Ex-presidente discursou para alunos da Universidade Federal do ABC. Lula
disse que se orgulha por ter feito da fome tema central dos debates.
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Lula
participa de palestra em universidade do ABC
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
comentou ontem (18) a participação dos jovens em manifestações de rua que
acontecem pelo país. "Viva o protesto. De protesto em protesto a gente vai
consertando o telhado", disse Lula, que discursou para uma plateia formada
por estudantes da Universidade Federal do ABC (UFABC), em São Bernardo do
Campo.
Falando diretamente aos estudantes, ele relacionou
as manifestações com sua própria trajetória política. "De protesto em
protesto, um dia vocês vão chegar à Presidência da República", afirmou.
Para ele, o brasileiro está indo às ruas em busca de mais conquistas. "Na
Europa, os protestos são para não perder o que conquistaram. No Brasil,
protestos são para conquistar mais."
O ex-presidente pediu aos jovens que "não
neguem a política". "Não existe nada pior do que a negação da
política. Toda vez que vocês estiverem p da vida com o Lula, com a Dilma ou com
o [Luiz] Marinho (prefeito de São Bernardo), não neguem a política. E muito
menos neguem os partidos. Em vez de negar a política, entrem vocês na
política", disse.
O discurso de Lula encerrou a Conferência Nacional
"2003 - 2013: Uma nova política externa", da universidade em São
Bernardo do Campo. Os jornalistas não puderam acompanhar o evento no auditório
e assistiram à palestra através de um telão ao ar livre.
Em coluna de opinião distribuída pelo "New
York Times" nesta terça-feira (16), Lula afirmou que os protestos de rua
no país se trataram de um movimento para "aumentar o alcance da democracia
e encorajar o povo a atuar mais completamente".
POLÍTICA EXTERNA - Sobre o tema da conferência, Lula disse que se orgulha de ter
colocado a fome como tema central da política externa em seus mandatos. Lula
iniciou a conversa com estudantes ressaltando a importância da escolha de Celso
Amorim como ministro das Relações Exteriores.
Ele lembrou sua visita aos Estados Unidos no início
do governo, apontando que se mostrou crítico à guerra do Iraque. Segundo Lula,
à época ele disse que a guerra do Brasil era contra a fome. O ex-presidente
brincou com a plateia e disse que continua viajando. "É um jeito de
não encher o saco da [presidente] Dilma", afirmou.
Além da centralidade do tema fome em suas ações diplomáticas, Lula disse que o período recente vivido na América Latina foi o mais progressista e de esquerda. Ele lembrou que foi nesta época a primeira reunião dos países latinos sem a presença de EUA e do Canadá.
Além da centralidade do tema fome em suas ações diplomáticas, Lula disse que o período recente vivido na América Latina foi o mais progressista e de esquerda. Ele lembrou que foi nesta época a primeira reunião dos países latinos sem a presença de EUA e do Canadá.
Lula não quis comentar o fato de o Brasil não ter
concedido asilo ao ex-técnico de inteligência Edward Snowden, mas elogiou o
rapaz. "Acho que esse rapaz esta prestando um serviço à democracia ao
denunciar um país presidido por um homem como Obama. Espero que ele não tenha
ouvido minhas conversas. Acho que esse cara (Snowden) merece respeito",
disse sobre o homem que revelou programas secretos de espionagem dos EUA.
O último discurso público do ex-presidente havia
sido em 4 de julho, em viagem à Alemanha. Depois disso, ele cumpriu agendas
internas no Instituto Lula. No Brasil, o petista falou publicamente pela última
vez em 13 de junho, durante um evento em Curitiba.
VOLTA DO CÂNCER - O ex-presidente aproveitou a palestra para negar qualquer retorno do
câncer. "Tem muito boato de que eu estou com metástase porque fui ao
hospital visitar Marcelo Déda. Primeiro que, se eu tivesse, jamais esconderia.
Graças a Deus não tenho mais câncer. Vou fazer exame em agosto, se tiver serei
o primeiro a falar para a imprensa que eu tenho."
Ele desabafou sobre os boatos. "Não é correto
que algum canalha imbecil fique na internet escrevendo essas coisas",
afirmou o ex-presidente.
Fonte: G1
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