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Deputado Marco Feliciano (PSC-SP) |
Após
discussão, deputados saíram da sessão contra a eleição do pastor. Parlamentar publicou em 2011 mensagens
polêmicas sobre homossexuais.
Ainda sob protestos e a portas fechadas, a Comissão
de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados elegeu, na manhã desta quinta-feira
(7), o deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) para presidir o colegiado. A
vice-presidência ficará a cargo de Antônia Lúcia (PSC/AC). A votação ocorreu
com 11 votos favoráveis, dos 18 membros do colegiado.
Pastor da igreja Assembleia de
Deus, o deputado causou polêmica em 2011, quando publicou declarações polêmicas
em seu Twitter sobre africanos e homossexuais. "Sobre o continente
africano repousa a maldição do paganismo, ocultismo, misérias, doenças oriundas
de lá: ebola, Aids, fome... Etc", escreveu o deputado na ocasião. Ele
também havia publicado na rede social que "a podridão dos sentimentos dos
homoafetivos leva ao ódio, ao crime e à rejeição".
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O deputado federal e pastor Marco Feliciano (PSC-SP), após ser confirmado como presidente da Comissão de Direitos Humanos (Foto: Alexandra Martins/Agência Câmara) |
Durante a posse, o deputado negou ser racista.
"O trabalho que nós vamos executar aqui vai mostrar ao povo brasileiro.
Caso eu houvesse cometido esse crime de racismo, a primeira pessoa para quem eu
teria que pedir perdão na vida seria a minha mãe [...]. Uma senhora de matriz
negra, só não tem a sua matiz negra - só a pele dela não é negra -, mas o
sangue é negro, os lábios são negros, o coração dela é, como eu também
sou", disse.
A eleição foi iniciada após a
saída da sessão de deputados contrários à escolha de Feliciano, indicado pelo
PSC para ocupar o cargo. O ex-presidente da comissão, deputado Domingos Dutra
(PT-MA), renunciou ao cargo momentos antes da votação e se recusou a dar
continuidade à sessão. "Me retiro nesse momento em nome do PT e me retiro
em meio a uma ditadura que foi estabelecida aqui", disse o deputado.
Do lado de fora, o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ),
apoiador de Feliciano e crítico da militância LGBT, chegou a discutir com os
manifestantes e foi vaiado (veja vídeo ao lado). A sessão teve início por volta
das 9h15, mas público foi impedido de entrar na comissão para evitar o
tumulto. Os dois acessos do corredor que dão acesso à sala onde ocorria a
reunião foram bloqueados por seguranças.
A sessão desta quinta foi
convocada pelo presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) após ter
sido cancelada nesta quarta devido a discursos e protestos contra a indicação
de Feliciano. Nesta quinta, a sessão teve início por volta das 9h15 com os dois
acessos à sala onde ocorria a reunião bloqueados para impedir a entrada de
manifestantes.
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Manifestantes deitam no chão da Câmara em protesto contra a eleição do pastor Feliciano (Foto: Felipe Néri) |
Em sua indicação, na terça (5), o deputado declarou
que se baseia na posição política de Martin Luther King, pastor norte-americano
líder na luta pelos direitos dos negros e vencedor do prêmio Nobel da Paz. Na
presidência, o deputado terá poder para colocar ou retirar de pauta projetos de
lei relacionados a direitos humanos e defesa de minorias.
Pela manhã, antes da eleição, a
ministra da Secretaria de Política para as Mulheres, Eleonora Menicucci, disse
esperar que a comissão respeite as minorias. "Eu tenho muita esperança que
o Congresso Nacional e os membros da comissão saibam respeitar os direitos das
minorias e os avanços conquistados por essas minorias. Seja quem for o coordenador,
o presidente desta comissão espero que respeite as minorias", disse
durante o programa de rádio "Bom Dia Ministro".
Fonte:
Globo.com
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