Na semana passada abordei os
problemas da oposição que são decorrentes da eleição de prefeito em São Luís,
principalmente brigas internas, ou seja, nada que muita conversa e entendimento
não possa resolver.
Problemas grandes são o da
oligarquia, que está em ritmo de inventário, típicos de quem está saindo do
ramo devagarinho. As coisas começam a acontecer sem controle, pois as pessoas
começam a pensar mais em si próprias do que no grupo, do qual começam a duvidar
da longa sobrevivência.
Roseana Sarney, enfadada no exercício
do cargo, não preparou sua saída do governo. Agora a nova ordem parece ser a de
uma candidatura dela ao senado para cuidar dos interesses da família, que teme
ficar sem proteção política. É preciso um Sarney para defender os interesses
maiores da família, que são muitos e diversificados. De toda a ordem, inclusive
pessoais. E isso só pode ser feito com mais força por uma senadora do bloco do
governo.
Com efeito, não é mais prioridade
máxima manter o governo para o comando do clã. E na família só ela mantém
chances reais de se eleger para o senado.
Dessa forma, o que era prioridade
antes, já não é mais, e o que não era antes, agora é. Parece então definido que
ela não ficará até o fim do mandato no cargo, o que seria importante para a
eleição do governador.
Recapitulando, a eleição para
governador passa a ser prioridade dois e a de senador agora é um. Isso não quer
dizer que não se empenharão muito para eleger o seu candidato ao governo. Não
entregarão os pontos.
Por isso, confusão é grande e Luís
Fernando balança e ficará sabendo que o que importa sempre é o interesse da
família. O atual secretário da Casa Civil como candidato na verdade divide o
grupo. Lobão torce o nariz, assim como Ricardo Murad e muitos outros. O senador
Sarney não parece ser grande fã dessa alternativa e agora parece não contar
mais com o empenho de Roseana Sarney, que se acontecer assim, terá que sair do governo
para se desincompatibilizar.
Com a saída de Max Barros da
Secretaria de Infraestrutura - a iniciativa parece ser toda dele e não uma
determinação de Roseana- a governadora resolveu escolher logo Luís Fernando
para o lugar, o que mostra a todos que já não se importa tanto com a
candidatura dele ao governo. É claro que
o candidato não poderia assumir esse cargo, pois a consequência é que terá que
dizer não a grande maioria dos prefeitos, pois não dá para atender a todos, que
querem asfaltar a sua cidade, além de outras obras.
O risco é grande nesse cargo e em vez
de ganhar apoios,
pode-se perdê-los, o que é muito ruim para o candidato. Ele sabe disso, tanto
que tentou indicar para esse cargo outro secretário do atual governo, esse
disposto a passar por cima de tudo para ajudá-lo, mas para sua surpresa a
governadora não aceitou a indicação. Convenhamos, não é tratamento que se dê a
um candidato tão badalado. Portanto, a confusão está implantada no seio do
governo. E o candidato, meio desnorteado.
Max resolveu sair para não se
aborrecer em cargo de tanta responsabilidade, com as inevitáveis pressões -
algumas indecorosas - que lhe cairiam no colo se permanecesse secretário
durante a campanha. Preferiu se resguardar, pois o seu perfil sempre foi o de
seriedade. Não combinaria com o seu caráter. E preferiu sair.
Fica indefinido quem assumirá o
governo após a desincompatibilização de Roseana seis meses antes do pleito no
ano que vem. Washington, que tem o direito de assumir o mandato, está sendo
tentado a aceitar uma vaga no TCE. Usam o PT, mas dar o governo a ele, nem
pensar. Podem querer colocar as mágoas de fora e isso nem pensar.
Então a vez é de Arnaldo Melo, presidente da Assembleia e segundo na sucessão.
Eles também têm o pé atrás com Arnaldo, mais como tirá-lo? Pediriam
para algum outro conselheiro da corte de Contas ir para casa, a fim de também
oferecerem uma vaga para Arnaldo Melo? Possível, mas complicado. E ele
aceitaria e perderia a chance de ser governador de fato e de direito? Um
coroamento em sua carreira?
Tudo muito desarrumado e complicado.
Como será?
Nesse quadro caótico, eu tenho
uma quase certeza: o candidato do senador José Sarney ao governo do estado será
seu amigo de longas datas, senador João Alberto. Acostumado à luta e com
trânsito na classe política vai para o que der e vier e, em caso de derrota,
tem ainda quatro anos de mandato de senador.
Tudo muda, se Lobão tiver condições
de concorrer. Tem a preferência do senador José Sarney, embora não a de Roseana
e de Jorge Murad. Mas tem a de Ricardo Murad, o homem ativo do governo.
Enfim, não há dúvidas de que o
governo tem muito mais problemas graves a resolver do que a oposição para a
eleição de 2014.
Do Blog de Zé Reinaldo Tavares
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