Reivindicações vão de preço do transporte público a custos da Copa. Poucas cidades registraram confrontos com a polícia e vandalismo.
Mais de 250 mil pessoas saíram às ruas nesta segunda-feira
(17) pelo país para protestar contra o aumento das tarifas de transporte, a
violência urbana, os custos da Copa do Mundo, a precariedade do serviço
público, entre outras reivindicações. Manifestações aconteceram em 12 capitais
e ao menos 14 cidades do interior.
A maioria foi pacífica. Mas, em algumas cidades,
uma minoria radical causou vandalismo e protestos acabaram em confronto com a
polícia. No Rio de Janeiro, manifestantes deixaram um rastro de destruição na
Assembleia Legislativa (Alerj). Um vídeo registrou policiais encurralados e
agredidos a pedras e chutes por um grupo. PMs também foram flagrados dando
tiros de fuzil para o alto. Ao todo, 100 mil manifestantes foram às ruas no
Rio.
Em São Paulo, o quinto e maior
protesto em duas semanas causou a interdição de importantes vias, como a
Marginal Pinheiros, a Avenida Paulista e a Ponte Estaiada. A manifestação
reuniu cerca de 65 mil pessoas e foi considerada pacífica até um grupo tentar
invadir o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo. A polícia reagiu com
bombas de efeito moral e gás de pimenta e impediu o ato.
Em Brasília, os participantes
invadiram a marquise do Congresso Nacional. Em Porto Alegre, manifestantes
foram presos após depredarem mais de 50 contêineres e incendiarem ônibus. Em
Belo Horizonte, houve confronto na Praça Sete. Em Fortaleza, o hotel da Seleção
Brasileira foi alvo dos manifestantes.
Maceió, Vitória, Salvador, Belém,
Curitiba e Recife também registraram protestos. Outras cidades do Brasil foram
palco de manifestações. Veja como foi:
ALAGOAS
Maceió teve uma manifestação com ao menos 2 mil participantes, segundo a
Polícia Militar. Eles protestavam contra o aumento da tarifa de ônibus de R$
2,30 para R$ 2,85.
Os ativistas bloquearam a Avenida
Fernandes Lima, causando trânsito.
Um carro furou o bloqueio dos
manifestantes e um tiro foi disparado contra a multidão,
atingindo um estudante no rosto. Os ativistas acusam o motorista de atirar.
Durante o protesto, o automóvel foi cercado pelos manifestantes, que batiam
contra seu capô. A Polícia Militar identificou que o veículo pertence a uma Prefeitura (Leia mais).
BAHIA
Em Salvador, a estimativa da Polícia Militar é que
mais de 4 mil pessoas tenham ido às ruas em apoio aos protestos pelo país que
exigem a redução das tarifas.
A manifestação começou por volta
das 16h, e permaneceu pacífica, tendo ficado concentrada na Avenida ACM e na
Avenida Paralela. O trânsito ficou bem complicado por volta das 19h (Leia mais).
CEARÁ
Uma manifestação com cerca de 5 mil pessoas saiu
pelas ruas de Fortaleza a favor da redução da tarifa e contra a Copa do Mundo,
na segunda-feira (17).
Os ativistas seguiram até o hotel
onde a seleção brasileira estava hospedada, no bairro Moura Brasil.
A manifestação foi pacífica e não
teve confrontos (Leia mais).
DISTRITO FEDERAL
Um protesto que durou quase seis horas durante a
segunda-feira (17) reuniu 10 mil pessoas no Distrito Federal, segundo o comando
da PM.
O protesto teve casos isolados de
vandalismo, mas foi pacífico na maior parte do tempo.
Ativistas tentaram invadir o Congresso
Nacional e algumas dezenas deles conseguiram furar o bloqueio policial. O grupo
invadiu a cobertura do prédio do Legislativo e se aglomerou na marquise do
edifício para entoar gritos de ordem e estender faixas. Dois manifestantes
foram presos, segundo a polícia (Leia mais).
ESPÍRITO SANTO
Bombas de gás lacrimogêneo foram disparadas contra
manifestantes que tentavam chegar à casa do governador Renato Casagrande, em
Vitória, no Espírito Santo, por volta das 22h da segunda (17).
A Polícia Militar estima que mais
de 5 mil pessoas participaram do protesto, que saiu da Universidade Federal do
Espírito Santo (Ufes) e seguiu pela cidade. Confrontos foram registrados.
A reação da PM, segundo os
manifestantes, foi desencadeada após uma latinha ser jogada por um ativista (Leia mais).
MINAS GERAIS
Em Belo Horizonte, o protesto teve confronto entre
PMs e manifestantes. Mais de 20 mil pessoas foram às ruas numa manifestação que
começou na Praça Sete, no Centro da cidade, e seguiu a pé até as imediações do
Mineirão, em um trajeto de cerca de 10 quilômetros.
Os confrontos começaram próximo
ao campus da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Duas pessoas firam
feridas, mas sem gravidade. Uma delas caiu de um viaduto. Próximo à
universidade, a polícia fez uma barreira para impedir o protesto de seguir até
o Mineirão, onde o jogo entre Taiti e Nigéria ocorria pela Copa das
Confederações.
A Polícia Militar afirmou que os
manifestantes jogaram pedras contra a força policial. A Tropa de Choque reagiu
com bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha (Leia mais)
Em Juiz de Fora, a estimativa dos manifestantes é
que 5 mil pessoas foram às ruas; já a Polícia Militar fala em 2 mil. O protesto
foi pacífico e não teve confrontos.
A maioria dos participantes eram
estudantes universitários e de ensino médio, mas também houve militantes de
movimentos sociais entre os que integraram o protesto.
Com cartazes e gritos de ordem,
os manifestantes protestavam por muitos motivos, entre eles pela distribuição
de terra, melhoria do transporte público e pela redução da tarifa (Leia mais).
Em Poços de Caldas, pelo menos 500 pessoas
protestaram contra o aumento das tarifas de transporte público pelo país, por
volta de 17h45 de segunda-feira (17). Não houve confronto, mas duas pessoas
subiram na janela de um ônibus.
Segurando faixas e cartazes com
dizeres como "Que país é este?" e "Desculpe o incômodo, estamos
mudando o país", os manifestantes fecharam os cruzamentos das principais
ruas da região central (Leia mais).
SÃO PAULO
O quinto dia de protestos na cidade de São Paulo
começou com a reunião de milhares de manifestantes no Largo da Batata, em
Pinheiros, nesta segunda.
Cerca de 65 mil pessoas
participaram da manifestação. Após o início, os ativistas se dividiram pela
capital, seguindo para a Avenida Paulista, a Marginal Pinheiros e a Avenida
Brigadeiro Faria Lima.
Pelo menos 3 mil pessoas chegaram
ao Palácio dos Bandeirantes, na Zona Sul, de acordo com balanço da
polícia. O protesto, que estava pacífico até então, teve um princípio de
tumulto no local quando manifestantes tentaram invadir o Palácio.
A PM usou bombas de gás e
dispersou a concentração no local por volta das 23h30 de segunda-feira. Mas, no
início da manhã de terça-feira (19), um grupo de 30 pessoas ainda resistia em
frente ao Palácio após passar a noite no local (Leia mais).
Fonte: G1
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