Artista estava internado na UTI do Hospital Memorial São José, no
Recife. Ele tratava de um câncer no pulmão desde o dia 27 de novembro
Morreu na manhã desta
sexta-feira (20), aos 69 anos, o cantor e compositor Reginaldo Rossi. Conhecido
como o "Rei do Brega" e autor do sucesso “Garçom”, ele estava
internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Memorial São José,
na área central do Recife, desde o dia 27 de novembro, para tratar um câncer no
pulmão direito. Na quinta-feira (19), sofreu uma piora no
quadro clínico.
Durante o tempo em que ficou
internado, Reginaldo Rossi foi submetido a uma cirurgia para retirada de um
nódulo na axila direita. A biópsia confirmou o diagnóstico de câncer. Ele
também passou por um procedimento chamado de toracocentese, para drenar líquido
acumulado entre a pleura e o pulmão.
REI DO BREGA - O artista ganhou o título de “Rei do Brega”
graças a músicas como “Garçom”, nas quais cantava sobre temas como amor e
traições. Compositor de linguagem popular, ele também é autor de sucessos como
"A raposa e as uvas", "Leviana" e "Recife minha
cidade". Ele dizia que foi o primeiro na cidade a usar calça sem
pregas. "Passava na rua e os caras gritavam: 'Wanderléa! Olha a
Wanderléa!' E depois todo mundo usava."
Apesar do jeito extrovertido nas
entrevistas e apresentações, se dizia avesso à fama. "Eu sou muito tímido.
Essa coisa que eu faço, que requebro no palco, canto 'Garçom', o corno e tudo
mais, é para enganar minha timidez", afirmou recentemente em entrevista ao
programa Bom Dia Pernambuco.
Nascido no Recife, em 1944, Reginaldo
Rodrigues dos Santos começou a carreira na esteira da Jovem Guarda, na década
de 1960, imitando Roberto Carlos. Antes, estudou engenharia civil e chegou a
dar aulas de matemática. Ele faria 70 anos em fevereiro.
Quando trocou a sala de aula pelos
palcos, optou por cantar rock no Nordeste e comandou o grupo The Silver Jets.
Em 1966, lançou seu primeiro LP, "O pão". Somente em 1970, pela
gravadora CBS, estreou em disco, com o LP "À procura de você",
afastando-se do rock e passando a apresentar um repertório brega-romântico, do
qual se tornou ícone.
Entre seus maiores sucessos estão, além
de “Garçom” (1967), "A raposa e as uvas", "Em plena lua de
mel" e "Leviana". Ele continuava fazendo shows pelo Brasil,
apresentando o mais recente álbum, “Cabaret do Rossi”. Nos dias 21 e 22 de
novembro, Reginaldo Rossi tocou no Manhattan Café Teatro, na capital
pernambucana.
TRIBUTO - Diversos músicos lançaram no ano 2000 um tributo ao artista, intitulado
"ReiGinaldo Rossi". O disco tinha releituras de canções de Rossi
cantadas por artistas como Lenine, Zé Ramalho, Geraldo Azevedo, Eddie, Dolores,
Paulo Francis, Querosene Jacaré, comadre florzinha, Stela Campos, Via Sat,
Devotos, Otto e Mundo Livre S/A. O cantor pernambucano Silvério Pessoa, por
exemplo, criou uma banda, a Sir Rossi, que dá novas roupagens às canções do
artista.
O artista dizia que só no Brasil é que
existe essa história de brega e chique. “Os cantores no mundo todo querem fazer
sucesso. As letras são as mais simples possíveis, as harmonias [também]”,
comparou. “Claro, existem eruditos para uma pequena classe. No Brasil, em que
povo em geral não teve acesso à educação musical mais refinada, isso é válido:
tem que ter Chico [Buarque], Gal [Costa], Caetano [Veloso], e tem que ter Amado
Batista, Zezo dos Teclados, Faringes da Paixão e Reginaldo Rossi".
Fonte: G1
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