Maduro
nomeou Jorge Arreaza, genro de Chávez, como vice-presidente; Também disse que
já ordenou a convocação de eleições
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O vice-presidente foi indicado para o cargo por Hugo Chávez após as eleições de outubro passado |
O corpo de Hugo Chávez ainda era velado quando
o vice-presidente executivo da Venezuela, Nicolás Maduro,
prestou juramento como presidente interino, na noite de ontem (08), em
Caracas. A sessão da Assembleia Nacional aconteceu após o Supremo Tribunal de
Justiça autorizar Maduro a ser presidente e candidato ao mesmo tempo.
A cerimônia foi acompanhada pelo
presidente do Equador, Rafael Correa, pela ex-senador colombiana Piedad
Córdoba, por membros do governo, militares e simpatizantes. Deputados da oposição
boicotaram a sessão em protesto ao que o líder da Mesa da Unidade Democrática
(Mud), Henrique Capriles, chamou de “fraude”.
Com a Constituição do país em
mãos, o presidente da Assembleia Diosdado Cabello disse que “esse país decidiu
ser livre e respeitar as leis”. Ele leu os artigos que falam sobre a falta
absoluta do presidente. Cabello também confirmou que, assim como Chávez
"ordenou" antes de viajar para Havana para a quarta cirurgia contra o
câncer, Maduro será o candidato nas eleições presidenciais que devem ser
convocadas para os próximos 30 dias.
Após o juramento, os deputados cantaram o hino da
Venezuela. A sessão foi interrompida várias vezes por gritos dos chavistas em
apoio ao novo presidente.
Maduro chorou em seu primeiro
pronunciamento como presidente interino. “Perdoem a nossa dor, mas essa faixa
pertence a Hugo Chávez”, disse, sendo interrompido por aplausos. “Eu,
Nicolás Maduro, militante da causa de Chávez, assumo para defender o povo, para
protegê-lo e para cumprir o juramento de continuar seu caminho, de continuar a
revolução, de levar a diante a independência e o socialismo bolivariano”,
afirmou.
Ele lembrou como foram os últimos dias acompanhando
o mandatário na luta contra o câncer. De acordo com o agora presidente, Chávez
intuía que não superaria o câncer. Maduro revelou que, depois da primeira
cirurgia em Havana, Chávez disse “isso vai ser pior”.
Maduro voltou a chamar de “muito
estranha” a doença de Chávez por “sua velocidade de desenvolvimento”. Ele
também nomeou o ministro de Ciência e Tecnologia Jorge Arreaza, casado com uma
das filhas de Chávez, como vice-presidente.
No final do longo discurso, o
presidente interino informou que já solicitou ao Conselho Eleitoral do país que
convoque eleições presidenciais imediatamente. "No dia que forem
convocadas, nós estamos prontos para ir para a eleição. Que ganhe quem tem que
ganhar. Que o povo decida", disse. "Tivemos informações em primeira
mão de tensões muito grandes hoje em setores da oposição. Eles estão ventilando
a possibilidade de não apresentar candidatura no processo que será
convocado", afirmou maduro.
Mais cedo, o principal líder da
oposição convocou a imprensa para “romper o silêncio” sobre a sentença do
Supremo Tribunal de Justiça, que autorizou Maduro a tomar posse como presidente
interino e ser candidato nas próximas eleições que ele mesmo deve convocar.
Henrique Capriles, candidato derrotado por Hugo Chávez em outubro do ano
passado, classificou de “fraude constitucional” a decisão da Justiça.
"Não permitiremos que a dor
do povo seja desculpa para os abusos de poder", afirmou. "Com a maior
firmeza perguntamos: onde querem chegar? Porque nós representamos muitas
pessoas que merecem respeito e consideração." "Nas próximas horas
vamos tomar algumas decisões e anunciaremos ao país", informou.
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O vice-presidente foi indicado para o cargo por Hugo Chávez após as eleições de outubro passado |
Nicolás Maduro - O vice-presidente da Venezuela recebeu o voto de confiança do
presidente. Ao anunciar que se ausentaria do país, Hugo Chávez previu que
poderia não tomar posse para seu quarto mandato e pediu ao povo que, caso novas
eleições fossem convocadas, votassem em Maduro.
Nicolás Maduro Moros é, possivelmente, o político
venezuelano mais conhecido fora do país depois de Chávez. Desde agosto de 2006
ele é o ministro das relações exteriores e representa a Venezuela em cúpulas,
reuniões e encontros com líderes de outros países. Em outubro de 2012, foi
escolhido vice-presidente por Chávez e passou a acumular os dois cargos. Ele
foi o ministro que ocupou o mesmo cargo por mais tempo num grupo que apresenta
alta rotatividade. Além disso, também foi o mais novo titular da pasta da
história.
Nicolás Maduro chegou ao poder
mesmo sem ter curso superior. Profissionalmente, foi condutor do metrô de
Caracas e, depois, passou a dirigir o sindicato de transportadores que ele
mesmo fundou.
Maduro foi militante da Liga Socialista, depois foi
co-fundador do movimento V República. Em 2000 foi eleito deputado nacional e
reeleito em 2005. Em 2006, quando deixou a Assembleia para ocupar o cargo de
ministro das relações exteriores, conseguiu eleger sua mulher, Cilia Flores,
como presidente da casa em uma votação interna.
Documentos divulgados pelo site
Wikileaks revelaram que Nicolas Maduro é o preferido das potências
estrangeiras, como China e Rússia, nações que mantém negócios com a Venezuela,
para seguir à frente da “revolução bolivariana”.
Fonte:
Site Terra.com
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