Em discurso na Câmara, deputado Ricardo Berzoini (PT-SP)
acusa o relator da Ação Penal 470, Joaquim Barbosa, de determinar as prisões
dos réus "como se fosse um patrimônio pessoal" e "para fazer
marketing político de si próprio"; parlamentar diz que ministro
"confessa sua má intenção" ao não comentar nada com seus pares e
depois "aguardar o feriado e direcionar a sua atitude como se fosse juiz
de execução penal, o que não é, para três companheiros do PT que têm
visibilidade pública"; curiosamente, Barbosa foi convidado ontem pelo
deputado Romário a se filiar ao PSB e disputar o governo do Rio
O presidente do Supremo
Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, tomou como se fosse um
"patrimônio pessoal" a decisão de mandar para a prisão parte dos
condenados na Ação Penal 470 na última sexta-feira 15. A expressão foi usada
pelo deputado Ricardo Berzoini (PT-SP), durante discurso na Câmara nesta
terça-feira 20. Enviar para Brasília réus que deveriam cumprir suas penas nas
cidades onde residem serviu para que o ministro fizesse "marketing
político de si próprio", acrescentou o petista.
Para Berzoini, que
prestou solidariedade aos companheiros do PT José Dirceu, José Genoino e
Delúbio Soares, presos no Complexo da Papuda, na capital federal, Barbosa
"confessa sua má intenção" na sessão de quinta-feira 14, um dia antes
de expedir os mandados de prisão, quando não falou sobre seus planos com seus
pares da corte. Depois "aguarda o feriado e direciona a sua atitude como
se fosse juiz de execução penal, o que não é, para três companheiros do PT que
têm visibilidade pública", completa Berzoini.
Curiosamente, poucos
dias depois da ação cinematográfica de Joaquim Barbosa, o magistrado recebeu um
convite do meio político. Nesta terça-feira, o deputado federal Romário,
presidente do PSB do Rio de Janeiro, parabenizou a atitude do ministro, apesar
da coleção de erros, e o convidou a se filiar ao partido e disputar o governo
do Estado. "O PSB do Rio está de portas abertas para todos aqueles que
desejarem fazer política decente", escreveu o parlamentar no Twitter e no
Facebook.
Leia abaixo a íntegra do discurso de Ricardo Berzoini:
Sr. Presidente, Sras. e
Srs. Parlamentares, eu quero iniciar esta fala de hoje, primeiro, dizendo que a
nossa solidariedade ao companheiro José Dirceu, ao companheiro JoséGenoíno e ao
companheiro Delúbio Soares está expressa na palavra e na atitude de cada
Deputado da bancada do PT.
Em segundo lugar, é
preciso que nós façamos a denúncia de um tipo de comportamento que o então
Relator do processo da Ação Penal nº 470 e hoje Presidente do Supremo Tribunal
do Federal vem tomando, ao tentar conduzir esta ação, confrontando um dos
princípios mais fundamentais da nossa Constituição: o princípio da impessoalidade.
Ele tomou esta ação como
se fosse um patrimônio pessoal para fazer propaganda política, para fazer
marketing político de si próprio e, durante o processo, tentou constranger seus
pares quando discordaram de sua opinião, tentou criar um ambiente onde só
havia, no Supremo Tribunal Federal, com legitimidade, aqueles que quisessem o
linchamento público daqueles que estavam acusados.
Nós, que defendemos o
legítimo processo judicial e que acreditamos que o Poder Judiciário tem que ser
fortalecido, não aceitamos esse tipo de comportamento.
Quando invocou a teoria
do domínio do fato, uma teoria muito específica, para circunstâncias muito especiais,
para aplicar num processo penal com esse grau de imprecisão e de falta de
provas, demonstrou a sua intenção, que não é a intenção da impessoalidade, é a
intenção de provocar um resultado previamente combinado com aqueles que têm
interesse político nisso.
E agora, na fase da
execução, confessa a sua intenção, confessa a sua má intenção quando aguarda o
feriado. Na quinta-feira, não comenta nada na sessão em que estavam presentes
todos os seus pares. Aguarda o feriado e direciona a sua atitude de execução
penal como se fosse juiz de execução penal, o que não é, para três companheiros
do PT que têm visibilidade pública.
Confessou a sua intenção
nefasta e inconstitucional, a sua intenção desonesta com esse processo. O
Ministro Joaquim Barbosa desonra o Poder Judiciário brasileiro ao agir fora da
impessoalidade. E fez isso justamente porque quis criar um fato político no dia
15 de novembro, no Dia da Proclamação da República. Quem conhece história sabe
que a Proclamação da República no Brasil não deveria ser comemorada da maneira
tão, digamos, patriótica como muitos gostariam que fosse. Foi, na verdade, um
golpe militar de pessoas que eram monarquistas e que se converteram
repentinamente à República, apesar de haver uma base social republicana, que
acabou entrando na onda.
Mas tentou usar essa
data para fazer manipulação política, para tentar criar fato político, e
cometeu mais uma ilegalidade: trouxe para Brasília pessoas que tinham o direito
de cumprir suas penas — penas injustas, diga-se de passagem —no seu local de
moradia.
Então, eu quero dizer
que nós não baixaremos a cabeça, nós não nos submeteremos a esse tipo de
prática que desonra o Poder Judiciário. Viva a luta pela democracia, e que
fiquem longe das decisões deste País aqueles que violentam a Constituição em
nome da Justiça!
Como disse José Dirceu:
A pior injustiça éaquela cometida pelo Poder Judiciário. E eu digo isso me
associando ao jornalista Janio de Freitas, que hoje disse num artigo memorável:
Prisões foram espetáculos de marketing. Não foi o único que se pronunciou dessa
maneira. O Ministro Marco Aurélio de Mello também disse que é injustificável
remover as pessoas, inclusive gastando dinheiro público indevidamente, para
Brasília.
Mas, Janio de Freitas,
parabéns pela coragem e pela capacidade de sintetizar numa frase aquilo que é o
nosso sentimento: prisões foram espetáculos de marketing do Ministro Joaquim
Barbosa, que não honra o Poder Judiciário.
Muito obrigado.
Fonte: Brasil 247
ESSES DEPUTADOS SÃO TODOS IGUAIS DEFENDEM BANDIDOS PORQUE SÃO BANDIDOS, VAO TENTAR BARRAR O JOAQUIM DE TODAS AS FORMAS,PORÉM JOAQUIM JAMAIS SE DOBRARÁ AOS LIXOS DESSA SEPULTURA CALHADA.
ResponderExcluirSE OS BRANCOS QUE QUEREM SER MORALISTAS FOSSEM COMO O NEGRO REALISTA NOSSO BRASIL SERIA O BRASIL QUE QUEREMOS.
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