Pelo
menos metade desse quantitativo nunca procurou tratamento. Em todas as capitais do país há 370 mil viciados em crack.
O uso de crack já levou mais de 2.600 pessoas para
o Centro de Atenção Psicossocial, em São Luís, desde o início do ano. Mas,
segundo a direção do Caps, o número de usuários da droga na capital é, pelo
menos, quatro vezes maior. São mais de oito mil viciados. Pelo menos a metade,
nunca procurou tratamento.
"Principalmente quem vive em situação de rua,
nas cracolândias, que a gente já vê aumentadas em São Luís. Nesses locais, a
gente ainda tenta chegar no pessoal com as operações em conjunto com a polícia,
onde ela recolhe a turma. Sabemos que muitos deles nunca tiveram acesso a
nenhum tipo de serviço de saúde e nem de atenção básica, como ver um médico,
uma enfermeira, se vacinar. Estas são pessoas que estão vulneráveis a qualquer
tipo de doença", disse Marcelo Costa, diretor do Centro de Atenção
Psicossocial (Caps).
Um motorista, que está desempregado e não quis se
identificar, faz parte dessa estatística degradante na capital maranhense. Ele
faz tratamento há 10 meses contra a droga. Jovem, com 28 anos, começou a usar
crack no ano passado, e viu sua vida sendo destruída pela droga.
"Eu
ia fumar maconha e, como não tinha, comprei uma cabeça de crack. Nessa de
'uma', fumei durante um ano. Vendi dois carros meus, quitados, gastei toda
minha poupança, R$ 16 mil, com o crack. Vendi minhas roupas, meus celulares,
relógio. Tudo que eu tinha. Fiquei magro, feio, barbudo", relembra.
De acordo com levantamento feito pela Fundação
Oswaldo Cruz, a Fiocruz, que é ligado ao Ministério da Saúde, existem, pelo
menos, 370 mil viciados em crack em todas as capitais do país. O Nordeste
lidera o ranking, concentrando cerca de 40% dos usuários.
Ainda segundo a pesquisa da Fiocruz, cerca de 80% das pessoas fumam a droga em locais públicos. E 40 % dos viciados em crack vivem perambulando pelas ruas. Do total, 14% são crianças e adolescentes.
Fonte: G1MA
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