Agência
Senado - O Plenário do
Senado aprovou nesta quinta-feira (7) a criação da Secretaria da Micro e
Pequena Empresa, com status de ministério e vinculada diretamente à Presidência
da República. A pasta deve formular políticas e programas para fortalecimento
das microempresas, das empresas de pequeno porte e do artesanato. Também serão
criados 66 cargos comissionados (DAS) para a nova estrutura.
De acordo com o PLC 112/2012, que já havia sido aprovado pela Câmara, a nova secretaria absorverá parte das competências
do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, cuidando
especificamente de incentivo, qualificação e promoção da competitividade e da
inovação em empresas menores. Também deverá abrir portas para a participação do
setor na exportação.
O senador Walter Pinheiro (PT-BA),
relator do projeto, defendeu o texto aprovado na Câmara e rejeitou duas emendas
de senadores de oposição. Uma delas, apresentada por José Agripino
(DEM-RN), transferia ao Sebrae – e não a uma nova secretaria – a responsabilidade
por programas voltados às micro e pequenas empresas. Para o relator, essa
proposta seria inconstitucional.
Também foi rejeitada emenda do
senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) que evitava a criação de cargos
comissionados para atender a nova secretaria. Aloysio sugeria a transferência
de servidores do Ministério do Desenvolvimento que hoje trabalham com
microempresas para a nova estrutura. Para Pinheiro, no entanto, a atual
estrutura do ministério não é suficiente para o tamanho da demanda.
Críticas a 'balcão de negócios' - Aloysio Nunes frisou não ser contrário às micro e
pequenas empresas, mas criticou a criação dos cargos, o que, para ele, tem um
sentido eleitoreiro.
- Eu quero que o governo incremente sua atenção às
pequenas empresas, mas sou contrário à criação do ministério por ser uma
demasia, uma dispersão de energia, um desperdício de dinheiro – afirmou o
senador.
Toda a discussão do projeto, aliás,
foi marcada pelos protestos dos senadores do PSDB. Assim como Aloysio, Alvaro Dias (PSDB-PR) e Aécio Neves (PSDB-MG) acusaram o
governo de estar inchando ainda mais a máquina pública com a finalidade de
trazer mais partidos para a base governista por meio do oferecimento de cargos
públicos.
Segundo Alvaro, o projeto “é uma
reforma administrativa às avessas”. Ele disse que os 39 ministérios que compõem
o Executivo são prova do maior aparelhamento do estado brasileiro da história
com o objetivo de ampliar o tempo de propaganda de TV e rádio e a sustentação
eleitoral.
- Instalou-se em Brasília um balcão
de negócios, numa relação de promiscuidade entre os poderes e os partidos, com
a cooptação de partidos a pretexto de se ampliar a base do governo e
estabelecer a governabilidade. Se não destruímos esse modelo, o país não pode
atingir suas metas. A energia financeira do poder público está sendo esgotada -
reclamou.
Na mesma linha, Aécio frisou que
“quem governa o Brasil é a lógica da reeleição”. Ressalvou que as micro e
pequenas empresas têm 15 milhões de empregos formais e produzem 25% do PIB.
Mas, na linha de Aloysio, disse que a Presidência da República, que teria 4 mil
cargos comissionados distribuídos em sua estrutura, poderia formar a nova
secretaria sem abrir novos cargos.
Também de oposição, o DEM acabou
votando a favor do projeto. Apesar da emenda do senador Agripino, o senador
Jayme Campos (DEM-MT) disse que acredita na desvinculação da estrutura do
ministério para que a nova secretaria possa ser "um viveiro de criação de
novos empregos e postos de trabalho para o povo brasileiro”.
Governistas - Pouco
antes da votação, os governistas se levantaram em defesa da secretaria. José
Pimentel (PT-CE), líder do governo no Congresso, lembrou a criação do
Ministério do Desenvolvimento Agrário, em 2003, que à época também encontrou
resistência da oposição, com o argumento de que não havia necessidade de tirar
suas atribuições dentro do Ministério da Agricultura. – Hoje, todos comemoram a criação do ministério porque
ele se especializou na agricultura familiar, ele se especializou na parte dos
assentamentos e liberou o Mapa para cuidar do agronegócio – comparou.
Também o líder do governo no
Senado, senador Eduardo Braga (PMDB-AM), manifestou-se a favor da secretaria. -
A micro e a pequena empresa precisam ser reconhecidas como mola propulsora da
geração de emprego, da inovação e das novas oportunidades numa economia
emergente como a economia brasileira.
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