Ao contrário do que ocorria no ano passado, hoje o salário mínimo deixou
de ser suficiente para comprar duas cestas básicas.
O aumento dos preços da cesta básica voltou a corroer o poder de compra
das pessoas que ganham o salário mínimo, invertendo uma tendência que marcou
quase todo o período do governo Lula e o início da gestão Dilma.
Nos 12 meses encerrados em março, o valor da cesta básica nas principais
capitais teve a maior alta dos últimos dez anos. Em São Paulo, subiu 23,1%,
segundo o Dieese. No Rio, aumentou 22,7%; em Brasília, 22,5%, e em Salvador,
32,6%. Já o salário mínimo avançou apenas 9% no período.
Até então, o que vinha ocorrendo era o inverso: o salário mínimo ganhava
poder de compra em cima da cesta básica ano após ano, com exceção de uma
pequena perda em 2010, mais do que compensada em 2011 e 2012.
PREÇOS INFLADOS - Nos últimos 12 meses, no entanto, houve uma alta significativa, e a
proporção subiu para 54%. Em outras palavras, ao contrário do que ocorria no
ano passado, hoje o salário mínimo deixou de ser suficiente para comprar duas
cestas básicas.
A tendência é de que, no ano que vem, a situação piore por causa da
política de aumento do mínimo, que leva em conta o PIB (Produto Interno Bruto)
de dois anos antes. Em 2014, o reajuste vai se basear no crescimento econômico
de apenas 0,9% registrado em 2012.
Um fator que ajudaria a reverter essa trajetória seria a volta dos
investimentos dos empresários, se ocorrer. Caso a produção aumente, o problema
será atacado duplamente. Primeiro, pela maior oferta de produtos, o que contém
alta de preços. Segundo, pela expansão da atividade econômica, que é usada no
cálculo do reajuste do salário mínimo.
Fonte: UOL
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