Cardozo e Temer foram ao Senado para entregar
mensagem da presidente. Tópicos incluem sistema eleitoral, coligações e voto
secreto no Congresso.
A presidente Dilma Rousseff sugeriu nesta terça-feira (2) que o
plebiscito sobre a reforma política aborde ao menos cinco temas: financiamento
público ou privado de campanha, sistema eleitoral (voto proporcional ou
distrital), continuidade ou não da suplência para senador, fim ou não do voto
secreto em deliberações do Congresso e continuidade ou não de coligações
partidárias proporcionais. A mensagem
foi entregue ao Senado pelo
ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e pelo vice-presidente da República,
Michel Temer.
Cardozo disse ainda que a decisão final sobre os
temas e a realização do plebiscito cabe ao Congresso e que a mensagem
presidencial traz apenas "sugestões".
Entenda os temas propostos por
Dilma:
1- FINANCIAMENTO DE CAMPANHA
Consulta a forma de financiamento de campanha eleitoral: pública, privada ou mista. |
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COMO É HOJE
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PARA O QUE
PODE MUDAR
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- O
financiamento de campanha é misto. O
financiamento público ocorre por meio do fundo partidário, com parte dos
recursos proveniente do Orçamento da União. Já o privado se dá por meio de
doações de empresas e pessoas físicas
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- Financiamento
público exclusivo com teto de gastos: os partidos e candidatos ficam proibidos de receber dinheiro de pessoas físicas e jurídicas e um teto é estipulado
- Financiamento
público aliado a fundo nacional: as empresas ficam proibidas de doar diretamente aos candidatos e partidos, mas podem contribuir para um
fundo, que passa a ser gerido pelo TSE
- Financiamento
público com teto para pessoas físicas: apesar da proibição de doação por parte de
empresas, as pessoas físicas poderão dar dinheiro a partidos ou políticos,
desde que respeitado um limite
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2- DEFINIÇÃO DO SISTEMA ELEITORAL
Questiona se o atual sistema proporcional com lista aberta deve ser mantido ou se o esquema passa para voto distrital, distrital misto, o chamado "distritão" ou em 2 turnos. |
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COMO É HOJE
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PARA O QUE
PODE MUDAR
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- Para
presidente, senador, governador e prefeito, o sistema é o majoritário (em um
ou dois turnos). Vence aquele que for o mais votado
- Para
deputado e vereador, o sistema é o proporcional com lista aberta. É possível votar tanto no candidato como
na legenda, e um quociente eleitoral é formado, definindo quais partidos ou
coligações têm direito de ocupar as vagas em disputa. Com base nessa conta, o mais bem colocado de cada partido
entra
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A discussão
está centrada no Legislativo (com a exceção do Senado) e as possibilidades
são:
- Majoritário ("distritão"): vencem os mais votados, independente do partido; acaba com o quociente eleitoral - Proporcional com lista fechada: o voto é no partido, que organiza uma listagem; o vencedor é definido pela ordem na relação - Proporcional com lista flexível: o partido monta uma lista com candidatos, mas o eleitor também pode escolher um nome; os votos da legenda vão para o político que encabeçar a lista - Distrital: os estados e as cidades são divididos em distritos, que escolhem seu representante por maioria - Distrital misto: é a combinação do distrital com o proporcional (podendo ser esta segunda parte eleita ou em lista aberta ou em lista fechada) - Em dois turnos: primeiro o eleitor define quantas cadeiras cada partido terá e depois escolhe o nome |
3- SUPLÊNCIA DO SENADO
Pergunta se os eleitores querem ou não a continuidade da existência da suplência. |
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COMO É HOJE
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PARA O QUE
PODE MUDAR
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- Eleitor
vota em chapa com um titular e dois suplentes, que exercem o mandato em caso de afastamento do principal para
assumir cargo de ministro, secretário, prefeito, chefe de missão diplomática
temporária ou no caso de renúncia morte ou cassação
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- Redução
dos suplentes:cada titular
teria apenas um substituto
- Fim dos suplentes
- Sem
familiares: proibição da
eleição de suplente que seja cônjuge, parente consanguíneo ou afim do
titular, até o segundo grau ou por adoção
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4- COLIGAÇÕES PARTIDÁRIAS
Discute a manutenção ou não de coligação entre partidos nas eleições proporcionais. |
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COMO É HOJE
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PARA O QUE
PODE MUDAR
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- É permitido
que os partidos façam coligaçõesnas eleições proporcionais
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- Proibição
das coligações: os partidos
ficam proibidos de fazer coligações nas eleições proporcionais (admitindo-se
apenas na eleição majoritária)
- Federações
partidárias com tempo definido: os partidos poderão se juntar nos estados desde que cumprido um
tempo mínimo (de quatro anos, por exemplo)
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5- VOTO SECRETO NO SENADO
Avalia se os eleitores querem o fim do voto secreto ou não em decisões no Congresso. |
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COMO É HOJE
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PARA O QUE
PODE MUDAR
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- Votações
como perda de mandato e eleição de Mesa Diretora no Congresso são feitas
de maneira secreta
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- Voto
aberto: válido para
todas as decisões dos parlamentares
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Fonte: G1
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