Froz Sobrinho e a tradição |
A sucessão do desembargador José Bernardo Rodrigues no comando do
Tribunal Regional Eleitoral (TRE), que até meados de setembro era vista como um
processo natural, com a ascensão do atual vice-presidente e corregedor
eleitoral, desembargador Froz Sobrinho, à presidência da Corte Eleitoral,
cedendo a vice-presidência e a Corregedoria ao desembargador que for eleito
para compor a Corte, mudou radicalmente quando o presidente do Tribunal de
Justiça, desembargador Guerreiro Júnior, cujo mandato termina em dezembro,
decidiu disputar a vaga de José Bernardo Rodrigues na Justiça Eleitoral e, mais
do que isso, brigar pela presidência da Corte.
A tradição na Justiça Eleitoral – não é regra
formal – é que o desembargador que integre a Corte como vice-presidente e corregedor
eleitoral seja eleito presidente, ficando com o desembargador recém-chegado a
vice-presidência e a corregedoria geral. Assim, com a saída de José Bernardo
Rodrigues da presidência, o cargo seria ocupado naturalmente pelo atual vice e
corregedor, Froz Sobrinho.
A intenção manifestada pelo atual presidente do TJ,
desembargador Guerreiro Júnior, de presidir a Corte Eleitoral atingiu a
tradição e abriu um clima de forte disputa no Poder Judiciário. Froz Sobrinho
tem a seu favor a tradição. Ele é o atual vice-presidente e corregedor e o
desdobramento natural da saída do presidente José Bernardo Rodrigues seria sua
ascensão ao cargo de presidente. Guerreiro Júnior conta com o prestígio que lhe
dá a presidência do TJ para pleitear a eleição para a vaga a ser aberta na
Corte Eleitoral. Dificilmente o Pleno do TJ negará ao atual presidente a
eleição para a vaga no TRE, embora a Corte vez por outra surpreenda com
decisões.
A eventual eleição para a Corte eleitoral não
garantirá a presidência do TRE a Guerreiro Júnior. Ele terá de ser eleito por
aquela Corte, que está nesse momento renovando seus quadros – dois advogados e
um juiz ali chegarão antes da eleição do comando.
Os três novos juízes eleitorais terão participação
decisiva no processo de escolha. Resta saber se os eleitores manterão a
tradição, que será mantida com a eleição do vice-presidente Froz Sobrinho, ou
embarcarão no prestígio, que será confirmado com a escolha do desembargador
Guerreiro Júnior. Vale aguardar o desfecho, agendado para dezembro.
Fonte: Estado Maior
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