Remoção de mensagem para valorizar profissão mudou campanha,
dizem. Ministro da Saúde mandou tirar mensagem 'Sou feliz sendo prostituta'.
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Mensagem da campanha que não foi aprovada pelo ministro da Saúde |
Um grupo de seis prostitutas que posaram para fotos
de campanha do Ministério da Saúde veiculada nas redes sociais e
destinada a reduzir o estigma da profissão desautorizou o uso de suas
imagens pela pasta, segundo a organização Rede Brasileira de Prostitutas.
A entidade informou que as mulheres iniciaram ontem (11) o envio, por correio, de
notificações extrajudiciais ao ministério, pedindo a suspensão de toda a
campanha.
A campanha foi lançada por ocasião do Dia
Internacional das Prostitutas (2 de junho), e, além de defender o respeito pela
atividade das profissionais do sexo, abordava a mobilização para o combate a
doenças sexualmente transmissíveis.
No último dia 4, o ministro da Saúde, Alexandre
Padilha, determinou a suspensão da divulgação da mensagem "Sou feliz sendo
prostituta" e determinou que a campanha se restringisse à prevenção.
"Não existirá nenhum material assinado pelo Ministério da Saúde que não
seja material restrito às orientações de como se prevenir das DSTs",
afirmou o ministro.
A presidente da Associação de Prostitutas de Minas
Gerais, Maria Aparecida Menezes, foi fotografada para a campanha e disse estar
insatisfeita com o uso de sua imagem em um folheto que, para ela, trata
exclusivamente da associação da prostituição com doenças sexualmente
transmissíveis.
“Quero a minha foto no cartaz que diz ‘Amo o que
faço’. Não quero que continue ‘Sem camisinha, não dá’ porque isso vincula a
população de prostitutas aos índices de HIV [...]. Não somos população com
nível alto de HIV. Meus direitos foram violados e eu não quero fazer parte
dessa segunda campanha que continua na internet”, declarou Aparecida.
O G1 entrou em contato com assessoria de
imprensa do Ministério da Saúde, mas não obteve resposta até a publicação desta
reportagem.
De acordo com o assessor jurídico da Rede
Brasileira de Prostitutas, Roberto Chateaubriand, a organização elaborou a
notificação pelo fato de as mulheres que participaram da propaganda
considerarem que houve descumprimento de acordo.
“A notificação é para tirar do ar, não tem valor
legal. Serve apenas para dizer que ao interlocutor que ele não está correto”,
disse Chateaubriand.
Segundo o assessor, o ministério já convidou a
organização para uma reunião sobre o tema, mas a data ainda não foi definida.
Fonte: G1
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