Já são intensas as movimentações nos bastidores do PT,
visando ao Processo de Eleições Diretas (PED), que será realizado em novembro
de 2013 e vai definir a composição dos novos diretórios municipais, estaduais e
o nacional.
No início uma boa experiência de democracia interna, o PED
transformou-se em um balcão de negócios com as filiações em massa de novos
petistas, sem qualquer critério, apenas para fazer número e votar mediante
favores de todos os tipos.
Em meio a esse cenário de degeneração, poucos petistas ainda
se distinguem, tentando fazer do PED algum momento de debate sobre o partido.
No Maranhão, onde tudo é possível, três vias disputam o
PT. Vejamos:
WO & Sarney
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WO, Roseana e Monteiro: a imagem da decadência do PT no Maranhão |
O grupo de Roseana Sarney
(PMDB), liderado pelo vice-governador Washington Oliveira (WO), terá como
candidato a presidente do diretório estadual Raimundo Monteiro, que concorre à
reeleição.
A candidatura de
Monteiro representa a reedição da aliança com a oligarquia Sarney em 2014.
Existem vários subgrupos em
torno de WO, alguns muito insatisfeitos com o fracasso da aliança com o PMDB,
que só serviu para desmoralizar o PT.
A situação piorou depois que WO
abandonou as candidaturas do partido nas eleições de 2012 e concentrou-se em São
Luís, mendigando um quarto lugar.
Os subgrupos insatisfeitos
podem dar um revés na candidatura de Monteiro, contrariando os interesses de
WO, que só pensa na vaga de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Augusto Lobato e a Resistência
Petista
As tendências que formam a Resistência Petista dialogam para
uma convergência à candidatura de Augusto Lobato, atual vice-presidente do PT
estadual.
Bem situado no campo progressista, Lobato participou
recentemente do encontro nacional da tendência Mensagem ao Partido e foi bem
recebido pelas lideranças nacionais como o governador do Rio Grande do Sul,
Tarso Genro, e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.
É predominante na candidatura de Augusto Lobato
a proposta de alinhamento do PT com a candidatura de Flavio Dino (PCdoB) ao
governo do Maranhão.
O trânsito nacional de Lobato, combinado com a capilaridade
da Resistência Petista, podem levá-lo à cadeira principal do PT.
Henrique e o gabinete de Zé Carlos
O gabinete do deputado estadual Zé Carlos apresenta a
candidatura do jornalista Henrique Silva. Ele integra a mesma tendência de WO
(Construindo um Novo Brasil), mas diverge do vice-governador sobre os rumos do
PT em 2014.
Chefe do gabinete de Zé Carlos, Henrique defende
uma candidatura própria do PT para o governo do Maranhão e vem sensibilizando o
deputado estadual Bira do Pindaré para liderar a chapa petista em 2014.
Bira não topa. Está focado na renovação do mandato, mas
Henrique insiste na candidatura própria do PT e tem outros nomes a propor.
O gabinete de Zé Carlos vive dilemas. O deputado é da base
de Roseana Sarney, mas nem sempre vota com o governo. E também não está
alinhado à reedição da aliança com o PMDB.
No segundo turno...
O diagnóstico das três candidaturas aponta WO alinhado à
oligarquia Sarney e duas posições contrárias: Augusto Lobato pregando aliança
com o PCdoB e Henrique Silva na defesa de candidatura própria do PT.
O PED estabelece dois turnos na eleição de presidente do
diretório estadual. Está implícito um acordo entre Henrique Silva e Augusto
Lobato. O nome que passar ao segundo turno terá o apoio do outro.
Nesse cenário, dificilmente Monteiro será o presidente do
PT, configurando mais uma derrota a WO.
Presidentes e chapas
Raimundo Monteiro, Augusto Lobato e Henrique Silva são as
principais candidaturas à presidência do diretório estadual. Podem surgir
outras de menor peso político, mas com poder de barganha nas negociações de
bastidores.
Além das candidaturas presidenciais, o PED também é
disputado por chapas. A votação proporcional de cada chapa compõe o quadro de
vagas nos diretórios.
Portanto, não é somente a eleição de presidente que garante
a hegemonia no PT. Terá maioria o grupo ou frente que conseguir eleger o
presidente e ter maior representatividade nas chapas aliadas.
Intervenção
No final de tudo o vencedor ou vencedores podem acabar
derrotados pela intervenção do diretório nacional, como ocorreu em 2010.
Não há nenhuma segurança de que as decisões tomadas no PT do
Maranhão sejam mantidas. Sarney telefona para Lula/Zé Dirceu e fabrica outro
resultado.
E ponto final!
Fonte:
Blog do Ed Wilson
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