terça-feira, 19 de novembro de 2013

Para desespero de tucanos, mensalão mineiro será julgado em pleno ano eleitoral

Por Ketllyn Fernandes

Esquema de compra de apoio político à reeleição do hoje deputado federal Eduardo Azeredo à reeleição ao governo mineiro é anterior ao caso petista. Ambos têm por operador Marcos Valério e receberam facilidades do Banco Rural

Eduardo Azeredo, ex-governador de Minas

 Gerais pelo PSDB 

que teria buscado apoio

à reeleição em esquema aos moldes 

do mensalão petista
No fôlego do mensalão petista – que se não fosse os embargos infringentes teria seu desfecho em 2013 –, o suposto esquema de repasse de mesadas via PSDB por apoio político, no caso para a reeleição de tucano Eduardo Azeredo ao governo de Minas Gerais, deve ser julgado já no primeiro semestre de 2014.
Relator do processo tucano no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Roberto Barroso evita se comprometer com datas, mas segundo reportado pela Folha de São Paulo nesta terça-feira (19/11), o gabinete do ministro trabalha com esta expectativa. Consultado, Roberto Barroso afirma que julgará o mais rápido que o “devido processo legal permitir".
Diferente do julgamento da ação penal 470, vulgo mensalão petista, o processo da ação penal 536 foi desmembrado de outro devido ao foro privilegiado do tucano Eduardo Azeredo, então governador de Minas Gerais que visava a reeleição, mas acabou derrotado pelo ex-presidente Itamar Franco (PMDB). O tucano atualmente é deputado federal, daí o benefício do privilégio. A denúncia chegou ao Supremo em 3 de dezembro de 2009.
Logo após assumir a presidência do STF, em novembro do ano passado, o ministro Joaquim Barbosa determinou que as testemunhas de defesa do caso, também conhecido como mensalão mineiro (ação penal 536), começassem a ser ouvidas. Os depoimentos das testemunhas de acusação já foram coletados.

Das oito testemunhas, seis foram ouvidas em Belo Horizonte (MG), uma em Jaboatão dos Guararapes (PE) e outra em Fortaleza (CE).

Embora os fatos ocorridos no governo mineiro sejam do século passado (1998), o caso do mensalão tucano só veio à tona após denúncia que revelou esquema semelhante no Congresso Nacional, em 2005. Como no caso petista, o empresário Marcos Valério é tido como peça-chave e também é apontado como sendo um dos operadores.

A acusação presente em denúncia ao Ministério Público Federal trata de duas estatais, a Copsa e a Comig, que repassaram, sob aval de Azeredo, R$ 3,5 milhões em patrocínio a três eventos esportivos promovidos por uma das agências publicitárias de Marcos Valério, a SMPB. Valério, por sua vez, para disfarçar o uso do dinheiro na campanha do PSDB ao governo mineiro, teria pegado emprestado de forma fraudulenta R$ 11 milhões do Banco Rural – mesma instituição acusada de facilitar a lavagem de dinheiro do mensalão do PT e cuja então presidente, Kátia Rabelo, encontra-se presa desde a última sexta-feira (15).

São duas as ações penais relativas ao esquema tucano. Uma contra Eduardo Azeredo e outra contra o senador peemedebista Clésio Andrade, que à época do caso era vice da chapa tucana encabeçada por Azeredo. O tucano tem até o próximo dia 22 para solicitar providências sobre o seu processo ao relator, mas o ministro Barroso pode ou não acatá-las. 
Fonte: Jornal Opção


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