Uma delegação composta
por políticos e empresários de Maryland, na região de Washington DC, nos
Estados Unidos, se reuniu nesta terça-feira com empresários paulistas para
discutir a ampliação dos negócios entre o estado americano e o Brasil. O
encontro aconteceu na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo),
na avenida Paulista. Líder do grupo, o governador de Maryland, Martin O'Malley,
hoje em seu segundo mandato elogiou o fortalecimento da classe média brasileira
nos últimos 10 anos.
“Temos muito a aprender
a respeito com o Brasil, por isso viemos: para entender como os brasileiros
alavancaram a classe média. Para nós, pensar em segurança econômica depende da
classe média”, constatou.
A comitiva composta por
90 pessoas é a primeira a chegar ao Brasil após 50 anos desde a última visita
do tipo ao País. Ao lado da secretária de Estado americana Hillary Clinton,
Martin O'Malley aparece nas pesquisas como um dos possíveis candidatos à
sucessão de Barack Obama na presidência dos EUA.
As possibilidades de
negócio discutidas entre os dois países compreendem investimentos em Maryland e
em Estados como São Paulo e Rio de Janeiro nas áreas de tecnologia ambiental,
tecnologia da informação e segurança alimentar, além de educação. A tecnologia
relacionada à produção brasileira de etanol, por exemplo, despertou a atenção
dos americanos, assim como a de celulose.
“A produção de etanol no
Brasil e o conceito de sustentabilidade que ela traz consigo pode ser muito
importante para o mundo todo. Quanto a nós, também investimos em energias
renováveis e em biotecnologia, sobretudo em relação ao uso da água –
acreditamos no fortalecimento da cooperação”, disse o governador, citando, por
exemplo, o uso de tecnologia de Maryland capaz de ser utilizada para
despoluição da Baía de Guanabara, na capital fluminense.
Por outro lado, o
democrata evitou entrar na polemica sobre a espionagem do governo Obama sobre
órgãos do governo brasileiro diretamente ligados à indústria nacional, como a
Petrobras. “Temos muito a ganhar se continuarmos com esse relacionamento
forte”, desconversou.
Para o diretor-geral da
Fiesp, Roberto Gianetti da Fonseca, a alta carga tributária brasileira é mais
um fator que incentiva industriais daqui a buscarem os EUA, onde, estimou, a
tributação chega a ser até 50% menor.
“As condições que o
governo americano oferece são muito convidativas; o próprio sistema tributário
deles é mais simples, com menos impostos. Mas é bem mais punitivo que o
brasileiro a quem transgredi-lo”, constatou Fonseca.
A comitiva de Maryland
fica no Brasil até o próximo sábado. Além de São Paulo, ela passa também pelo
Rio.
RELAÇÕES
COM O BRASIL - O Brasil é hoje o 11º maior mercado de
exportações para Maryland. Nos últimos dez anos, o volume de negócios entre
ambos somou US$ 1,2 bilhão – dos quais US$ 308 milhões foram negociados apenas
em 2012.
Maior cidade do estado
americano, Baltimore envia aos brasileiros, via porto, aparelhos eletrônicos,
gomas, resinas e peças de aço e metal usadas na indústria automobilística.
Já o Brasil, sétimo
maior importador para Maryland, vende ao estado papel e celulose, além de
reatores nucleares, caldeiras, máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos.
Fonte: IG
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