Por José Reinaldo Tavares
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José Reinaldo Tavares, ex-governador do Maranhão |
Eu não escrevo artigos para atacar ninguém
pessoalmente. Faço críticas bem fundamentadas a tudo aquilo que contribui para
a decadência do Maranhão Apenas. Critico todas as questões que, em minha
análise, nos converteu de estado solução para o Nordeste - sem problemas
climáticos e outros - no estado mais atrasado, pobre e sem perspectivas do
país. E principalmente a farsa representada para a população feita por um
sistema de comunicações montado só para isso: para eternizar no poder os
enganadores e predadores do estado.
Todas as críticas são fundamentadas nos indicadores
sociais e econômicos elaborados pelo IBGE e, por esse motivo mesmo,
indiscutíveis.
Como o clã não tem condições de explicar ou
justificar esse estado de coisas, porque nada faz para mudar essa realidade, o
seu chefe parte para a agressão de maneira torpe, em artigos raivosos e mal
elaborados, que buscam apenas o insulto fácil. Nesses artigos tudo vale, até
mesmo o insulto as famílias do agredido. O chefe, como sabe que isso contraria
a sua imagem de político que chegou a presidência da República (por acaso, é
verdade), tenta se esconder. É óbvio que não consegue tal intento,
tal o ódio que não pode conter.
O que leva um homem que chegou tão alto na política
a agir assim?
Só pode ser o ódio que, aliás, diz não ter. Jura
que não sente ódio, mas é um poço de raiva incontida.
Nesse tresloucado artigo - que não assinou e chamou
de editorial - e que na verdade não teve nenhuma repercussão, chamado de
“Traição, Traidor uma obsessão que tem com adversários que não pode contestar”,
ele começa dizendo que eu o chamava de pai. Sobre isso nem entrarei em
considerações, tal o absurdo e debito a questão ao começo da ação inclemente da
idade. Nunca desejei ter outro pai, pois devo muito ao meu, um homem de bem e
amigo da família. É típico desse tipo de agressor. Na verdade a senilidade o
faz cometer confusão, pois ele é que dizia publicamente que “José Reinaldo é o
melhor de meus filhos”. Uma coisa sem propósito que muita gente ouviu. A
confusão vem daí, acredito. O problema era dele e não meu.
Sempre se faz de vítima repetindo sem parar que é
um homem sem ódios. Mas na verdade traiu a todos e a mim. Mas antes de entrar
diretamente no assunto, lembro-me que, quando jovem, eu e outros daquela
geração do Maranhão, acreditamos muito naquele outro jovem que nos parecia
brilhante e em quem depositamos a esperança de um Maranhão de progresso e oportunidades.
Essa foi a maior das traições a toda uma geração bem preparada do estado,
depositada em um homem que veio se revelar o contrário do que pensávamos. Na
política, sempre esteve ao lado do governo federal de plantão e chegou até,
mesmo que por acaso, a presidente da República. Amealhou uma formidável força,
que ele nunca usou para desenvolver o estado, mas apenas para se eternizar no
poder. E agredir e amedrontar adversários.
Sua vida, no entanto, foi um rosário de traições.
Qual o político importante que não foi traído por ele? Cito os governadores
Pedro Neiva de Santana, Luís Rocha, João Castelo, Antônio Dino, Clodomir Millet
e tantos outros. E o artigo ignóbil que escreveu e publicou em seu jornal
contra Pedro Neiva de Santana?
Pois bem, agora vamos aos fatos que levaram ao
rompimento comigo, em que eu de fato fui traído por ele, mas que ele tenta
passar, repetindo isso mil vezes, que foi eu quem o traiu. Vejamos:
Em um sábado pela manhã, logo após minha
eleição ao governo do estado, em outubro de 2002, fui procurado por ele. Queria
falar comigo algo muito importante.
Quando José Sarney chegou, eu disse que estava à
disposição. E ele me disse que tinha um grande desejo, um sonho que queria ver
realizado. Perguntei o que seria e ele me disse que seu sonho era ter dois filhos
eleitos governadores do estado. Perguntei quem seria o filho e ele me disse que
era José Sarney Filho, pois Roseana havia deixado o governo naquele ano e havia
sido governadora por oito anos.
