Brasil e desta forma garantiu o retorno do processo democrático na
política brasileira
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José Sarney, ao lado de parlamentares, entre eles
Ulisses Guimarães
(2º d), durante cerimônia de posse como Presidente da
República
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“Ninguém governa o tempo
que governa. Há tempos medíocres em que se administra apenas o cotidiano. Há tempos
de desordem em que se busca a ordem. Há tempos de fartura e há tempos de
escassez. Poucas vezes temos que administrar e conviver com a História ao mesmo
tempo. Governei quando as decisões eram escolhas de rumos e mudanças”, senador
José Sarney (PMDB) relembrando o início de seu governo a frente da presidência
do Brasil, mediante a
morte de Tancredo Neves, na época eleito presidente de forma indireta, e a
transição democrática após 21 anos de Ditadura Militar.
Vinte e oito anos atrás
a democracia no Brasil era restabelecida, esta situação foi consolidada através
de um dos mais ilustres maranhenses, o qual era efetivado no cargo presidente
do Brasil num momento delicado de transição de um regime de exceção a que os
militares haviam submetido o país desde março de 1964, para um processo de
redemocratização que ainda se conduzia no país. O conciliador Tancredo Neves,
eleito de forma indireta, mas com grande apelo popular, seria o protagonista
das mudanças desejada pelos brasileiros desde as campanhas pelas “Diretas”,
onde se lutava pelo retorno as eleições democráticas e diretas para a
presidência, além da liberdade de imprensa.
Doente e adiando para
depois da posse uma cirurgia no intestino, Tancredo dizia que só aceitava ser
operado se o presidente Figueiredo transmitisse o poder a Sarney. Foi quando as
vésperas da posse, Tancredo teve que ser internado e coube ao então
vice-presidente José Sarney, a tarefa de administrar e conviver com a história:
“Na forma da Constituição Federal assumi a presidência da República, na impossibilidade de fazê-lo o Senhor Presidente Tancredo, a quem tenho absoluta certeza, dentro de poucos dias entregarei o Governo”, discursou Sarney na posse em 15 de março de 1985, quando ainda se acreditava na recuperação de Tancredo, que seria o primeiro presidente civil depois de 21 anos de ditadura militar.
Mas Tancredo morreu em 21 de abril, depois de 38 dias de internado e Sarney governou o Brasil por cinco anos. Na posse o ex-presidente militar João Figueiredo recusou-se a passar a faixa presidencial por acreditar que Ulysses Guimarães deveria assumir, além da insatisfação por Sarney ter deixado o PDS e fortalecer movimento de redemocratização na Aliança Democrática.
“Na forma da Constituição Federal assumi a presidência da República, na impossibilidade de fazê-lo o Senhor Presidente Tancredo, a quem tenho absoluta certeza, dentro de poucos dias entregarei o Governo”, discursou Sarney na posse em 15 de março de 1985, quando ainda se acreditava na recuperação de Tancredo, que seria o primeiro presidente civil depois de 21 anos de ditadura militar.
Mas Tancredo morreu em 21 de abril, depois de 38 dias de internado e Sarney governou o Brasil por cinco anos. Na posse o ex-presidente militar João Figueiredo recusou-se a passar a faixa presidencial por acreditar que Ulysses Guimarães deveria assumir, além da insatisfação por Sarney ter deixado o PDS e fortalecer movimento de redemocratização na Aliança Democrática.
“Também posso dizer que
fui um presidente que assumiu com todas as condições para não terminar o seu
mandato”, declarou Sarney em um discurso publicado no livro “Vinte anos de
Democracia”, de sua autoria. O maranhense ilustre explica que na época não
tinha um grande partido, não havia feito a composição do Ministério e não
conhecia os programas de governo. No mesmo livro admite:
“Sempre dizia a Tancredo Neves que eu me preparava para ser o vice-presidente
fraco de um presidente forte”.
A efetivação democracia através de José Sarney
Ao relembrar o episódio da morte de Tancredo, o peemedebista descreve: “Ás 3 h, o general Leônidas Pires me telefonou dizendo: ás 10 horas, o senhor vai assumir a presidência da República (...) e eu perguntava: o que vai acontecer? O que vamos ter? O que vai acontecer comigo?”, conta Sarney que destaca este como um momento inesquecível de sua vida e carreira política.
A efetivação democracia através de José Sarney
Ao relembrar o episódio da morte de Tancredo, o peemedebista descreve: “Ás 3 h, o general Leônidas Pires me telefonou dizendo: ás 10 horas, o senhor vai assumir a presidência da República (...) e eu perguntava: o que vai acontecer? O que vamos ter? O que vai acontecer comigo?”, conta Sarney que destaca este como um momento inesquecível de sua vida e carreira política.
José Sarney que havia
sido deputado federal, governador, senador e por ser liderança do PSD havia
sido escolhido por Tancredo Neves para ser seu vice, relembra a pressão de
Aureliano Chaves para aceitar o convite: “Não se exclua! Se você não for o
vice-presidente eu não farei a Aliança Democrática.” O próprio Tancredo,
segundo Sarney teria respondido sobre a possibilidade de escolher outro nome: “Mas você conhece o mapa
da mina do PDS”.
A dificuldade para
governar seria manter “o projeto cauteloso de transição” de Tancredo que tinha
na ocasião grande cacife político por conta do apoio popular, diferente de
Sarney: “Eu não. Eu chegava desamparado à presidência, numa verdadeira
armadilha do destino”, escreveu o ex-presidente.
Em busca de forma uma
base popular e legitimar seu governo, Sarney lançou o Programa “Tudo pelo
Social” com programa de distribuição de leite para população mais humilde; vale
refeição; vale-transporte; seguro-desemprego. No campo político legalizou o
Partido Comunista e convocou a Constituinte unicameral: “Quem melhor
compreendeu essa estratégia foi o PT, que aproveitou esses espaços
para se consolidar, enquanto os partidos de talhe tradicional disputavam
posições de governo em vez de apoiá-lo em um programa e pacto para a
transição”, destaca Sarney.
Mas a articulação mais
importante para garantir a governabilidade e legitimar-se era em relação as
Forças Armadas, “a única instituição capaz de exibir uma posição de força”,
frisa Sarney que garantiu isso, mantendo os militares nos quartéis,
profissionalizando-os e integrando-os a vida nacional: “A abertura tem que ser
feita com as Forças Armadas, e não contra as Forças Armadas”, negociou o
ex-presidente colocando-se como defensor dos militares na ocasião para garantir
a governabilidade e democracia política.
José Sarney governou até
15 de março de 1990, quando passou a faixa ao vitorioso na primeira eleição
direta pós-ditadura no Brasil, Fernando Collor de Mello.
Sobre o episódio, o
historiador Benedito Buzar destaca que dentre os numerosos adjetivos dedicados
à figura humana de José Sarney nenhum se encaixa mais a ele do que o de
conciliador: “Ninguém esquecerá as responsabilidades que pesaram sobre os seus
ombros naquele dia em que assumiu definitivamente a Presidência da República,
quando, com tirocínio e competência, soube realizar a transição política da
fase ditatorial para a tão esperada democracia, sem sobressaltos e atropelos.”,
comenta Buzar que ainda acrescenta: “Foram tempos difíceis e complicados, mas
Sarney soube transpô-los e fazer o Brasil novamente retornar ao caminho da
liberdade, do progresso e da justiça social”, assegurou.
Fonte: O Imparcial
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