Por Ketllyn Fernandes
Esquema de compra de apoio político à reeleição do
hoje deputado federal Eduardo Azeredo à reeleição ao governo mineiro é anterior
ao caso petista. Ambos têm por operador Marcos Valério e receberam facilidades
do Banco Rural
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Eduardo Azeredo, ex-governador de Minas Gerais pelo PSDB que teria buscado apoio à reeleição em esquema aos moldes do mensalão petista |
No fôlego do mensalão petista – que se não fosse os embargos infringentes
teria seu desfecho em 2013 –, o suposto esquema de repasse de mesadas via PSDB
por apoio político, no caso para a reeleição de tucano Eduardo Azeredo ao
governo de Minas Gerais, deve ser julgado já no primeiro semestre de 2014.
Relator do processo tucano no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro
Roberto Barroso evita se comprometer com datas, mas segundo reportado pela
Folha de São Paulo nesta terça-feira (19/11), o gabinete do ministro trabalha
com esta expectativa. Consultado, Roberto Barroso afirma que julgará o mais
rápido que o “devido processo legal permitir".
Diferente do julgamento da ação penal 470, vulgo mensalão petista, o
processo da ação penal 536 foi desmembrado de outro devido ao foro privilegiado
do tucano Eduardo Azeredo, então governador de Minas Gerais que visava a
reeleição, mas acabou derrotado pelo ex-presidente Itamar Franco (PMDB). O
tucano atualmente é deputado federal, daí o benefício do privilégio. A denúncia
chegou ao Supremo em 3 de dezembro de 2009.
Logo após assumir a presidência do STF, em novembro
do ano passado, o ministro Joaquim Barbosa determinou que as testemunhas de
defesa do caso, também conhecido como mensalão mineiro (ação penal 536),
começassem a ser ouvidas. Os depoimentos das testemunhas de acusação já foram
coletados.
Das oito testemunhas, seis foram ouvidas em Belo Horizonte (MG), uma em
Jaboatão dos Guararapes (PE) e outra em Fortaleza (CE).
Embora os fatos ocorridos no governo mineiro sejam do século passado (1998), o
caso do mensalão tucano só veio à tona após denúncia que revelou esquema
semelhante no Congresso Nacional, em 2005. Como no caso petista, o empresário
Marcos Valério é tido como peça-chave e também é apontado como sendo um dos
operadores.
A acusação presente em denúncia ao Ministério Público Federal trata de duas
estatais, a Copsa e a Comig, que repassaram, sob aval de Azeredo, R$ 3,5
milhões em patrocínio a três eventos esportivos promovidos por uma das agências
publicitárias de Marcos Valério, a SMPB. Valério, por sua vez, para disfarçar o
uso do dinheiro na campanha do PSDB ao governo mineiro, teria pegado emprestado
de forma fraudulenta R$ 11 milhões do Banco Rural – mesma instituição acusada
de facilitar a lavagem de dinheiro do mensalão do PT e cuja então presidente,
Kátia Rabelo, encontra-se presa desde a última sexta-feira (15).
São duas as ações penais relativas ao esquema tucano. Uma contra Eduardo
Azeredo e outra contra o senador peemedebista Clésio Andrade, que à época do
caso era vice da chapa tucana encabeçada por Azeredo. O tucano tem até o
próximo dia 22 para solicitar providências sobre o seu processo ao relator, mas
o ministro Barroso pode ou não acatá-las.
Fonte: Jornal Opção
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