Pesquisa do Ibope foi feita depois que várias cidades
brasileiras anunciaram a redução das tarifas nos transportes.
Dois mil manifestantes foram ouvidos durante os
protestos de quinta-feira (27) nas regiões metropolitanas de oito grandes
capitais: São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo
Horizonte, Salvador, Recife, Fortaleza e Brasília.
O Ibope perguntou: qual é o futuro desse movimento
que se apresenta como uma grande novidade na história do país? O que os
manifestantes pretendem fazer para conseguir seus objetivos?
"Olê, olá, um professor vale mais do que o
Neymar!", cantam os manifestantes.
O professor João Paulo Cabrera em aula prática de
política. João levou os alunos de uma escola pública para a manifestação no
Rio. Da memória, tirou as caras pintadas de outros tempos.
Valentina, Charles, Rafaele foram achando suas
próprias lutas.
“Melhorar o nosso futuro, que o país daqui a pouco
é nosso”, diz a estudante Rafaele Mendes.
“Eu espero ver uma manifestação pacífica. Uma
manifestação que se mobilizou por redes sociais, uma outra via de se fazer
política”, pede um professor.
“Eu acho que com esse tipo de manifestação os
políticos vão perceber que o Brasil está querendo mudar, que o povo está
querendo alguma coisa, está querendo mudar”, comenta o estudante Charles
Nascimento.
A lista de reivindicações foi grande, numa semana
que fez história.
E agora, quais serão os rumos do movimento? E o que
os manifestantes acreditam que vão conseguir conquistar com os protestos?
A pesquisa do Ibope revelou um grande otimismo: 94%
dos manifestantes acham que nas ruas vão promover as mudanças que reivindicam.
A pesquisa Ibope foi feita na quinta-feira, depois que várias cidades
brasileiras anunciaram a redução das tarifas nos transportes.
“A gente já tá vendo no país algumas mudanças e
acho que elas têm potencial para incentivar mudanças mais profundas”, diz Pedro
Faria.
"Eu espero que tenha resultado prático. Fico
meio desconfiada, pelo país que moramos. Mas a gente sempre tem uma esperança
que vá melhorar, um dia, o nosso país", comenta Fabíola Rocha.
“As ruas tão dizendo há esperança, sim, vamos
fazer”, comenta o antropólogo Everardo Rocha.
“Eu espero que realmente o governo acorde, porque a
gente não está aqui pra passar o tempo. A gente está aqui realmente pra tentar
mudar esse Brasil”, disse o estudante Gustavo Almeida.
“Essas pessoas acreditam que elas podem mudar o
rumo das coisas. Se elas estão acreditando, elas vão continuar exigindo isso na
rua. Decepcioná-las é tirar a energia vital, é tirar o maior sentido da
República”, analisa o historiador Francisco Carlos Teixeira.
“Eu espero que toda vez que houver algo errado o
povo se una novamente e se manifeste pra tentar resolver problema”, pede Maciel
Rodrigues de Almeida, de 32 anos.
Mas, além das manifestações, o que as pessoas que
foram às ruas na quinta-feira pretendem fazer para conseguir seus objetivos?
“A grande força do povo vai ser mostrada nas
eleições no ano que vem”, afirma o estudante Julio Mota.
A grande maioria, 82%, respondeu que não vai votar
em candidatos corruptos.
“A gente espera um futuro mais bonito pro Brasil,
mais limpo. Um Brasil mais justo, mais sério”, diz o estudante Daniel da Cunha.
“Acho que a nossa melhor arma é o voto. Nas
eleições a gente tem que pesquisar, saber em quem a gente vai votar, pesquisar
os partidos”, observa Valentina Farias.
“Eu acredito que não adianta fazer manifestação e
na hora de votar não pesquisar em quem está votando. Vai ser tudo em vão isso”,
diz Tiago Cilistrino, de 18 anos.
“Isso é também uma forma de acreditar no sistema
político? Claro que é: acreditar num elemento fundamental da democracia que é a
participação. Que a participação tem resultados, tem consequência”, responde o
cientista político Fabiano Santos.
“A cidadania é isso, é cobrar resultados. Eles
estão aprendendo”, avalia Francisco Carlos Teixeira.
Fonte: G1
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