Objetivo é formar e capacitar alunos no Brasil e no exterior. Anunciado
em agosto, programa incluirá rede de universidades americanas.
Foi publicada na edição desta
quinta-feira (21) do Diário Oficial da União a portaria do Ministério da
Educação (MEC) que institui o Programa de Desenvolvimento Abdias Nascimento,
que vai oferecer bolsas de estudos a estudantes negros e indígenas. A portaria
entra em vigor já nesta quinta.
De acordo com o texto, o
objetivo é formar e capacitar, com bolsas no Brasil e no exterior, estudantes
"autodeclarados pretos, pardos, indígenas e estudantes com deficiência,
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades".
Com as bolsas, o ministério
procura proporcionar experiências educacionais e profissionais "voltadas à
educação, à competitividade e à inovação em áreas prioritárias para a promoção
da igualdade racial, do combate ao racismo". Além do "estudo e
valorização das especificidades socioculturais e linguísticas dos povos
indígenas, da acessibilidade e inclusão no Brasil, e da difusão do conhecimento
e da história e cultura afro-brasileira e indígena".
Segundo o texto publicado no
DO, as áreas prioritárias e os critérios de participação ainda serão definidos
em regulamento.
ANÚNCIO EM AGOSTO - O
anúncio do programa que entra em vigor nesta quinta foi feito em agosto.
Na ocasião, o ministério informou que parte das bolsas deve ser oferecida
pelo Programa Ciência sem Fronteiras, que tem como meta distribuir, em quatro
anos, 100 mil bolsas de estudo para universitários brasileiros em outros
países.
Segundo o MEC, que em
agosto fez uma reunião com universidades dos Estados Unidos, parte da
cooperação deve incluir uma rede de 106 universidades e instituições públicas
norte-americanas localizadas nos estados e territórios dos EUA afetados
historicamente pela escravidão e que foram criadas nos anos de 1960 para
oferecer cursos a jovens americanos negros. Hoje em dia, estudantes
internacionais e de outras etnias também podem estudar nelas.
O ativista do movimento negro
Abdias Nascimento, homenageado pelo MEC no programa, morreu em maio de 2011. Ele fundou o Teatro Experimental do Negro
(TEN) em 1944 e criou o Instituto de Pesquisas e Estudos Afro Brasileiros
(Ipeafro) em 1981 para continuar sua luta pelos direitos do povo negro,
sobretudo nas áreas da educação e da cultura. Abdias também foi deputado
federal, senador e secretário de Defesa e Promoção das Populações
Afro-Brasileiras do Estado do Rio de Janeiro, de 1991 a 1994.
Fonte: G1
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