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Governador Roseana |
Com a aprovação do projeto de lei nº 012/2014 de autoria do
deputado estadual Edilázio Júnior (PV), na Assembleia Legislativa – que
regulamenta o processo de eleição indireta para os cargos de governador e
vice-governador do estado – o Maranhão poderá ter duas eleições para o
Executivo estadual em apenas seis meses.
O primeiro pleito pode ocorrer de
forma indireta na Assembleia entre os meses de março e abril, caso a
governadora Roseana Sarney (PMDB) se afaste para uma eventual disputa de vaga
no Senado Federal. O segundo pleito, coordenado pela Justiça Eleitoral,
ocorrerá em outubro, quando, além do governador, serão eleitos deputados
estaduais, deputados federais, senadores e presidente da República. A
movimentação de grupos políticos já é intensa nos bastidores e visam às duas
eleições.
Legislações federal e estadual regulamentam a
necessidade da eleição indireta em caso de vacância do cargo de governador nos
dois últimos anos de mandato e quando não houver vice-governador. É o caso do
Maranhão.
Há no meio político a expectativa de que a
governadora deixe o posto para a disputa do Senado. Isso seria necessário
porque a Justiça determina como prazos de desincompatibilização de cargos para
quem disputará a eleição no mesmo ano, o mês de abril. E como já não existe
mais a figura do vice-governador, uma vez que Washington Oliveira foi eleito,
também pela Assembleia, conselheiro de contas do Tribunal de Contas do Estado
(TCE) do Maranhão, é obrigatória a eleição indireta na Casa.
Na última quinta-feira, o projeto de lei nº
012/2014 foi aprovado em primeiro e segundo turno no parlamento e levado à
sanção do Executivo, após ajustes no texto feitos pela Comissão de
Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).
O projeto estabelece as regras gerais para a
eleição indireta para governador e vice-governador do Estado. Ainda há a
necessidade, no entanto, da regulamentação de como se dará todo o processo,
como as exigências mínimas para registro de candidatura, eventuais impugnações
e prazos da própria eleição. Isso ocorrerá por meio de uma Resolução
Legislativa, encaminhada ao plenário pela Mesa Diretora da Casa.
Com a possível saída da governadora Roseana Sarney
do governo, quem assume imediatamente o Executivo Estadual é o presidente da
Assembleia, deputado Arnaldo Melo (PMDB), por um prazo de 30 dias, período em
que a Assembleia vai preparar a eleição indireta.
Nestas condições, o eleito governaria o Estado até
o fim do ano – com a prerrogativa de poder concorrer novamente ao cargo na
eleição de outubro, numa reeleição para mais quatro anos de mandato.
Candidatos – Arnaldo Melo é um dos cotados pelo
grupo governista para ser o chamado “governador tampão”, eleito de forma
indireta pela Casa. Para que isto ocorra, no entanto, o próprio Arnaldo deverá
seguir os tramites da Resolução Legislativa de inscrição de candidatura, e
colocar o seu nome na disputa. O processo então passaria a ser comandado pelo
vice-presidente da Casa, deputado Max Barros (PMDB), que posteriormente
assumiria o comando do Legislativo Estadual.
Além de Arnaldo, surgem como prováveis candidatos
do grupo governista para a eleição indireta o pré-candidato ao Governo e
secretário de estado da Infraestrutura, Luis Fernando Silva (PMDB) e o
secretário-chefe da Casa Civil, João Abreu (PMDB).
Apesar das especulações de bastidores, nem o
próprio Arnaldo, tampouco João Abreu ou Luis Fernando admitem a disputa na
eleição indireta e condicionam uma provável candidatura à decisão do grupo
político. O grupo ainda discute o cenário.
SEIS SE PREPARAM PARA A SUCESSÃO DE
OUTUBRO
A eleição do mês de outubro, que será comandada
pela Justiça Eleitoral, poderá ter até seis candidatos ao Governo do Estado.
Além dos dois maiores grupos, o governista com o PMDB e o da oposição com o
PCdoB, há uma ala oposicionista com o PPS, a ultraesquerda com o PSTU, a também
ultraesquerda com o PSOL e o PPL, que ainda tenta a formação de aliança
política para o pleito.
Pré-candidato do grupo governista, o secretário de
estado da Infraestrutura Luis Fernando Silva (PMDB), é um dos candidatos no
pleito.
Luis Fernando conta com o apoio de todo o grupo
política da governadora Roseana Sarney (PMDB), são 16 partidos políticos ao
todo, e da base governista na Assembleia Legislativa. Não há no grupo
manifestações contrárias ao pré-candidato.
Ainda presidente da Embratur, o pré-candidato
Flávio Dino (PCdoB), ao contrário do peemedebista, ainda não conseguiu obter o
apoio de toda a oposição em torno de seu nome. Tem um pré-acordo com o PSB e
com PDT, mas a formação de chapa e a negociação com outros partidos ainda podem
esvaziar a sua pré-candidatura.
O PSB, que ainda negocia com outra pré-candidata,
quer espaços na chapa majoritária – candidatura ao Senado, do comunista. O PDT,
por sua vez, quer espaços na chapa na condição de candidato a vice-governador.
A negociação de Dino com o PSDB e uma possível ida do PT para o seu palanque
também pode afastar o PSB e o PDT.
Outra pré-candidatura é a da deputada estadual
Eliziane Gama, do PPS. A popular socialista, no entanto, ainda não conseguiu
fechar aliança política. Ela tenta atrair o PSB e o PSDB para o seu palanque.
O PSTU lançou na quarta-feira o nome de Saulo
Arcangeli para a disputa da eleição. O partido ainda tenta fechar a frente de
esquerda com o PSOL e o PCB.
ENTENDA O CASO
- Num processo de eleição indireta conduzido pelo
Poder Legislativo, apenas têm direito a votos os 42 deputados estaduais,
representantes do povo;
- É a Assembleia que define as regras da eleição –
quem pode registrar candidatura, prazos para impugnações e data da eleição;
- Para ser considerado eleito, o candidato precisa
obter a maioria simples dos votos – ou 22 votos em plenário.
- O governador eleito indiretamente tem as mesmas
prerrogativas do eleito pelo voto popular, inclusive com a possibilidade de reeleição.
Fonte: O Estado do Maranhão
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