O
ex-governador José Reinaldo Tavares (PSB) está convencido de que Flávio Dino
(PCdoB) é o grande nome das oposições para vencer a eleição para o Governo do
Maranhão em 2014.
Aos 74 anos de idade, o ex-governador gosta de analisar a
conjuntura política do país e dedica especial atenção aos indicadores que
revelam a real situação econômica e social do Estado. Com a experiência de quem
conhece os dois lados do rio – governo e oposição –, Zé Reinaldo vê com
desalento os resultados do governo de Roseana Sarney, mas ele não consegue
esconder que é um grande entusiasta da campanha de Flávio Dino ao governo do
Maranhão.
Em entrevista exclusiva ao Jornal Pequeno, Zé Reinaldo afirma
que acredita que as oposições maranhenses, apesar de suas costumeiras
divergências, estarão todas unidas em 2014 e esta unidade se dará em torno do
nome de Flávio Dino.
“O Flávio é um homem preparadíssimo para ser o governador do
nosso Estado e eu acho que ele tem diante de si a grande oportunidade de ganhar
esta eleição, porque a população quer votar nele”, declara Zé Reinaldo. Eis a
entrevista que concedeu ao JP:
Jornal Pequeno – O PSB enfrentou graves
disputas internas nas últimas eleições. O senhor está bem no partido ou está
cogitando sair dele?
José Reinaldo Tavares – O PSB é um partido que tem um candidato a
presidente da República. Eduardo Campos, governador de Pernambuco, é um homem
de muita tradição na política, muito inteligente, muito preparado e muito
competente. Como governador de Pernambuco, ele vem fazendo um governo
admirável. O salto que Pernambuco deu – um Estado que estava estagnado alguns
anos atrás, vendo a Bahia avançar e o Ceará chegando perto. Hoje Pernambuco é o
Estado líder do Nordeste.
De forma que eu vou ter uma conversa com o presidente do nosso
partido, Eduardo Campos, e depois me decidir, ver o que eu vou fazer. Mas eu me
sinto bem dentro do PSB, porque é um partido que não tem dono. Eu vejo muitas
declarações de pessoas falando que o PSB vai fazer isto, vai fazer aquilo. O
PSB, durante todo o tempo que estou lá, sempre decidiu as coisas no voto. Os
componentes do PSB é que decidem os rumos do PSB. No momento, com a candidatura
do Eduardo Campos, que é o presidente do nosso partido, quem manda no partido
hoje é o Eduardo Campos. Ele vai precisar de um palanque aqui.
Então o partido estará com esta pessoa que formará o palanque
para ele. Não tem dúvida nenhuma. Então não adianta a Roseana tentar levar o
partido, alguns pensarem em agradá-la dizendo que vão levar o partido para lá.
Porque não vai levar. Quem vai decidir é o Eduardo. E o Eduardo não vai ficar
ao lado de Roseana, de maneira nenhuma. Porque Roseana vai apoiar a Dilma e o
Eduardo vai ser uma outra candidatura. Pelo menos, é o que está esboçado até
agora.
JP – Na sua avaliação, há um risco de o PSDB
ir compor com o grupo Sarney em 2014?
José Reinaldo – O PSDB é um partido muito importante para a
oposição. Sempre foi, sempre esteve junto da oposição. É o partido que, dentre
os partidos da oposição, é o que tem o maior tempo de televisão, é o que tem
maior estrutura no Estado. De forma que é um erro nós pensarmos numa campanha
para governador, sem pensar no PSDB.
A meu ver, e se dependesse de mim, eu estaria trabalhando era
para trazer o PSDB para fortalecer esta luta, com todos os outros partidos da
oposição. Inclusive porque nós vamos precisar deste tempo de televisão. O
governo virá com um tempo imenso. E a gente sabe que o governo mente muito na
televisão. As propagandas deles não têm parâmetro na realidade. E nós
precisamos de tempo para mostrar a realidade para a população.
Eu acho que a chave para conseguir que o PSDB esteja conosco é o
ex-governador e ex-prefeito João Castelo. Ele é um grande quadro da oposição.
Eu convivi com ele em 2006, sei da importância que ele teve para a vitória que
obtivemos em 2006. Eu acho que a gente tem que deixar de lado as querelas de
eleições recentes e passar a pensar no futuro, porque vamos precisar unir a
oposição.
JP – A fusão do PPS com o PMN acrescenta algum
fato novo à política no Maranhão?
José Reinaldo – Eu acho que esta fusão não vai ter efeito.
Porque os partidos do governo acham que isto é prejudicial à campanha pela
reeleição da presidente Dilma. E vão colocar todo tipo de empecilho. Não
adianta um partido que não tenha direito a tempo de televisão e que não tenha
direito ao Fundo Partidário. Então, não vai atrair ninguém desta maneira. E já
passou uma lei na Câmara, que agora só falta ser aprovada no Senado, exatamente
para impedir que esta fusão se materialize.
JP – Como o senhor analisa a disputa que vai
se dar em 2014, no Maranhão, pela vaga ao Senado
José Reinaldo – O Senado é muito importante. Se eu tivesse
sido eleito, por exemplo, em 2010, as coisas seriam muito diferentes aqui.
Porque eu teria hoje um convívio muito grande com o governo federal, poderia
influir e corrigir muitas das coisas erradas que são feitas aqui. Mas vejo aí
um açodamento e eu até digo que estou aprendendo muito com política.
