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Deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) |
A ameaça do PP em indicar Jair Bolsonaro à Comissão de Direitos Humanos da
Câmara dos Deputados levou um grupo de mulheres da UJS (União dos Jovens
Socialistas) a promover um "beijaço" nos corredores da Casa na tarde
desta terça-feira (11). Segundo elas, o ato serviu para pressionar os
parlamentares a não entregarem a comissão nas mãos do deputado.
Conhecido pelas posições conservadoras e ataques a
movimentos gays, Bolsonaro também circulava no local do protesto, perto da
entrada da sala da Presidência da Casa, onde ocorria a reunião fechada de
líderes dos partidos para definir a questão.
De forma exaltada, Bolsonaro disse, em entrevista a
jornalistas, que via o presídio de Pedrinhas, onde ocorreram dezenas de mortes
de presos desde o ano passado e reacendeu a discussão sobre o caos
penitenciário, como "a única coisa boa do Maranhão".
"A única coisa boa do Maranhão é o presídio de
Pedrinhas. É só você não estuprar, não sequestrar, não praticar latrocínio que
tu não vai para lá. Vai dar vida boa para aqueles canalhas?", questionou
aos brados.
O deputado aproveitou para sair em defesa das
maiorias dizendo que o entendimento de que a associação de direitos humanos às
minorias era equivocada. "Minha proposta é defender direitos da maioria e
não da minoria. (...) Minoria tem que se calar, se curvar à maioria",
afirmou. "Quando eu falo em pena de morte é que uma minoria de marginais
aterroriza a maioria de pessoas decentes", falou.
Ele afirmou também que não pretende fazer distinção
de raça para debater políticas públicas de inclusão. "Eu, caso seja
presidente da comissão, serei daltônico, todos terão a mesma cor. (...) O que
um negro está sofrendo agora para que a gente possa melhorar com projetos aqui?
Por que um filho de nordestino deve ter menos direitos do que um
afrodescendente?"
"Quando eu falo em pena de morte é que uma
minoria de marginais aterroriza a maioria de pessoas decentes. Quando se fala
em menor vagabundo, como esse que foi preso num poste no Rio de Janeiro, você
tem que ter uma política para aprisionar esses caras, buscar a redução da
maioridade penal e não defender esses marginais como se fossem excluídos da
sociedade, são vagabundos."
O deputado disse ainda que pretende defender
planejamento familiar, com a redução da idade mínima dos 25 anos para os 18
anos para fazer vasectomia ou laqueadura, entre outras propostas
polêmicas. "Quero buscar uma maneira de falar para a sociedade que
eles foram enganados com o Estatuto do Desarmamento, só desarmou os cidadãos de
bem, os marginais continuam armados", disse.
De acordo com Bolsonaro, o líder do PP vai apoiar
seu nome para o comando da comissão, mas a eleição que escolhe quem vai
presidir o colegiado depende da ordem de escolha entre os partidos. Atualmente,
a Câmara tem 21 comissões permanentes --são nesses colegiados que os projetos
temáticos são analisados primeiramente. As escolhas das comissões seguem o
tamanho das bancadas. O PT, maior bancada, tem direito a três comissões, por
exemplo.
Fonte: Uol
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