Dando
continuidade às audiências públicas realizadas pela equipe do Consórcio dos
Municípios da Estrada de Ferro Carajás (COMEFC), mais duas cidades maranhenses
participaram e estabeleceram um diálogo promissor em relação a integração da
comunidade, autoridades locais, associações rurais, lideranças religiosas e
imprensa em apoio ao consórcio.
No
sábado (18), foram visitados os municípios de Anajatuba e Arari. A ideia da
criação do consórcio, surgiu a partir da necessidade de desenvolvimento e
compensações voltados aos municípios por onde passa a Estrada de Ferro Carajás.
No total 23 cidades já aderiram e apoiam discussões imediatas com os diretores
da Vale, visando a garantia da extinção do rastro de miséria, mortes e
devastação ambiental deixadas nas comunidades.
As
ações que estão sendo realizadas de forma articulada, consolidam as metas
estabelecidas pelos consorciados, que pretendem elevar o Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH) como: criação do Fundo de Desenvolvimento
Municipal - FDM, criação do Fundo de Desenvolvimento e Mobilidade Urbana - FDMU
em São Luís; efetivação do Plano de Remanejamento Habitacional - PRH para
todas as famílias afetadas pelos impactos da Vale (rachaduras nas casas, apito
do trem, etc); efetivação das Unidades de Conservação Ambientais, parques
ecológicos nas áreas que ficarão desabitadas; e outras ações.
Na
cidade de Anajatuba, a audiência foi coordenada pelo prefeito Helder Aragão,
que acredita na criação do consórcio, visando transparecer os impactos
sofridos. Estiveram presentes no evento mais de 200 pessoas, além da Presidente
do COMEFC e prefeita do município de Bom Jesus das Selvas, Cristiane Damião; o
Deputado Federal, Cléber Verde; o prefeito de Itapecuru-Mirim, Magno Amorim;
Leoncio Lima, Diretor Administrativo da Comefc; o prefeito de Monção, João
Queiroz, o prefeito de Alto Alegre do Pindaré, Atemir Botelho; o prefeito de
Bacabeira, Alan Linhares, secretários municipais, vereadores e lideranças
comunitárias da região.
Para o
Presidente da Associação dos Moradores do Povoado de Pedrinhas em
Anajatuba, Altemir Moreno, medidas imediatas devem ser tomadas para
garantir a melhoria da qualidade de vida do povo. "Várias discussões com
nossas associações já foram realizadas com a Vale, entretanto nenhum retorno de
compensação foi oferecido. Chegamos a ficar impedidos de trafegar para realizar
nossas atividades diárias. Outro agravante, foram as seis mortes que ocorreram
em nossa região", destacou.
Já
município de Arari, a audiência foi sediada na Casa do Professor, Centro da
cidade, com um público de 120 pessoas. O consorciado e prefeito de Arari,
Djalma Melo, acredita no investimento econômico e social que deve ser aplicado
nas comunidades. Todas as prefeituras estão trabalhando de forma coletiva e a
união deve ser indissolúvel, afirmou.
A
solenidade contou com a presença do prefeito de Anajatuba, Helder Aragão,
vários outros prefeitos consorciados; o Presidente da Câmara dos
Vereadores de Arari, Evandro Piancó; vereadores municipais e lideranças locais.
Toda
equipe técnica da MCM Consultoria, empresa responsável pela gestão do projeto,
também esteve presente. Em apenas quatro audiências realizadas pela empresa,
foi possível reunir cerca de 755 pessoas, que estão propagando e entendendo a
mensagem de responsabilidade do projeto. A expectativa é que todos os
municípios que sofrem influência da Estrada de Ferro sejam visitados.
DADOS
RELEVANTES:
- O
consórcio se consolidou em apenas quatro 49 dias;
- 1
acidente por dia é totalizado ao longo da Ferrovia Carajás;
- Por
onde passa, a estrada de ferro deixa graves impactos ambientais, um exemplo, é
o desvio de leitos dos rios;
- Em
2010, a mineradora pagou a Geração de Valor ao Acionista (GVA), R$ 5 bilhões;
- 23
municípios então participando consórcio;
- 83%
dos municípios consorciados possui IDH abaixo da média do Maranhão;
- Dos
30 países onde a Vale está presente, este é o primeiro consórcio destinado a
reverter os danos causados pela empresa nas cidades.
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