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A fabricação das mais de 30,1 mil novas unidades, do Modelo UE2013, a realizada na Fábrica das Urnas, em Santa Rita do Sapucaí-MG, está prevista para ser concluída até o dia 30 de setembro |
Os mais de 141 milhões de eleitores brasileiros
contarão com cerca de 534 mil urnas eletrônicas para escolherem seus candidatos
nas eleições de outubro do ano que vem. Para que a votação ocorra sem
contratempos, servidores e colaboradores da Justiça Eleitoral têm se dedicado à
conclusão de novas unidades da urna eletrônica e à realização de exaustivos
testes que comprovem o correto e perfeito funcionamento das máquinas.
A fabricação das mais de 30,1 mil novas
unidades, do Modelo UE2013, a realizada na Fábrica das Urnas, em Santa Rita do
Sapucaí-MG, está prevista para ser concluída até o dia 30 de setembro. No
entanto, para o pleito geral de 2014, também serão utilizadas urnas eletrônicas
que ainda se encontram em condições de uso e que não tenham mais de 10 anos de
funcionamento. São urnas dos seguintes modelos: UE2004 (73 mil unidades),
UE2006 (25,1 mil unidades), UE2008 (57,9 mil unidades), UE2009 (194,4 mil
unidades), UE2010 (117,8 mil unidades) e UE2011 (34,9 mil unidades).
As urnas que estão sendo produzidas agora e as
do modelo UE2011 são fabricadas por empresa escolhida em processo licitatório
concluído em 2011, na modalidade concorrência e no sistema de registro de
preços. Além de ter qualificação técnica, a vencedora do certame teve de
cumprir requisitos técnicos mínimos para a produção das urnas.
Segundo o contrato celebrado entre o TSE e a
empresa, esta poderia produzir e fornecer até 90 mil urnas eletrônicas
(hardware e software), incluindo terminal do eleitor, módulo impressor,
terminal do mesário e embalagem. Também é responsável pelo eventual
fornecimento de suprimentos – como cartões de memória e pendrives – e peças de
reposição para as UE2011, e prestação de outros serviços, tais como elaboração
de documentos técnicos de especificação.
REQUISITOS MÍNIMOS - Os requisitos
técnicos mínimos da urna eletrônica modelo UE2011 estão estruturados da
seguinte forma: requisitos de hardware; requisitos de software; requisitos de
desempenho; requisitos de qualidade; requisitos da embalagem; e requisitos do
produto.
Em cumprimento aos
requisitos de hardware, a empresa deve entregar a urna com os seguintes
componentes: terminal do eleitor, composto de gabinete, placa-mãe, unidades de
armazenamento (Memória CompactFlash Interna, Memória CompactFlash Externa e
Memória de Resultado), teclado, display LCD, fonte de alimentação e bateria
interna; módulo impressor, composto de gabinete, mecanismo de impressão e
bobina de papel; e terminal do mesário, composto de gabinete, display
alfanumérico, display gráfico, teclado, dispositivo de leitura de digitais e
dispositivo de leitura e gravação de smartcard.
Quanto ao Ecossistema da Urna - conjunto de
soluções de software que permite apoiar e automatizar as atividades e processos
envolvendo a urna eletrônica, desde o tratamento das mídias da urna até a
apuração do resultado da seção - é totalmente desenvolvido por equipe própria
do Tribunal Superior Eleitoral. O Ecossistema da Urna, quanto ao UENUX
(software executado exclusivamente na urna), é composto por software básico (sistema
operacional e drivers) e software aplicativos (dentre eles, o software de
votação). O Ecossistema da Urna segue padrões de qualidade e segurança
inerentes ao cumprimento de sua função e atendendo aos requisitos de um
software de missão crítica.
Também devem ser
cumpridos certos requisitos de desempenho, como o que estabelece que os
terminais do eleitor e do mesário devem apresentar em seus displays um número
digitado em qualquer um de seus teclados em no máximo ½ segundo. Já no que se refere aos requisitos da
embalagem, pode-se citar que esta deve acomodar a UE2011 e todos os seus
componentes e possuir calços fixos para facilitar a acomodação da urna
eletrônica dentro da mesma. Vale ressaltar que a embalagem deverá ser
homologada pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas da Universidade de São
Paulo (IPT), comprovando todos os requisitos mínimos estabelecidos no contrato.
TESTES - Com o intuito de
assegurar que a eleição será realizada com pleno êxito, o TSE estabelece uma
sistemática muito ampla e planejada de testes com o hardware da urna eletrônica
e com os outros cerca de 90 sistemas eleitorais. Giuseppe Janino, secretário de
Tecnologia da Informação do TSE, ressalta que o maior desafio da Justiça
Eleitoral no que tange à tecnologia é a integração de todos esses programas e
componentes que são desenvolvidos, para que se interliguem e interajam com
correção.
