quarta-feira, 12 de junho de 2013

Prostitutas de campanha do governo desautorizam uso de imagem

Remoção de mensagem para valorizar profissão mudou campanha, dizem. Ministro da Saúde mandou tirar mensagem 'Sou feliz sendo prostituta'.

 

Mensagem da campanha que não foi aprovada pelo ministro da Saúde
Um grupo de seis prostitutas que posaram para fotos de campanha do Ministério da Saúde veiculada nas redes sociais e destinada a reduzir o estigma da profissão desautorizou o uso de suas imagens pela pasta, segundo a organização Rede Brasileira de Prostitutas.

A entidade informou que as mulheres iniciaram ontem (11) o envio, por correio, de notificações extrajudiciais ao ministério, pedindo a suspensão de toda a campanha.

A campanha foi lançada por ocasião do Dia Internacional das Prostitutas (2 de junho), e, além de defender o respeito pela atividade das profissionais do sexo, abordava a mobilização para o combate a doenças sexualmente transmissíveis.

No último dia 4, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, determinou a suspensão da divulgação da mensagem "Sou feliz sendo prostituta" e determinou que a campanha se restringisse à prevenção. "Não existirá nenhum material assinado pelo Ministério da Saúde que não seja material restrito às orientações de como se prevenir das DSTs", afirmou o ministro.

A presidente da Associação de Prostitutas de Minas Gerais, Maria Aparecida Menezes, foi fotografada para a campanha e disse estar insatisfeita com o uso de sua imagem em um folheto que, para ela, trata exclusivamente da associação da prostituição com doenças sexualmente transmissíveis.

“Quero a minha foto no cartaz que diz ‘Amo o que faço’. Não quero que continue ‘Sem camisinha, não dá’ porque isso vincula a população de prostitutas aos índices de HIV [...]. Não somos população com nível alto de HIV. Meus direitos foram violados e eu não quero fazer parte dessa segunda campanha que continua na internet”, declarou Aparecida.

O G1 entrou em contato com assessoria de imprensa do Ministério da Saúde, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.

De acordo com o assessor jurídico da Rede Brasileira de Prostitutas, Roberto Chateaubriand, a organização elaborou a notificação pelo fato de as mulheres que participaram da propaganda considerarem que houve descumprimento de acordo.

“A notificação é para tirar do ar, não tem valor legal. Serve apenas para dizer que ao interlocutor que ele não está correto”, disse Chateaubriand.
Segundo o assessor, o ministério já convidou a organização para uma reunião sobre o tema, mas a data ainda não foi definida.

Fonte: G1


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