Acusado pelo
presidente Nicolás Maduro de ser um dos autores intelectuais da onda de
violência no país, Leopoldo López se apresentou às forças de segurança nesta
terça-feira, minutos depois de terminar seu discurso em marcha organizada em
Caracas; ele afirmou que se sua entrega servir para "despertar"
o povo e para os venezuelanos conseguirem uma mudança, "valerá a pena"
Acusado
pelo presidente Nicolás Maduro de ser um dos autores intelectuais da violência
por trás dos protestos da semana passada na Venezuela, o dirigente opositor
Leopoldo López se entregou nesta terça-feira (18/02). Minutos depois de
terminar seu discurso na marcha organizada em Caracas, às 12h20 (13h50, horário
de Brasília), López apresentou-se a membros da Guarda Nacional do país.
Com
uma camisa de mangas compridas, López afirmou que se sua entrega servir para
"despertar" o povo e para os venezuelanos conseguirem uma mudança,
"valerá a pena". Havia uma ordem de prisão contra o líder opositor.
O
dirigente, que conduz uma campanha denominada "A Saída", na qual se
propõe à população ir às ruas para uma mudança de governo, é acusado pelo
presidente venezuelano Nicolás Maduro de ser o autor intelectual da violência
que provocou três mortes nos protestos da última quarta-feira (12/02).
"Hoje
eu me apresento a uma Justiça injusta, corrupta, que não julga de acordo com a
Constituição e as leis. Mas, no dia de hoje também, me apresento antes de vocês
com meu mais profundo compromisso de que se encarceramento vale para o
despertar de um povo, para que a Venezuela se desperte definitivamente e que a
maioria dos venezuelanos que queiramos mudança possamos construí-las em paz e
democracia, pois valerá a pena", expressou López.
Imagens
exclusivas transmitidas pela emissora Globovisión mostram o momento, em que já
dentro de uma unidade policial e cercado por efetivos, López fala à população
por meio de um alto-falante com fio, pedindo tranquilidade. "Peço de
coração que permitam que saiamos daqui em paz e tranquilidade" para dar
continuidade "à luta para resgatar a Venezuela", expressou.
INÍCIO - Cerca das 10h da
manhã do horário local, uma multidão já se reunia no local onde a marcha teve
início. "Estou aqui para apoiar o Leopoldo López. Estamos mais organizados
e ele é uma das cabeças mais destacadas da oposição, é o líder agora", disse
a Opera Mundi Ruben García, de 32 anos, que trabalha com engenharia civil.
Segundo
ele, que mora em Valencia, no estado venezuelano de Carabobo, os manifestantes
não podem pedir uma mudança de governo, "porque isso seria um golpe de
Estado", mas sim que o governo mude lineamentos, como "a gestão da
economia e o ataque à empresa privada".
Para
Solange Alcaza, de 57 anos, as pessoas que antes se reuniam em torno do líder
opositor Henrique Capriles passaram a se reunir ao redor de López. "Mas o
problema não é Leopoldo e Capriles, mas a escassez, a insegurança, os problemas
nos hospitais", disse, que tem um comércio de tecidos e afirmou que está a
ponto de falir por falta de matéria-prima.
"Queremos
viver em uma Venezuela melhor. Espero que o governo reaja às manifestações e
acabe renunciando", disse Génesis Hernández, de 18 anos, que acaba de se
formar no ensino médio e quer estudar direito. "Infelizmente, não há outra
opção. Um golpe de Estado seria violento, se eles [governo] querem paz, que o
façam numa boa", disse.
Génesis
foi à marcha acompanhada de sua irmã, Grecia Hernández, de 25 anos.
Publicitária, explicou estar no local porque, segundo ela, o governo é quem
promove a violência. "Eles são os violentos", disse, ressaltando que
o protesto estava sendo realizado pacificamente. Segundo ela, é preciso sair de
casa, apesar do medo de que alguma coisa acontecesse durante a manifestação.
Paralelamente
ao ato convocado por López, uma grande manifestação chavista rumava ao Palácio
de Miraflores, sede presidencial, no centro de Caracas. Por essa razão, López
mudou o ponto de partida de sua manifestação.
Fonte: Brasil 247
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