Noivo e pastor são críticos ferozes
do ativismo gay. Parlamentar se uniu no religioso a Michelle, 27 anos mais
nova, e mostrou seu lado mais sensível na cerimônia, chorando e fazendo
declarações de amor. Casal já vivia junto havia seis anos e tem filha de 2
![]() |
Bolsonaro se emociona no casamento com Michelle, 27 anos mais nova, celebrado por Silas Malafaia |
O pastor evangélico Silas Malafaia casou
o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) e
sua noiva, Michelle, na noite de ontem, quinta-feira (21), na casa de festas
Mansão Rosa, no Alto da Boa Vista, no Rio. Bolsonaro e Malafaia são aliados na
crítica veemente ao movimento gay, vistos como “homofóbicos”, e estão no centro
da polêmica sobre Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos
Deputados, atuando em defesa do presidente, o pastor evangélico Marco Feliciano (PSC-SP) .
Não foi a luta do
mesmo lado, porém, que uniu o religioso e o político no evento, para cerca de
150 pessoas. A noiva, Michelle, 32 anos, é membro da igreja de Malafaia e
queria ser casada pelo pastor.
“Eu também sempre gostei dele, de suas pregações e
dos valores que defende. Ele está do lado da verdade”, justificou o deputado.
Na quarta-feira, Bolsonaro entrou em discussão áspera, aos gritos, com manifestantes na
comissão da Câmara e trocou ofensas com um grupo, usando palavrões e
xingamentos .
Bolsonaro também chora
![]() |
Bolsonaro enxuga as lágrimas, em um momento de emoção, no casamento |
No casamento, porém,
Bolsonaro deixou aflorar seu lado mais sensível, menos conhecido do grande
público – acostumado a sua imagem de durão. O deputado chorou em diversos
momentos da cerimônia e fez declarações de amor à mulher, Michelle. O casal já
era casado civilmente havia seis anos tem uma filha de 2 anos, Laura. “Não vou
dizer que te amo porque seria um pleonasmo, Michelle. Você é um pedaço de mim”,
afirmou, romântico, Bolsonaro.
O filho Flávio, deputado estadual no Rio, contou
que, em família, o pai – capitão do Exército, da reserva – amoleceu o coração
principalmente após o nascimento da filha. “Depois que Laura nasceu, ele ficou
mais emotivo: ele chora, às vezes. Aquilo [a imagem pública, belicosa] é um
personagem. Lá em casa, ele nunca levantou a mão para a gente, era minha mãe
quem brigava conosco, e a gente corria para baixo das pernas dele para se
proteger: ele nos ‘deseducava’”, riu Flávio, 31, um dos cinco filhos do
parlamentar.
A data do casamento não foi escolhida ao acaso:
coincidiria com os aniversários de Bolsonaro, quinta, e de Michelle, sexta,
embora com a diferença de 27 anos - ela fez 32, ele, 59.
Deputado temia manifestação na porta
Antes do início da cerimônia, Bolsonaro conversou animadamente com os
padrinhos e com Malafaia. Os assuntos foram política, as brigas e discussões na
Comissão de Direitos Humanos e Minorias e o sucesso de seus vídeos na internet.
O deputado ponderou que, novato, o colega Feliciano por vezes se assusta com a
reação a sua presença no órgão.
Malafaia criticou a
imprensa por não cobrar a presença do condenado do Mensalão José Genoino na
Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. Depois, ambos criticaram o
movimento gay, citaram personalidades simpatizantes da causa, por supostamente
serem homossexuais, e lembraram entrevistas suas a programas de TV sobre o
tema.
Por conta do momento turbulento, Bolsonaro temia
manifestações na porta da casa de festas, no Alto da Boa Vista. Pediu o apoio
da PM para prevenir eventual tumulto, e havia uma viatura policial no local.
“Fiquei preocupado, não por mim, mas pela Michelle e pelos convidados”, disse.
Ele se lembrou, rindo, do casamento do deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ)
com a filha do ministro Moreira Franco (Aviação Civil), quando um grupo
protestou à porta da igreja com a faixa: “Por favor, não procriem!”
“Achei que fosse ter um pega-pra-capar na porta.
Essas coisas [o casamento] não podem vazar”, comentou, depois, uma amiga da
família, à mesa de jantar.
Pastor diz que união de pessoas do mesmo sexo de “blábláblá”
A emoção do deputado
começou no momento anterior à sua entrada para o altar. Ao lado da mãe, Olinda,
seus olhos se encheram de lágrimas. Antes, alertara, em tom de brincadeira:
“Não vá chorar, mãe!” Durante a celebração, voltou a chorar, em especial, no momento
da troca de alianças.
Malafaia centrou a
cerimônia na família e fez questão de frisar sua oposição à união de pessoas do
mesmo sexo.
“O primeiro princípio
é que Deus fez macho e fêmea. (...) Toda a História da civilização humana está
sustentada no homem, na mulher e em sua prole. Deus só criou duas instituições
na Terra: família e igreja. Família é homem, mulher e sua prole. Para a
perpetuação da espécie, completude desse ser (...), o homem só se completa na
mulher e a mulher só se completa no homem. O resto é blábláblá. Nada mais e
nada menos”, disse o pastor.
Ele também pediu mais "tolerância" -
entre marido e mulher.
O casal trocou alianças ao som de uma orquestra
tocando “Jesus, Alegria dos Homens”, de Bach. Neste momento, Bolsonaro se
revelou ainda tímido. Constrangeu-se ante o pedido de Malafaia para beijar a
noiva, diante dos cerca de 150 convidados. Por fim, o casal se beijou.
Fonte:
Portal IG
Nenhum comentário:
Postar um comentário