Porque o que se fala é que os candidatos ao Senado na eleição de
2014 foram escolhidos na eleição para prefeito em 2012. Eu nunca tinha visto
isto. Quer dizer: estou aprendendo estas coisas inusitadas aqui no Maranhão. Eu
não vejo o menor sentido nisto, mesmo porque nós não podemos ficar apenas com
aqueles partidos. Nós temos que pensar é em ampliar a coligação. E estes cargos
– de governador, de senador – tem de ser discutidos com todos os partidos que
vão fazer parte da base do nosso candidato, que deve ser Flávio Dino.
Então, não vejo sentido neste açodamento agora. Se nós todos nos
unirmos em torno do nosso candidato, o Flávio, que é muito forte, nós teremos
chance de ganhar de qualquer pessoa aqui, para o Senado inclusive. Então, nós
temos é que nos unir. Esta é a chave da vitória.
JP – O seu projeto para 2014 é sair candidato
ao Senado?
José Reinaldo – Se for dentro deste quadro de composição,
para fortalecer a candidatura do nosso candidato a governador, e uma composição
entre todos os nossos partidos, e a aceitação de todos, eu irei, se for assim.
Se não for assim, se for dividido, se for mais de um, aí nós não teremos chance
nenhuma de eleger o senador, e a oposição vai se ressentir disto no futuro.
JP – O senhor acredita que a governadora
Roseana Sarney irá sair candidata ao Senado?
José Reinaldo – Não tenho dúvida de que ela sairá candidata,
por duas coisas. Primeiro: com a saída do Sarney do quadro político nacional, a
família precisa de um senador ligado à base do governo, para defender os
interesses comerciais, e todos os tipos de interesse da família. E também, se
não tiver um senador da família, quem vai tomar conta da política é Lobão, que
é o senador que terá mais quatro anos pela frente. E eles não pensam jamais em
entregar para Lobão tudo aquilo que o Sarney há 50 anos vem fazendo. Não vejo
nenhuma alternativa para Roseana que não seja sair candidata ao Senado.
JP – Então o senhor acha que o senador Sarney
não será mais candidato?
José Reinaldo – Eu acho que o Sarney tem condições
políticas, mas não terá condições eleitorais de ser candidato a senador pelo
Amapá, em 2014. Hoje, lá no Amapá, além de João Capiberibe, cujo filho é o
governador do Estado, há outro nome, que é o senador Randolfe Rodrigues, do
PSOL, que é a grande liderança hoje do Amapá, e que acabou de eleger o prefeito
de Macapá. E aqui no Maranhão, muito menos. O que trava o Sarney, pelo orgulho
que ele tem e pela biografia que ele quer escrever, é que ele jamais encerrará
sua carreira política com uma derrota. Para ele isto não cabe. De forma que eu
acredito que ele não irá se expor a uma candidatura onde ele tem grandes
chances de perder.
JP – E o senador Edison Lobão, ao seu modo de
ver, ainda tem chance de sair candidato ao Governo do Maranhão?
José Reinaldo – Acho que o Lobão tem muitas chances. Não
acredito que Luís Fernando vá se tornar realmente este candidato que o Jorge e
a Roseana estão querendo fazer. Ele tem dificuldades na classe política. E eu
estou vendo e estou sabendo, por meio de pessoas que são minhas amigas, que
este governo itinerante, por exemplo, que foi feito para montar a candidatura
do Luís Fernando virou um fiasco.
A governadora chega lá prometendo uma porção de coisas e
assinando papéis. O pessoal bate palmas. Mas um político diz baixinho um para o
outro: vou votar é para o Flavio Dino. De modo que eu não acredito nesta
candidatura afastada de uma sensibilidade política maior. Acredito que o
candidato do Sarney, se o Lobão tiver saúde, é o Lobão. Se o Lobão não tiver
saúde, é o João Alberto. Eu acho que o Luís Fernando é o terceiro dentro da
linha, mesmo porque ele divide muito. No próprio governo, há muitos políticos
que não preferem Luis Fernando de maneira nenhuma.
JP – Quais são, de fato, as chances que Flávio
Dino tem de se eleger governador do Maranhão?
José Reinaldo – Quando o Flávio Dino veio conversar comigo,
à época em que eu era o governador em 2006, ele me disse que havia cumprido
todo o ciclo, dentro da magistratura, e que como juiz ele ajudava uma pequena
parcela da população no Maranhão, que entrava em demanda e que ele podia
ajudar. E que como político – ele ainda não falava ainda no sonho de ser
governador – ele podia ajudar muita gente, de uma vez. Confesso que não vi nele
uma grande liderança política, naquele momento. Mas eu via nele aquele líder
carismático, o estadista que o Maranhão estava precisando. O homem que veio da
política estudantil e que se acostumou a fazer justiça. Aquilo estava e está
imbuído nele. E o Maranhão precisa muito de justiça nas ações do governo.
De forma que eu acredito que o Flávio é um homem preparadíssimo
para ser o governador do Estado e eu sempre o incentivei, sempre, a se
candidatar a cargos majoritários, depois que ele se elegeu deputado, com um
sucesso extraordinário no Congresso Nacional. Eu ia à Câmara Federal e todo
mundo me falava dele. Ele ficou conhecido no Brasil inteiro. E hoje todo mundo
sabe quem é o Flávio Dino.
Eu sempre o incentivei a concorrer às eleições aqui – para
prefeito e para governador. De forma que com ele foi criada, durante todo esse
tempo, pela própria presença dele na política, essa urgência que hoje a
população tem pela renovação, pela mudança. Quem encarna isso, a única pessoa
que eu vejo que realmente hoje encarna isso no Maranhão é Flávio Dino.
Fonte: Blog do John Cutrim
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