Deputados insatisfeitos com espaço na Esplanada ameaçam em votações. Bancada
abriu mão de indicar novos ministros da Agricultura e Turismo.
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O líder do PMDB, Eduardo Cunha, e o presidente da Câmara, Henrique Alves, em discussão sobre o Marco Civil da Internet, novembro de 2013 |
Após decidir não indicar os
novos nomes para chefiar os ministérios da Agricultura e do Turismo, a bancada
do PMDB na Câmara discute internamente a possibilidade de se afastar ainda mais
do governo. Deputados reclamam da falta de espaço dada aos peemedebistas no
governo federal e parte deles planeja discutir uma pauta própria no Congresso.
No último dia 5, a
desistência em ocupar os ministérios saiu depois de o partido receber
sinalização do Palácio do Planalto de que não seria agraciado no comando de mais
uma pasta. A bancada também ficou incomodada com a recusa da presidente em
indicar o senador Vital do Rêgo (PB) para o Ministério da Integração Nacional.
Com 75 deputados, a bancada
do PMDB é a segunda maior da Câmara – atrás apenas da bancada do PT, com 88
parlamentares. Na próxima terça-feira (11), o grupo realiza novo encontro para
avaliar o impacto político da decisão da última semana e discutir a pauta que o
partido quer colocar no Congresso.
"Ou o governo muda de
postura ou o partido não tem que estar dentro do governo. A minha proposta é
devolver todos os cargos que o PMDB ocupa hoje, não só os de ministro. Sou a
favor de uma postura independente nas votações no Congresso", disse o
deputado Osmar Terra (RS), integrante da corrente do PMDB que faz mais oposição
ao governo.
Ao anunciar a não indicação
dos novos ministros, o líder do partido, deputado Eduardo Cunha (RJ), declarou
na última quarta-feira que o apoio ao governo permaneceria, mas reconheceu o
desejo contrário de ala mais radical no partido.
"Nossa posição nesse
momento é estarmos apoiando o governo sem cargos [...]. Uma minoria que foi
vencida queria uma decisão mais radical. Nós vamos continuar debatendo",
declarou.
Para um dos vice-líderes do
PMDB na Câmara, Danilo Forte (PE), a reunião de terça-feira servirá para o
partido afirmar o interesse em pautas que contrariam o governo, principalmente,
pelo impacto nos cofres públicos.
"Tem a questão da lei da
emancipação municipal [que permite a criação de municípios], que foi vetada e
precisaremos analisar o veto em breve. E a proposta do piso salarial para os
agentes de saúde", disse Forte.
Para Osmar Terra, a reunião de bancada poderá definir afastamento ainda maior em relação ao governo. "A decisão de quarta-feira foi um grito de alerta. O PMDB está dizendo que está insatisfeito com essa aliança. Se precisar avançar, vamos avançar na entrega de todos os cargos", declarou.
Para Osmar Terra, a reunião de bancada poderá definir afastamento ainda maior em relação ao governo. "A decisão de quarta-feira foi um grito de alerta. O PMDB está dizendo que está insatisfeito com essa aliança. Se precisar avançar, vamos avançar na entrega de todos os cargos", declarou.
O deputado Darcísio Perondi
(RS), também integrante da corrente de maior oposição ao governo, disse não
acreditar na possibilidade do fim da aliança entre PT e PMDB, apesar das
divergências nos estados para o lançamento de candidaturas próprias nas
eleições deste ano. O parlamentar, no entanto, afirma que pode haver um
"endurecimento" das reações do PMDB ao governo.
"Ruptura não vai
acontecer, mas digo que pode haver endurecimento. Acho que o PMDB não sai do
governo, mas existe uma crise que precisa ser gerenciada [...]. Se não houver
avanços, a inconformidade da bancada vai crescer, o que compromete as
alianças", declarou Perondi. Para o parlamentar, além de cargos no
governo, o PMDB quer o reconhecimento de propostas defendidas pela sigla.
“Parece que as propostas do
PMDB para o governo não são aceitas, e a bancada está assustada, sentida e com
medo de ficar reduzida depois das eleições”, declarou.
Fonte: G1
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