No que se refere aos componentes de hardware,
desde o início do processo fabril são verificados vários pontos de qualidade,
até que as máquinas cheguem a cada Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e sejam
testadas novamente. Já nos regionais, os componentes de hardware passam por
outro procedimento de testes, conhecidos como exercitação, realizados
periodicamente, pelo menos a cada quatro meses.
Segundo o secretário de TI, essa sistemática
consiste em ligar a urna, carregar a bateria e verificar seu funcionamento. Em
resumo, a exercitação é fazer com que todos os componentes sejam alimentados
eletricamente, para que funcionem, porque se ficarem um período muito grande
sem funcionar, há a possibilidade de eles se deteriorarem.
Entre os testes de hardware estão: inspeção
visual e desmontagem de peças, se necessário; checagem da capacidade de
processamento da urna; acionamento das teclas; alternação das fontes de
alimentação da urna e verificação do respeito às prioridades estabelecidas;
carregamento das baterias internas, atendendo aos testes de carga e autonomia
definidos; inspeção visual, retirada e fixação do módulo impressor; e teste do
leitor de digitais.
“Uma vez identificada alguma não conformidade
nessas urnas, elas são automaticamente encaminhadas para o processo que
chamamos de manutenção corretiva”, explica Giuseppe.
Com relação aos softwares eleitorais, existem
dois tipos de testes: os testes automáticos e os testes com intervenção do
operador. Nos automáticos, o próprio software é programado para fazer o teste
“sozinho”, por tempo indeterminado. Já no caso dos testes com intervenção do
operador, o tempo é determinado conforme a logística de cada tribunal regional,
mas, geralmente, são realizados junto com os testes de cargas de bateria, ou
seja, a cada quatro meses.
Também existem os testes chamados de “auditoria
de fábrica”. Chefe da Seção de Serviços, Provisão e Equipamentos do TSE, Celio
Castro explica que, ao final do processo fabril, servidores e colaboradores do
Tribunal passam a acompanhar a produção das urnas eletrônicas, fazendo uma
espécie de auditoria de qualidade das máquinas.
“A gente entra no fim do processo fabril, ou
seja, assim que a fábrica libera um lote de urna, a equipe do TSE entra para
fazer teste. Quando o técnico identifica algum problema, ele pode solicitar, de
acordo com a severidade da inconsistência, que seja interrompida toda a linha
de produção, e determina o conserto imediato do problema. Depois de confirmado
que o problema foi solucionado, é retomada a produção daquele lote”, destaca
Celio Castro.
SEGURANÇA - Para atender aos
requisitos mínimos de segurança dos sistemas eleitorais, são realizados os
seguintes testes, entre outros: verificação do Sistema Básico de Entrada e
Saída (BIOS); verificação do Bootloader (gerenciador de boot); verificação do
Sistema Operacional; e verificação do Processo de Autenticação e
Funcionalidades.
TESTES EM CAMPO E
SIMULADOS
- Passando os testes de fábrica e as auditorias, existem os testes em campo,
realizados na localidade exata aonde a urna funcionará especificamente. No
último dia 2, foi iniciada no TSE uma série de testes em todos os sistemas
eleitorais que serão utilizados na urna eletrônica, uma espécie de etapa
preparatória para os testes em campo que estão ocorrendo esta semana (de 16 a
20 de setembro) no Paraná.
Conforme explica o
coordenador de Sistemas Eleitorais do TSE, José de Melo Cruz, os softwares das
eleições são testados o tempo todo. “Os testes fazem parte do processo de
desenvolvimento do software, são contínuos. É um ciclo: você desenvolve [os
softwares], testa, volta, nunca para de testar, nunca para de desenvolver”,
ressalta.
Segundo José Melo Cruz,
a realização de testes permite apurar eventuais falhas nos programas com tempo
suficiente para ajustes, já que os problemas podem estar relacionados a
diversos fatores, tais como: ligações entre software e hardware, linhas de
comunicação, ambiente e variação de energia, entre outros.
“Em softwares com
criticidade, como o das eleições, é fundamental homologar cada passo do
desenvolvimento. Esses testes é que garantem que o sistema chegará à eleição
confiável para que o eleitor possa votar com segurança”, diz o coordenador.
Por fim, ainda são
realizados os simulados, feitos simultaneamente em grande parte dos Estados
brasileiros. De acordo com o secretário de TI do Tribunal, esses testes, de
hardware e software, “são muito mais amplos, porque alcançando basicamente
todas as instâncias do processo eleitoral em si, desde a zona eleitoral, ao
tribunal regional, às redes de comunicação, ao TSE”. “Ou seja, nós tentamos mobilizar
toda a sistemática do processo eleitoral em um grande teste”, resume.
Fonte: TSE
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