O Maranhão tem uma das maiores
populações negra do Brasil, com quase 70 por cento, e uma das maiores
representações de quilombos de todo país, com mais de 400 certificadas
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Deputados Bira do
Pindaré e Eliziane Gama
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Os deputados Bira do
Pindaré (PSB) e Eliziane Gama (PPS) registram, na sessão desta quarta-feira
(20), a passagem do Dia da Consciência Negra, comemorado nesta data. Os dois
lamentaram que no Maranhão o dia não seja comemorado com feriado, como acontece
em outras cidades ou Estados.
Bira do Pindaré foi o
primeiro que tratou do assunto e disse que a data é especial e importante para
toda população negra do país. “Não se trata apenas de um dia de homenagens,
mas, sobretudo, de luta de um povo que ainda não conquistou plenamente a sua
liberdade, mas que continua, a cada dia, a cada ano, procurando mais a
conquista e a consolidação dos seus espaços em razão de quase 400 anos que
foram escravizados neste país”, afirmou.
O deputado informou que
o dia está simbolizado na figura de Zumbi dos Palmares, o maior herói negro da
história do país, e que liderou a população negra nos Quilombos pelo Nordeste,
sendo morto nessa data por perseguição dos opressores. “Daí a força do
simbolismo de Zumbi dos Palmares: é o Dia de Zumbi; e é o dia de celebrar a
luta do povo negro e a população do Maranhão tem muito a ver com isso”, disse.
Citando números do IBGE,
Bira contou que o Estado tem uma das maiores populações negra do Brasil, com
quase 70 por cento, e uma das maiores representações de quilombos de todo país,
com mais de 400 certificadas. “E a luta da população negra continua, porque
essas comunidades, embora a Constituição reconheça o direito que elas têm aos
seus territórios, ainda hoje esse direito não foi consolidado; e ainda hoje não
foram regularizadas as terras dos quilombos maranhenses e dos quilombos
brasileiros. A luta continua para todos nós que somos remanescentes dessa
população que foi cruelmente escravizada neste país”, garantiu.
SEGUNDA POPULAÇÃO - A deputada Eliziane
Gama revelou que o Maranhão é o segundo Estado do país com a maior população
negra e que o Ministério Público Federal iniciou luta para garantir o
cumprimento do que é um princípio da Constituição de 88, com reconhecimento de
mais de duas mil comunidades quilombolas no Brasil, mas pouco mais de 200
tiveram a garantia da titulação de suas terras.
A deputada disse que o
problema se reflete no Maranhão, apesar da luta determinada das comunidades
para que tenham seus direitos reconhecidos junto com o próprio Ministério
Público Federal. “Então fica aqui também o nosso registro e a nossa torcida,
acima de tudo, para que os direitos sejam de fato iguais para todos,
independentemente da cor, independentemente da raça, da posição social e
gênero”, defendeu.
Agência Assembleia
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