Pensaram que eu disse não? Errado. Eu disse que
tudo bem, que contasse comigo. O problema era o fato dele não ter combinado com
ela antes e quando a notícia começou a vazar pelos amigos do deputado, a filha
soube, não gostou e começou a mandar ameaças para mim. Mandou o recado de que
eu não aguentaria um mês o peso do ataque do Sistema Mirante. E não disse mais
nada.
Eu recebi a informação e fiquei sem entender.
Só fui compreender quando me informaram que teria
havido uma reunião familiar muito tensa - repleta de gritos e cobranças - e que
no final a filha teria perguntado porque ele teria feito isso com ela (escolher
o irmão) sem lhe tratar o assunto antes, logo ela que teria mais votos na
família. Nervoso, respondeu que não havia sido ele e que o culpado seria eu. A
ideia seria minha e não dele. Se ele não dissimulasse tanto, poderia dizer a
verdade, que teria sido ele, mas que ele voltaria a falar comigo, dando o dito
pelo não dito. Mas não. Disse a ela uma terrível mentira. Que eu seria o autor
da ideia. E daí em diante a filha resolveu mandar atacar-me de todas as
maneiras e o rompimento foi inevitável.
Sem saber de nada, fui três vezes encontrá-lo em
Brasília, levando recortes e gravações de tudo o que acontecia aqui. E ele me
dizia sempre que eu voltasse tranquilo, pois tudo ia cessar. Até que, na
terceira vez, eu perguntei a ele sobre a candidatura do filho e ele partiu em
minha direção perguntando se eu queria causar a cizânia na família dele, se eu
queria jogar um filho contra o outro.
Eu, acima do tom, repliquei que parasse com isso,
pois ele sabia muito bem que ele é que havia me procurado com essa ideia, que
era única e exclusivamente dele. E falei em seguida que daí em diante eu não o
procuraria mais e veio o inexorável rompimento, que ele ainda tentou evitar por
duas vezes.
Ele já absorvera a mentira que contou para escapar
da ira da filha e já passara a agir como se a ideia fosse minha. Estava de
cabeça feita no maior cinismo. Seus amigos sabem bem que ele se tornou perito
em mudar a história em seu favor...
Mas, vejam, ele publicou o violento artigo
(a título de editorial) apenas por um motivo: eles, que tem convívio muito
próximo com agiotas, publicaram uma lista difamatória acusando prefeitos de
conivência com aqueles. O tiro saiu pela culatra, pois irritou profundamente os
prefeitos e os agiotas amigos dele e assim, tenta jogar a culpa em mim, que
nunca falei de Décio Sá, nem de agiotas e tampouco de prefeito algum.
A única coisa que fiz foi defender Raimundo Cutrim
da sanha de vingança deles, comentando que ninguém do grupo estava livre de
alguma coisa parecida, e quem não tem o sobrenome Sarney, é usado e descartado
quando achaam conveniente.
É só ler o artigo, que foi publicado semana passada
no Jornal Pequeno.
E para concluir esse longo, mas necessário artigo,
menciono a carta do agiota Glauco Alencar destinada a Roseana Sarney,
encontrada em sua cela dentro de uma revista. A carta foi redigida na prisão a
próprio punho e nela o agiota fala que logo que começou a “trabalhar”, comprou
uma casa vizinha a de Sarney. E fala também que quer realizar o seu sonho, “que
é conhecer o presidente Sarney e receber dele um abraço”. E diz ainda que é
apaixonado por Sarney e que “vivia dizendo que um dia faria parte do grupo e teria
o poder de receber ordens e conselhos do presidente do senado”.
Sem comentários. Está postada no Blog do Luís
Pablo. Vejam que tipo de admiração ele consegue agora...
Então aí vai um desafio: seria muito importante
mostrar claramente para a população quem está e quem não está envolvido com
agiotas. Ajude a tornar realidade a CPI proposta por Raimundo Cutrim e, para
que seja isenta e verdadeira e não apenas uma manipulação, permita que a
oposição indique o Relator ou o Presidente da Comissão.
Está na hora de saber quem é quem.
Mas desconfio que são mínimas as condições de fazer
isso. Não podem permitir...
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