sexta-feira, 22 de março de 2013

Marco Feliciano apresenta defesa ao STF em acusação de homofobia


Deputado do PSC foi denunciado pela PGR em janeiro por frase no Twitter. Advogado nega 'intuito de discriminação' e alega 'interpretação teológica'.


Dep. Pastor Marco Feliciano
O deputado Marco Feliciano (PSC-SP) apresentou ontem, quinta-feira (21), ao Supremo Tribunal Federal (STF) defesa prévia à acusação de que teria cometido discriminação por ter publicado em 2011 frase supostamente homofóbica no Twitter. A denúncia foi feita em janeiro deste ano pela Procuradoria Geral da República (PGR).
Feliciano é alvo de protestos desde que assumiu o comando da Comissão de Direitos Humanos da Câmara. O presidente da Casa, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), pediu que ele renuncie à presidência da comissão.

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, denunciou o parlamentar ao STF porque considerou homofóbica a mensagem "A podridão dos sentimentos dos homoafetivos levam ao ódio, ao crime, à rejeição".  O crime de discriminação prevê prisão de um a três anos como punição.

Na defesa, segundo o advogado Rafael Novaes da Silva, o parlamentar argumenta que não cometeu discriminação, mas sim fez a interpretação religiosa de um trecho da Bíblia.

"A defesa indica que ele fez uma interpretação teológica e que não houve intuito de discriminação", afirmou. Segundo ele, a liberdade religiosa é um direito constitucional.

O relator do inquérito, de 62 páginas, é o ministro Marco Aurélio Mello. Segundo o gabinete, o processo agora foi liberado para análise da Procuradoria Geral. Quando os autos retornarem, Marco Aurélio vai analisar o processo e liberar o tema para análise do plenário. Os ministros, então, decidirão se abrem ou não ação penal contra o deputado. Não há prazo para que isso ocorra.

Na denúncia, Gurgel afirmou que a mensagem de Feliciano "revela o induzimento à discriminação". "A expressão de pensamento postada na rede social pelo denunciado Marco Antônio Feliciano, no dia 30 de março de 2011, ou seja, em um canal da mais ampla divulgação possível, revela o induzimento à discriminação dos homossexuais em razão de sua orientação sexual", afirma o procurador.

Decisão sobre renúncia - Henrique Eduardo Alves afirmou que espera uma decisão do PSC sobre a renúncia do deputado Marco Feliciano do comando da comissão. Nesta quarta, após mais uma sessão conturbada do colegiado das minorias, o peemedebista fez um apelo à liderança do PSC para que Feliciano deixe o comando da comissão.

“Posso assegurar que essa Casa vai encontrar uma decisão a curtíssimo prazo. A comissão de Direitos Humanos, pela sua importância, não pode ficar nesse impasse. Eu espero até, no máximo, terça-feira, uma decisão. Agora, passou a ser também responsabilidade do presidente da Câmara dos Deputados”, ressaltou o potiguar, ao final de um evento, no Legislativo, em homenagem ao Dia Internacional da Síndrome de Down.

 

Fonte: G1

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