Dos 140
milhões de eleitores confirmados pelo Tribunal Superior Eleitoral, quase 107
milhões estão concentrados em 10 colégios eleitorais, as joias da coroa para os
pré-candidatos a presidente da República em 2014. Três deles estão no Sudeste
(São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro); três no Nordeste (Bahia, Pernambuco
e Ceará); os três do Sul (Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina); e um no
Norte, o Pará. E nenhum dos três principais nomes na corrida ao Planalto tem
situação segura nos maiores conglomerados eleitorais brasileiros.
A principal disputa, sem dúvida, é São Paulo, estado dominado pelo PSDB há 20 anos. O governador Geraldo Alckmin tenta a reeleição e mantém uma situação confortável, com pouco mais de 40% das intenções de voto. É palanque certo para Aécio, principalmente depois que o ex-governador José Serra desistiu da disputa presidencial. “Não há como negar que o Aécio está mais leve. Agora, é colocar a campanha na rua e fazê-la pegar na veia da população”, declarou o presidente do Instituto Teotônio Vilela, deputado Sérgio Guerra (PE).
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT), já não esconde que o desejo é estar na campanha. Como a reforma ministerial ainda não foi feita, as caminhadas pelo interior do estado — onde o PT é mais fraco — estão restritas aos fins de semana. Petistas e tucanos também acompanham, de perto, com certo incômodo, as movimentações do peemedebista Paulo Skaff. Apesar de ser outro aliado da presidente, ele comprou briga com as duas legendas que polarizam a eleição nacional. Para o PT, a queixa é sobre os ataques de Skaff ao reajuste do IPTU. Para o PSDB, a reclamação é de que o presidente da Fiesp está utilizando o espaço de publicidade da entidade que preside para roubar uma bandeira levantada pelo PSDB na Câmara Municipal. “Skaff tem que chegar a 25 ou 26% nas intenções de voto (por enquanto tem 17%) se quiser ter chances reais”, diagnosticou o presidente nacional do PMDB, senador Valdir Raupp (RO).
LEQUE DE OPÇÕES - Se em São Paulo os tucanos levam vantagem, no Rio o cenário é desolador. O PSDB nem sequer tem um nome
como candidato. Aécio Neves ainda tenta convencer o técnico da Seleção
Brasileira de Vôlei masculino, Bernardinho, a concorrer ao Palácio das
Laranjeiras. Dilma tem um leque de opções, que se engalfinham entre si. O
vice-governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) se atraca com o senador Lindbergh
Farias (PT), que pouco tem em comum com o ministro da Pesca, Marcelo Crivella
(PRB). Todos da base da presidente. “PMDB e PT se entenderão até março,
acredito eu”, apostou o vice-presidente Michel Temer. E o PSB? Presidida pelo
deputado Romário, a legenda não sabe se apoia Lindbergh ou se segue as
sugestões da Rede para montar um palanque para Miro Teixeira (Pros).
Minas Gerais é a terra do senador Aécio Neves. É comum dizer no jargão político que, quem tem muitos candidatos, na verdade não tem nenhum. A profusão de palanques para Dilma no Rio transforma-se numa avenida para Aécio em Minas. O problema é que o PSDB só conseguiu definir que Antonio Anastasia concorrerá ao Senado. Para o governo, a escolha está entre Pimenta da Veiga, ex-ministro das Comunicações de Fernando Henrique, e o deputado Marcus Pestana. Pimenta tem pressa, Pestana nem tanto. Para resolver a vida de tucanos e socialistas — Eduardo Campos também não tem palanque definido no segundo maior colégio eleitoral do país —, uma alternativa seria a candidatura do prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB). Mas ele não está disposto e há poucos sinais de que alguém conseguirá demovê-lo de sua decisão.
No quarto maior colégio eleitoral, a Bahia, com cenários bem definidos, tudo indica que a campanha não deverá ser muito emocionante. Dilma terá como palanque o atual chefe da Casa Civil do governador Jaques Wagner, Rui Costa. Wagner exercerá um papel importante, até como contraponto à influência de Eduardo Campos no Nordeste. No outro lado, em um grande palanque oposicionista, estarão o PMDB de Geddel Vieira Lima, com o apoio do prefeito de Salvador, ACM Neto, e dos tucanos, que comandam agora a bancada do PSDB na Câmara, com Antonio Imbassahy. Já o PSB está definido com Lídice da Mata, atual senadora pela legenda.
Em Pernambuco, terra de Eduardo Campos, a oposição deve se reunir em torno do nome apoiado pelo governador. Candidato do PSDB à Prefeitura do Recife em 2012, o deputado estadual Daniel Coelho já avisou que, se necessário, abre mão em nome de uma frente oposicionista. A situação fica até mais fácil porque o PT, mais uma vez, está rachado e não confirmou se apoiará o nome do senador Armando Monteiro (PE).
No Sul,
Dilma leva vantagem na disputa pela reeleição de Tarso Genro (PT-RS) e Raimundo
Colombo (PSD-SC). Mas Aécio nada de braçadas com a aprovação de 61% do tucano
Beto Richa no Paraná. Justamente onde disputará uma das mais fiéis escudeiras
da presidente: a chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann.
Fonte: O Imparcial on-line
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