Mulher que não quis se identificar falou com a TV Mirante nesta terça
(24). Governo disse que dará respostas no prazo de 15 dias para a situação.
O Conselho Nacional de
Justiça (CNJ) investiga uma sequência de estupros em Pedrinhas. O CNJ recebeu
denúncias que as quadrilhas estão violentando mulheres e irmãs de presos em
troca de proteção para os ameaçados de morte ou de perdão de dívidas. O assunto
foi destaque no Jornal Nacional desta terça-feira (24).
O filho de uma mulher, que
não pode ser identificada é um dos presos de Pedrinhas. Ela confirmou,
nesta terça-feira (24), que o filho tem que ceder a esposa para não
morrer no presídio. “Quando ela vai, ele fica tudo bem. quando ela não vai, ele
entra em pânico. Chora mesmo... Ele fica desesperado", completou.
Funcionários do
Instituto Médico Legal (IML) voltaram à penitenciária para remover o corpo
de mais um preso assassinado em Pedrinhas. Antonio Rodrigues de Lima
Filho foi encontrado morto no Presídio São Luís 2 na tarde de segunda-feira
(23). Com ele, já são 58 mortes este ano.
O Conselho Nacional de
Justiça (CNJ), que fez uma vistoria no presídio, deve encaminhar um
relatório ainda esta semana ao Supremo Tribunal Federal.
"Os familiares têm que
trazer dinheiro para os líderes das facções. São obrigados a trazer celulares,
drogas e também se submeter a esses caprichos sexuais dos líderes", disse
o juiz Douglas Martins.
A violência em Pedrinhas
chamou a atenção da Organização dos Estados Americanos (OEA), que cobrou uma
resposta do governo brasileiro. Esta semana a procuradoria-geral da República
exigiu, num prazo de três dias, explicações do governo do Maranhão. Como não há expediente na procuradoria nestas terça (24)
e quarta-feira (25), esse prazo foi transferido para quinta-feira (26).
O governo do Maranhão afirma
que já pediu à Procuradoria 15 dias para dar as respostas. Em nota, prometeu
apresentar, ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e ao CNJ um
relatório completo das obras e ações realizadas na área da Justiça e da
Administração Penitenciária.
O governo estadual também
ressaltou que não compactua com desrespeitos aos direitos humanos e que está
investigando todas as denúncias.
A Ordem dos Advogados
no Maranhão (OAB-MA) também criticou a violência no Complexo Penitenciário de
Pedrinhas. "O sistema está descontrolado. Está sob o controle do crime.
Eles matam quando querem e não há como dar garantias para qualquer pessoa que
esteja lá dentro”, afirmou Rafael Silva, membro da Comissão de Direitos Humanos
da OAB/MA.
Fonte: G1MA
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