino para o
governo do estado. Voltaremos todos para a Executiva do partido, eu, Marcelo, José
Antônio, Cleide, que também terá espaço para outras alas do partido. Sugerimos
a permanência de Luciano Leitoa, correligionário muito querido no partido, na
executiva como desejar Eduardo. Buscaremos com urgência a recuperação do tempo
perdido e a incorporação de novos filiados, que cessou desde que saímos da
executiva. Por sugestão minha ficou decidido que a indicação do cargo de
senador será feita em comum acordo pela direção nacional e pela executiva
estadual, que terá tempo suficiente para buscar um entendimento. Deixei claro
que julgo fundamental a união do partido e das oposições para o êxito do
partido e da nossa missão, e que não serei empecilho para a busca da união.
Exemplo disso, já dei no passado quando abri mão de uma candidatura ao senado em
2006 para eleger o nosso candidato ao governo Jackson Lago.
E também Eduardo acatou
com entusiasmo o apoio necessário para que possamos fazer, usando a experiência
vitoriosa em seu governo que tem mais de 90% de aprovação, do, mais que
necessário, plano de governo de Flavio Dino. Mandaremos com urgência uma
listagem das áreas que mais nos interessam, dentro da realidade de pobreza e
abandono em que vive o estado.
2 – Como está sua relação com o Roberto Rocha? Acha que ele deve
ser o candidato único da oposição ao senado federal?
JR – Relações pessoais
devem ficar em segundo plano. O que vale é a causa nobre e fundamental de tirar
o Maranhão da pobreza e do atraso. Sobre o senado falei acima.
3 – Sobre as últimas pesquisas eleitorais, como você observa o desempenho
de Flávio Dino e Luis Fernando, candidato que representa a continuidade do
grupo Sarney?
JR – Creio que a momento
é de mudança porque assim quer o povo do Maranhão. Quem personifica esse
sentimento é Flávio Dino, que está pronto para conduzir a grande virada
histórica que ocorrerá no estado, introduzindo práticas novas e republicanas em
todas as áreas de atuação do governo. Luís Fernando no caso representa a
continuidade de um governo muito mal avaliado e dessa maneira passa ao largo
dessa vontade de mudança.
4 – Alguns analistas avaliam que o candidato da oligarquia ainda
pode ser mudado. O ministro Edson Lobão pode ser novamente o plano B?
JR – Deixou de ser,
porque ele teria que se desincompatibilizar do cargo de ministro em abril,
antes das Convenções partidárias de junho. Ele tem contra ele o fato de Roseana
Sarney não desejar a sua candidatura e por saber que está longe de personificar
a mudança que todos querem. Acredito que seu projeto é permanecer como ministro
agora e no futuro se Dilma ganhar a eleição.
5 – O senhor acredita que o governo Roseana Sarney poderá ainda
melhorar nesse um ano que ainda lhe resta de mandato?
JR – Roseana não tem nem
nunca teve programa de governo. Não sabe o que fazer. Pretendeu sempre governar
com a mídia e com a passividade do povo. Isso acabou como se observa nos
itinerantes. O que pode é o conceito do seu governo piorar a cada dia. É muita
coisa errada!
6 – Por falar em mandato de Roseana, acha que ela vai ser cassada?
Qual a estratégia que o grupo Sarney traça na possibilidade dela ser cassada? É
capaz dela renunciar? E na possibilidade dela sair para concorrer ao Senador,
como se daria o processo?
JR – Acredito que o
processo vai ser julgado e que ela vai ser cassada, porque não há defesa
possível depois do que fizeram com Jackson Lago. Ela precisa muito tentar ser
eleita senadora, porque senão quem herdará o grupo será o senador Lobão, e eles
não admitem isso.
Mas, conforme as
pesquisas, ela já perde agora ainda no governo e tudo ficará muito pior se for
cassada ou se renunciar, pois se perder os direitos políticos ela poderá ainda
recorrer ao supremo contestando a inelegibilidade e poderá ganhar tempo, mas
ficará ainda mais fraca concorrendo sub judice. Se renunciar o povo entenderá
como confissão de culpa e fuga do julgamento.
Ela tem grandes
dificuldades a vencer. O melhor que faria seria entregar o governo para que a
recuperação do estado pudesse começar mais cedo.
7 – Seus adversários recorrem o tempo em que o senhor governou o
estado para criticá-lo. Nesse período os indicadores mostram o contrário do que
dizem. Faça um paralelo do seu governo com os quatros de Roseana. O senhor ver
algo positivo na gestão da filha do senador José Sarney? Ou ela só erra?
JR – Os indicadores
sociais é que mostram que ela só erra. Não sabe e nem quer fazer nada. Brigam
apenas pelo poder e a história ensina que tudo passa e um dia chega até para os
muito poderosos. E esse tempo chegou. Todos os dias chegam mais e mais notícias
ruins. Precisam sair logo, pois já chegamos ao fundo do poço e do
empobrecimento.
Como tínhamos um plano
de governo voltado a superar a pobreza o meu período e do Jackson foram os
únicos em que todos os nossos indicadores sociais melhoraram muito acima da
média do país, é só consultar o IPEA, os dados estão lá. Assim, não há como
fazer paralelos. São retas opostas. Um apontando para um lado e outro para o
outro lado. Um deu certo e outro deu errado.
8 – Para finalizar, caso vença a eleição de governador em 2014,
Luis Fernando pode implantar um modelo de governar diferente dos governos dos
Sarneys em que participou? É a renovação do grupo?
JR – Graça a Deus não
corremos esse risco. Tem coisas que não tem mais reposição. O material chegou a
fadiga, não tem mais conserto. Vão para o ferro velho da história.
Fonte: John Cutrim
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