Ser político governista é, por vezes, respirar o ar do Executivo sem
sentir a execução. O senador Jorge Viana (PT-AC) se deu conta disso da pior
maneira. Num dia, discursou contra o “casuísmo”. Noutro dia, viu seu partido
fechar questão a favor do projeto que submete os novos partidos a um
torniquete. E ainda teve de digerir um sapo chamado André Vargas (PT-PR), que
coaxou: “O partido tem que ter uma posição unificada, respeitar a posição da
maioria. Tem que expulsar o Jorge Viana.”
Tentando manter a
espinha ereta e a cabeça acima do pescoço, Jorge Viana disse o seguinte numa entrevista ao Jorge Paulo Celso
Pereira: “Não sou da base do governo, sou da bancada do governo. Mas, com a
experiência que vivi de prefeito e governador, sempre petista, toda vez que eu
vir que, para a nossa história, para o meu partido e para o nosso governo, o
melhor caminho não é o que estão apontando, vou pegar o melhor caminho, e o
farei de maneira pública…”
Sobre o partido que a amiga Marina Silva tenta pôr em pé, o senador
declarou: “O Rede Sustentabilidade é algo novo, que vem legitimado em
movimentos sociais e que se soma ao esforço de resgatar o respeito dos partidos
e da política. O surgimento de um partido que traz uma liderança como a Marina
é legítimo e tem que ser até saudado.”
Tomado pelas palavras, Viana parece aconselhar a Dilma Rousseff que se
afaste dos que acham que a vida fica mais fácil quando você asfixia os que
podem torná-la mais difícil: “Qualquer tentativa de mexer em regras que afetem
candidaturas como de Marina ou de Eduardo [Campos, do PSB] não nos diz
respeito, porque estamos governando o Brasil, e bem. Se a gente erra a mão
nisso, a gente torna vítima quem não é, e nos distanciamos daquilo que a gente
sempre defendeu.” Beleza. Agora só falta combinar com os russos domésticos. E
com a russa, naturalmente.
Fonte:
Blog do Josias de Souza
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