Estudo inédito do Ministério da Saúde também revela
que 49% das agressões estão associadas ao uso do álcool. Homens de 20 a 39 anos
são as principais vítimas.
Estudo realizado pelo Ministério da Saúde em
hospitais públicos revela que o consumo do álcool tem forte impacto nos
atendimentos de urgência e emergência do Sistema Único
de Saúde (SUS). O levantamento aponta que uma em cada cinco vítimas de trânsito
atendidas nos prontos-socorros brasileiros ingeriram bebida alcoólica. O estudo
também mostra que 49% das pessoas que sofreram algum tipo de agressão
consumiram bebida alcoólica. As principais vítimas são homens com idade entre
20 e 39 anos.
Os dados fazem parte do VIVA (Vigilância de
violências e acidentes), estudo realizado pelo Ministério da Saúde em 71
hospitais que realizam atendimentos de urgência e emergência pelo SUS. Foram
ouvidas 47 mil pessoas em todas as capitais e no Distrito Federal. Os dados
foram coletados em 2011 e analisados no ano passado. O ministro da Saúde,
Alexandre Padilha, e o ministro das Cidades em exercício, Alexandre Cordeiro
Macedo, apresentaram os principais resultados nesta terça-feira (19), em
Brasília.
Padilha reforçou a importância de se obter
informações qualificadas em saúde para que as ações de prevenção e de
intervenção sejam cada vez mais eficientes. “Estas informações que apresentamos
aqui têm papel decisivo para que tenhamos, nós e
todos os demais órgãos federais, estaduais e municipais, mais segurança para
agir. Também vamos utilizá-las em nossas campanhas de conscientização de motoristas,
passageiros e pedestres”, ressaltou.
PERFIL DAS VÍTIMAS – O levantamento revela que
entre as pessoas envolvidas em acidentes de trânsito, 22,3% dos condutores,
21,4% dos pedestres e 17,7% dos passageiros apresentavam sinais de embriaguez
ou confirmaram consumo de álcool. Entre os atendimentos por acidentes, a
faixa etária mais prevalente foi a de 20 a 39 anos (39,3%).
As vítimas mais acometidas por agressões estão
nessa mesma faixa etária – 20 a 39 anos – e representam 56% dos casos. Em 2011,
28.352 homens com idade entre 20 a 39 anos foram assassinados e 16.460 perderam
a vida no trânsito, o que corresponde a quase metade de óbitos registrados
nesta faixa etária, 31,5% e 18,3%, respectivamente.
O VIVA também mostra que a proporção do consumo de
bebida alcoólica entre os pacientes homens foi bem superior ao das mulheres:
54,3% dos homens que sofreram violência e 24,9% dos que sofreram acidente de
trânsito tinham ingerido álcool, enquanto os índices entre as pessoas do sexo
feminino foram de 31,5% e 10,2%, respectivamente.
O ministro em exercício das Cidades destacou que a
Lei Seca, em vigor no país desde 2008, já começa a incitar mudanças
significativas, como a redução de 24% das mortes no período do Carnaval 2013
(comparado ao do ano anterior). “Temos uma guerra no trânsito e isso tem de
acabar. Fiscalização, legislação efetiva e ações de conscientização são
importantes para termos um trânsito seguro”, destacou Macedo.
VIDA NO TRÂNSITO – Para apoiar estados e municípios
a orientar condutores sobre o risco da combinação entre o álcool e direção, o
Ministério da Saúde desenvolve o Projeto Vida no Trânsito. As cinco
capitais brasileiras que participam do projeto (Curitiba, Teresina, Belo
Horizonte, Campo Grande e Palmas) reduziram, entre 2009 e 2011, o percentual de
atendimentos de vítimas de acidentes alcoolizadas nas emergências dos
prontos-socorros.
Uma das ações do projeto Vida no Trânsito é a
qualificação dos sistemas de informação sobre acidentes, feridos e vítimas
fatais. Com o banco de dados atualizado, os gestores de saúde podem identificar
os fatores de risco e os grupos de vítimas mais vulneráveis nos respectivos
municípios, assim como os locais onde o risco de acidente é maior.
Em setembro de 2012, o Ministério autorizou o
repasse de R$ 12,8 milhões para os 26 estados, o Distrito Federal, todas as
capitais, além de Guarulhos e Campinas. No total, foram cerca de R$ 25 milhões
para as ações do Projeto Vida no Trânsito.
Ascom/Ministério da
Saúde
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