PSDB, PT e demais partidos estão no centro da disputa pelo
apoio as candidaturas que devem concorrer às eleições de 2014. Cobiça está
relacionada ao tempo de propaganda partidária que eles dispõe
Os grandes partidos do país
sempre são os mais cobiçados em aliança para candidatura majoritária, não por
nenhum motivo ideológico ou de proximidade, mas pelo mais prático: o tempo que
eles possuem na propaganda eleitoral de rádio e televisão.
Os cinco maiores
partidos dominam quase metade de todo o tempo de propaganda que é distribuído
proporcionalmente entre as maiores bancadas federais. Por isso, no Maranhão, PT
e PSDB, que estão entre os que contam com mais tempo partidário e não vislumbram
ter candidatura própria, são disputados pelos dois principais pré-candidatos ao
governo do Estado: Luís Fernando Silva (PMDB) e Flávio Dino (PCdoB).
A
disputa pela aliança com os partidos com maiores tempo de televisão é tão
pragmática que no Maranhão, os dois principais pré-candidatos lutam por aliança
com dois partidos que a nível nacional são
os mais antagônicos da política nos últimos 20 anos.
O
grupo ligado à governadora Roseana Sarney (PMDB), que deve lançar o secretário
estadual de Infraestrutura, Luís Fernando Silva como candidato a governador, tem hoje o PT como
aliado e busca, além de manter a legenda da estrela vermelha, colocar o PSDB em
sua coligação. O prefeito de Imperatriz, Sebastião Madeira (PSDB) é o principal
interlocutor dentro do seio tucano que busca a aliança com os peemedebistas.
“Por enquanto não há nada definido no PSDB.
Eu continuo
defendendo a aliança com o PMDB e à candidatura de Luís Fernando, caso seja
confirmada. Há outras correntes no partido, mas a minha posição é essa”,
afirmou Madeira.
Já o grupo de
oposição, que terá como candidato o presidente da Embratur, Flávio Dino
(PCdoB), também busca uma aliança com o PSDB. A relação entre os comunistas e
os tucanos ficou muito estremecida após a eleição municipal do ano passado,
quando Flávio apoiou a candidatura de Edivaldo Holanda Júnior (PTC) em São
Luís, que acabou derrotando o tucano João Castelo. O “trunfo” do comunista é o
ex-governador José Reinaldo Tavares (PSB). O socialista tem sido o principal
articulador da candidatura do comunista nos bastidores da política maranhense.
Ele tem trabalhado para que os tucanos estejam no palanque do comunista. “O
PSDB tem dois minutos e pouco. É o maior tempo na oposição. O Flávio tem que
ter de cinco a seis minutos e sem o PSDB não conseguiremos”, disse Zé Reinaldo.
A
preocupação se dá por conta, que o partido comunista dispõe de apenas 32
segundos, que somado aos outros que anunciam a possibilidade de coligação, não
chegariam nem a três minutos. Enquanto que o candidato da governadora, só com o
PMDB já é superado os três minutos, em 2014, Roseana chegou a incrível marca de
16 minutos e 5 segundos de tempo de televisão, uma ótima oportunidade de exposição midiática.
Os tucanos vivem o
dilema de aliança com Flávio, com Luís Fernando ou candidatura própria, porém,
tem dificuldade para encontrar um nome para a disputa. Mas se saíssem sozinhos,
os tucanos já teriam pelos dois minutos e um segundo somente do tempo
proporcional.
O PT é a legenda
com o maior tempo de televisão. Com uma bancada eleita de 85 deputados
federais, o partido dos Trabalhadores teria três minutos e 18 segundos de tempo
proporcional caso lançasse candidato sem coligar com nenhuma legenda.
O problema do PT é
ainda maior que o do PSDB, pois os petistas sentem falta de um nome para
indicar a uma improvável candidatura própria. Hoje, a legenda tem no
Washington, vice-governador do Estado, o seu nome de maior expressão no estado,
que defende a manutenção da aliança com o PMDB. Porém, se valoriza como a
menina dos olhos de Flávio Dino e Luís Fernando.
O partido ainda não
tem definida uma reedição da aliança com o PMDB e as eleições internas da
legenda em novembro decidirão muito sobre a aliança do partido. Enquanto
Washington Oliveira puxa o desejo da reedição da dobradinha com o PMDB. O grupo
do deputado estadual Bira do Pindaré apoia aliança com o PCdoB. Neste cenário,
o grupo de deputado estadual Zé Carlos da Caixa aparece como fiel da balança na
decisão dos petistas.
Outros partidos - Porém além de PSDB
e PT, existem outras legendas que dispõe de um bom tempo de televisão que não
vislumbra candidatura própria é o PSB. O partido hoje comandado pelo prefeito
de Timon, Luciano Leitoa, chegou a cogitar candidatura própria no início deste mês,
mas caminha para o apoio a Flávio. Caso tivesse mesmo candidatura própria, os
socialistas teriam um minuto e 19 segundos de tempo proporcional mais o tempo
dividido igualitariamente.
Divisão do
tempo - O horário eleitoral
gratuito é calculado dividindo um terço do tempo total de 30 minutos
igualitariamente entre todos os concorrentes (ou seja, 10 minutos) e dois
terços do tempo proporcionalmente ao número de representantes na Câmara dos
Deputados de cada partido (ou seja, 20 minutos).
No caso de coligação,
considera-se o resultado da soma do número de representantes de todos os
partidos políticos que a integrarem. Para isso, os juízes eleitorais devem
tomar como critério a representação de cada partido político na Câmara dos
Deputados na eleição passada. Seguindo a lógica normal, o PSD não teria direito
a tempo já que foi fundado em 2011 e, portanto, não elegeu ninguém em 2010.
No entanto, o
Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que todos os partidos com representação
na Câmara dos Deputados entrariam na divisão do tempo de propaganda, mesmo que
seus parlamentares tenham sido eleitos por outra legenda. A brecha aberta pelo
Supremo pode alterar ainda o tempo com a possível criação da Rede Sustentável,
caso a nova legenda comporte número significativo de deputados federais.
Fonte: O Imparcial on-line
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