Pernambucana
de Garanhuns, terra do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Virgínia
Barros, 27, é a nova cara da UNE (União Nacional dos Estudantes) para o biênio
2013-2015.
Eleita
presidente da entidade ontem, em Goiânia, em congresso que confirmou a
hegemonia do PC do B sobre o movimento estudantil, que comanda desde 1991, ela
rebate as críticas de governismo e de afastamento da UNE da vida real dos
estudantes.
Vic, como é conhecida,
diz, por exemplo, que o governo Dilma Rousseff é “inconsequente e omisso” na
fiscalização da qualidade do ensino superior privado.
“A entrada
de capital estrangeiro é preocupante, e não há regulação sobre padrões mínimos
de qualidade nas faculdades privadas”, diz a aluna de letras da USP, com
sotaque diluído pelos dois anos na capital paulista.
Virgínia
define a gestão Dilma como “contraditória”, pela “política econômica
conservadora”, e destina o mesmo adjetivo ao governo Eduardo Campos (PSB-PE),
por pendências na saúde e na educação básica.
Neutra no
primeiro turno e pró-Dilma no segundo turno de 2010, a UNE, afirma ela, ainda
não discutiu 2014, mas vê uma eventual postulação dissidente como “legítima”
–Campos é descrito como “grande governador” que “ainda vai contribuir muito
para o Brasil”.
PRESIDENTA
O viés
situacionista se acentua em menções ao julgamento do mensalão como “político” e
na defesa das nomeações partidárias nas gestões do PC do B, seu partido, no
Ministério do Esporte (“São indicações referendadas nas urnas.”).
O tom
diplomático dos recém-eleitos desaparece em comentários de Virgínia nas redes
sociais –ali há “caos” no metrô de São Paulo, o “pós-modernismo” de Marina
Silva “dá enjoo” e o papa Francisco é “reacionário”.
Sobre leis no
Congresso para mudar a meia-entrada no país, que podem aumentar em mais de 700%
as carteirinhas emitidas pela UNE, a dirigente prefere não falar em cifras e
diz que a ampliação do benefício para não-estudantes de baixa renda, aprovada
no Senado, ainda “carece de regulamentação”.
Torcedora do
Sport, do Recife, e fã de Rolling Stones e Strokes, ela, como Dilma, prefere
ser chamada de presidenta. “Para democratizar também o português.”
Fonte: Blog do John Cutrim
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