Infraero tinha pedido suspensão da greve de funcionários do setor. Pela decisão, todos os operadores de tráfego aéreo devem trabalhar.
A greve deflagrada hoje atingiu mais de 60
aeroportos
|
O presidente do Tribunal Superior do Trabalho
(TST), ministro Carlos Alberto Reis de Paula, decidiu nesta quarta-feira (31)
que a greve de funcionários da Infraero
em diversos aeroportos do país pode
continuar, mas impôs limites. Ele determinou que devem trabalhar 100% dos
funcionários do tráfego aéreo, 70% dos empregados nas áreas de segurança e
operações, além do percentual mínimo de 40% entre os demais empregados. A greve deflagrada nesta quarta atingiu mais de 60
aeroportos e foi responsável por atrasos e decolagens pelo país.
Carlos Alberto Reis de Paulo estabeleceu multa de
R$ 50 mil por dia ao Sindicato Nacional dos Aeroportuários (Sina), que
representa a categoria, no caso de descumprimento da decisão. A decisão foi tomada após pedido da Infraero para
suspender a greve. A empresa pública que administra os aeroportos pediu ainda
multa diária de R$ 100 mil no caso de descumprimento e queria que o TST
considerasse a paralisação "abusiva e ilegal".
A Infraero destacou, no pedido, que não foram
respeitadas todas as possibilidades de negociação antes da greve. O presidente do TST rejeitou esse argumento e
agendou uma audiência de conciliação para o próximo dia 6 de agosto, às 14h,
para negociação entre empresa e empregados.
MOTIVO DA PARALISAÇÃO - A paralisação, segundo o sindicato, é para protestar contra a
proposta de acordo coletivo que a Infraero fez para a categoria. Segundo um dos
diretores do Sina, Samuel Santos, a paralisação é por tempo indeterminado.
"Se não houver proposta da Infraero, a greve continua." O salário
médio de um aeroportuário hoje, afirma, gira em torno de R$ 1.600. Os grevistas pedem, entre outras coisas, aumento
salarial de 16% e ganho real nos benefícios como auxílio-creche, alimentação
e combustível.
A Infraero afirma que as negociações do acordo
coletivo ainda estão em andamento. A atual proposta da Infraero é de reajustar
a remuneração dos funcionários em 6,4%, mas esse valor pode mudar nas
negociações, informa o órgão. A estatal também oferece correção nos benefícios
de acordo com a inflação acumulada no período da última atualização. Samuel Santos diz ainda que estão previstas
assembleias dos funcionários da Infraero na parte da tarde nos aeroportos que
estão em greve. De acordo com o diretor, estão parados funcionários que atuam
em áreas como vigilância e fiscalização de pátio.
A greve não atinge aeroportos administrados por
concessionárias, como Cumbica, em Guarulhos, Viracopos, em Campinas, e Juscelino Kubitschek, em Brasília. Segundo o Sina, as
concessionárias já negociaram o acordo coletivo com seus funcionários. A Infraero tem cerca de 13,6 mil funcionários. Com
a paralisação, a empresa diz ter montado um plano de remanejamento de
funcionários para manter os serviços essenciais durante o dia.
Fonte: G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário