Informação é do subsecretário de Administração Penitenciária do Estado. Entretanto, área recebeu apenas serviços de limpeza até o momento.
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Área onde deve ser construído novo presídio de São Luís já recebeu apenas serviços de limpeza. |
O subsecretário de Justiça e
Administração Penitenciária do Maranhão, Mário Leonardo Pereira Júnior, falou,
em entrevista ao G1 na
manhã desta quinta-feira (26), como estão as obras das novas unidades
prisionais do Maranhão. A previsão é que as unidades sejam entregues ao longo
de 2014. Segundo o secretário, o Presídio de Segurança Máxima de São Luís
deverá ser entregue, em no máximo, 90 dias. "A unidade terá capacidade
para, aproximadamente, 220 detentos, e irá contribuir muito para diminuir a
superlotação nos presídios da capital", disse.
Entretanto, a TV Mirante, em reportagem exibida no dia 19 de dezembro, mostrou a área onde o presídio deve ser construído recebendo apenas serviços de limpeza.
Entretanto, a TV Mirante, em reportagem exibida no dia 19 de dezembro, mostrou a área onde o presídio deve ser construído recebendo apenas serviços de limpeza.
O secretário falou, ainda, sobre as
unidades prisionais que estão sendo construídas no interior do Estado. "Os
presídios dos municípios de Timon e Riachão estão em fase de assinatura do
contrato com a Caixa Econômica para lançamento de processo licitatório. São
Luís Gonzaga ainda aguarda início das obras, que devem começar agora, no início
em 2014. Nas unidades de Pinheiro, Santa Inês, Pedreiras, Brejo e Coroatá, já
foram assinadas as ordens de serviço, e as obras já começaram. O presídio de
Imperatriz deve ser entregue no começo do ano, obras estão 80%
concluídas", declarou.
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Complexo Penitenciário de Pedrinhas em São Luís |
MORTES E FUGAS - Com a morte de mais um detento no Complexo de Pedrinhas, no dia 23,
subiu para 59 o número de detentos assassinados no sistema penitenciário
somente em 2013. Em uma semana, sete presos já foram encontrados mortos nas
celas.
Segundo dados da Sejap, até setembro
deste ano, 85 detentos escaparam do Complexo Penitenciário. Pelos dados, é como
se um preso fugisse a cada dois dias de Pedrinhas. Na noite dessa quarta-feira
(25), dois presos escaparam da Unidade Prisional de Ressocialização (UPR) do
Olho d’Água, em São Luís. Os presos
serraram grades e pularam um muro de três metros de altura. Na tarde dessa
terça-feira (24), um túnel foi descoberto na Central de Custódia de Presos de
Justiça (CCPJ), que fica no bairro do Anil, em São Luís, mas nenhum detento
chegou a escapar.
ESTUPROS - O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) investiga
uma sequência de estupros em Pedrinhas. Mulheres e irmãs de presos
estariam sendo obrigadas a ter relações sexuais com líderes das facções
criminosas, que ameaçam de morte os detentos que se recusam a permitir o
estupro.
O repórter Sidney Pereira, da
TV Mirante, entrevistou a mãe de um detento do Pedrinhas. Ela confirmou que o filho tem que ceder a esposa para não
morrer no presídio. “Quando ela vai, ele fica tudo bem. Quando ela não
vai, ele entra em pânico. Chora mesmo... Ele fica desesperado", disse a
mulher que não pode ser identificada.
Na sexta-feira (20), o juiz
auxiliar da Presidência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Douglas Martins,
cobrou providências do governo maranhense para acabar com a violência cometida
a familiares de presos durante as visitas íntimas realizadas nos presídios do
complexo.
A violência sexual seria facilitada
pela falta de espaço adequado para as visitas íntimas, que acontecem em meio
aos pavilhões, uma vez que as grades das celas foram depredadas. A lei
determina que haja espaço adequado para esse tipo de visita. Sem espaços
separados, as galerias abrigam cerca de 250 a 300 detentos que passam dia e
noite juntos, o que estimularia brigas e uma rotina de agressões e mortes,
segundo Martins.
A violência em Pedrinhas
chamou a atenção da Organização dos Estados Americanos (OEA), que cobrou uma
resposta do governo brasileiro. Esta semana, a Procuradoria Geral da República
exigiu, num prazo de três dias, explicações do governo do Maranhão. Como não há
expediente na procuradoria - nesta terça (24) e quarta-feira (25)-, esse prazo
foi transferido para quinta-feira (26).
A Ordem dos Advogados
no Maranhão (OAB-MA) criticou a violência no Complexo Penitenciário de
Pedrinhas. "O sistema está descontrolado. Está sob o controle do crime.
Eles matam quando querem e não há como dar garantias para qualquer pessoa que esteja
lá dentro”, afirmou Rafael Silva, integrante da Comissão de Direitos Humanos da
OAB-MA.
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Área onde deve ser construído presídio de segurança máxima em São Luís |
MEDIDAS - O governo do Maranhão afirmou, por meio de nota enviada na
última terça-feira (24), que já pediu à procuradoria 15 dias para dar as
respostas. Ainda segundo a nota, prometeu apresentar ao Conselho Nacional do
Ministério Público (CNMP) e ao CNJ um relatório completo das obras e ações
realizadas na área da Justiça e da Administração Penitenciária. O governo
estadual também ressaltou que não compactua com desrespeitos aos direitos
humanos e que está investigando todas as denúncias.
Fonte: G1MA
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