quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Pré-candidatos a presidente da República cobiçam corrida de 107 milhões de votos

Dos 140 milhões de eleitores confirmados pelo Tribunal Superior Eleitoral, quase 107 milhões estão concentrados em 10 colégios eleitorais, as joias da coroa para os pré-candidatos a presidente da República em 2014. Três deles estão no Sudeste (São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro); três no Nordeste (Bahia, Pernambuco e Ceará); os três do Sul (Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina); e um no Norte, o Pará. E nenhum dos três principais nomes na corrida ao Planalto tem situação segura nos maiores conglomerados eleitorais brasileiros.

A principal disputa, sem dúvida, é São Paulo, estado dominado pelo PSDB há 20 anos. O governador Geraldo Alckmin tenta a reeleição e mantém uma situação confortável, com pouco mais de 40% das intenções de voto. É palanque certo para Aécio, principalmente depois que o ex-governador José Serra desistiu da disputa presidencial. “Não há como negar que o Aécio está mais leve. Agora, é colocar a campanha na rua e fazê-la pegar na veia da população”, declarou o presidente do Instituto Teotônio Vilela, deputado Sérgio Guerra (PE).

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT), já não esconde que o desejo é estar na campanha. Como a reforma ministerial ainda não foi feita, as caminhadas pelo interior do estado — onde o PT é mais fraco — estão restritas aos fins de semana. Petistas e tucanos também acompanham, de perto, com certo incômodo, as movimentações do peemedebista Paulo Skaff. Apesar de ser outro aliado da presidente, ele comprou briga com as duas legendas que polarizam a eleição nacional. Para o PT, a queixa é sobre os ataques de Skaff ao reajuste do IPTU. Para o PSDB, a reclamação é de que o presidente da Fiesp está utilizando o espaço de publicidade da entidade que preside para roubar uma bandeira levantada pelo PSDB na Câmara Municipal. “Skaff tem que chegar a 25 ou 26% nas intenções de voto (por enquanto tem 17%) se quiser ter chances reais”, diagnosticou o presidente nacional do PMDB, senador Valdir Raupp (RO). 

LEQUE DE OPÇÕES - Se em São Paulo os tucanos levam vantagem, no Rio o cenário é desolador. O PSDB nem sequer tem um nome como candidato. Aécio Neves ainda tenta convencer o técnico da Seleção Brasileira de Vôlei masculino, Bernardinho, a concorrer ao Palácio das Laranjeiras. Dilma tem um leque de opções, que se engalfinham entre si. O vice-governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) se atraca com o senador Lindbergh Farias (PT), que pouco tem em comum com o ministro da Pesca, Marcelo Crivella (PRB). Todos da base da presidente. “PMDB e PT se entenderão até março, acredito eu”, apostou o vice-presidente Michel Temer. E o PSB? Presidida pelo deputado Romário, a legenda não sabe se apoia Lindbergh ou se segue as sugestões da Rede para montar um palanque para Miro Teixeira (Pros).

Minas Gerais é a terra do senador Aécio Neves. É comum dizer no jargão político que, quem tem muitos candidatos, na verdade não tem nenhum. A profusão de palanques para Dilma no Rio transforma-se numa avenida para Aécio em Minas. O problema é que o PSDB só conseguiu definir que Antonio Anastasia concorrerá ao Senado. Para o governo, a escolha está entre Pimenta da Veiga, ex-ministro das Comunicações de Fernando Henrique, e o deputado Marcus Pestana. Pimenta tem pressa, Pestana nem tanto. Para resolver a vida de tucanos e socialistas — Eduardo Campos também não tem palanque definido no segundo maior colégio eleitoral do país —, uma alternativa seria a candidatura do prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB). Mas ele não está disposto e há poucos sinais de que alguém conseguirá demovê-lo de sua decisão.

No quarto maior colégio eleitoral, a Bahia, com cenários bem definidos, tudo indica que a campanha não deverá ser muito emocionante. Dilma terá como palanque o atual chefe da Casa Civil do governador Jaques Wagner, Rui Costa. Wagner exercerá um papel importante, até como contraponto à influência de Eduardo Campos no Nordeste. No outro lado, em um grande palanque oposicionista, estarão o PMDB de Geddel Vieira Lima, com o apoio do prefeito de Salvador, ACM Neto, e dos tucanos, que comandam agora a bancada do PSDB na Câmara, com Antonio Imbassahy. Já o PSB está definido com Lídice da Mata, atual senadora pela legenda.

Em Pernambuco, terra de Eduardo Campos, a oposição deve se reunir em torno do nome apoiado pelo governador. Candidato do PSDB à Prefeitura do Recife em 2012, o deputado estadual Daniel Coelho já avisou que, se necessário, abre mão em nome de uma frente oposicionista. A situação fica até mais fácil porque o PT, mais uma vez, está rachado e não confirmou se apoiará o nome do senador Armando Monteiro (PE). 

No Sul, Dilma leva vantagem na disputa pela reeleição de Tarso Genro (PT-RS) e Raimundo Colombo (PSD-SC). Mas Aécio nada de braçadas com a aprovação de 61% do tucano Beto Richa no Paraná. Justamente onde disputará uma das mais fiéis escudeiras da presidente: a chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann.
Fonte: O Imparcial on-line


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