O grupo político do
ex-presidente Lula e da presidente Dilma Rousseff já ensaia o discurso para se
defender de eventuais ataques na campanha eleitoral por causa da prisão de
petistas envolvidos no escândalo do mensalão.
A estratégia será dizer
que, enquanto os petistas foram presos, condenados por ministros do STF
indicados por Lula e Dilma, tucanos envolvidos em escândalos semelhantes, como
o mensalão mineiro, nem foram julgados.
Segundo um assessor, a
ideia é mostrar que "os nossos companheiros pagam por eventuais erros
cometidos" e não foram poupados por ministros do Supremo indicados nos
governos do PT.
Já políticos e
assessores do PSDB ainda estão impunes ou conseguem escapar de processos,
referência às acusações de pagamento de propina em contratos de obras do metrô
nos governos dos tucanos em São Paulo.
O PT vai insistir ainda
que a punição imposta a seus companheiros foi exagerada e, em alguns casos,
injusta, porque o partido admite apenas crime de caixa dois e não de pagamento
de um mensalão em troca de apoio no Congresso Nacional.
A avaliação interna de
assessores de Lula e Dilma é que, como a prisão dos mensaleiros era certa, não
havia mais motivos para ficar postergando a decisão, o que só prolongaria o
desgaste.
Politicamente, eles
avaliam que o desfecho do caso neste ano é melhor para o PT do que em 2014,
perto da campanha eleitoral, quando a presidente Dilma tentará a reeleição.
A presidente orientou
sua equipe a seguir mantendo distância do processo, evitando comentários
públicos que possam soar como tentativa de interferência em decisões de um
outro poder.
Dilma não quer passar a
imagem de que defendia a prisão imediata dos petistas porque seria
politicamente mais favorável para sua campanha eleitoral. Segundo assessores, a
presidente faz questão de lembrar que o caso envolve "companheiros de
partido", que ela respeita.
Além disso, assessores
destacam que a presidente, pessoalmente, não tem o que temer em relação ao
processo do mensalão, no qual não teve seu nome envolvido.
Ressaltam também que o
próprio partido já enfrentou duas eleições presidenciais desde que o caso foi
revelado e conseguiu vencê-las -a reeleição de Lula em 2006 e a eleição de
Dilma em 2010.
Fonte: Folha de S. Paulo
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