O desafio de PT e PMDB para
acertarem alianças regionais é muito mais complexo do que parece. As
divergências se espalharam por todo o Brasil e afetam diretamente a candidatura
de políticos peso pesados.
No
Amapá, o PT local é contra o apoio à reeleição do senador José Sarney (PMDB-AP)
para mais um mandato de oito anos no Senado. O diretório local quer lançar a
vice-governadora Dora Nascimento (PT) para a vaga, o que diminuiria
significativamente as chances do ex-presidente da República em conseguir um
novo mandato.
O
tamanho político de Sarney faz com que a questão do Amapá ganhe impacto
nacional; afinal, ele é um dos principais nomes do PMDB e sempre foi aliado do
governo petista. Mas o diretório do PT do Amapá deseja que a parceria chegue ao
fim.
Apesar
de ser senador pelo Amapá há 24 anos, Sarney é constantemente criticado por ser
muito mais ligado ao Maranhão, onde mora, do que ao Estado que lhe dá uma
cadeira no Congresso.
"Não
é que a gente seja bairrista, mas preferimos muito mais apoiar um candidato que
esteja aqui no Amapá”, afirma o deputado estadual Joel Banha (PT-AP),
presidente estadual do partido, em entrevista ao blog.
O
deputado diz que a relação de Sarney com o PT local está extremamente
desgastada e acha que o partido precisa aproveitar a oportunidade para eleger
um senador petista nessa vaga. “Hoje, Sarney está tão desgastado no Amapá, que
qualquer candidato que se lance contra ele vai derrotá-lo”, aposta. “O PT tem o
direito de pleitear essa vaga para o Senado até porque é uma estratégia
nacional do partido aumentar nosso número de representantes no Congresso”,
acrescenta.
Joel
Banha disse que o partido vai aguardar a reunião do diretório nacional, no
próximo dia 20, em Brasília, para saber o futuro político do PT no Estado. “Não
queremos apoiar a reeleição de Sarney para o Senado”, diz. “Achamos que a vice
governadora Dora Nascimento é o melhor nome para vencer essa eleição e defendo
que seja a candidata”, conta.
Tanto
Banha quanto Dora reconhecem a importância do projeto nacional de reeleger a
presidente Dilma Rousseff. E a vice governadora diz que está preparada para a
situação que o comando nacional do PT decidir. “Sou dirigente do PT nacional e
estou preparada para qualquer missão que meu partido desejar”, afirmou em
mensagem trocada com esse blog.
Se o
PT nacional barrar a proposta de lançamento da candidatura de Dora ao Senado,
não vai significar que o diretório do Amapá apoiará sua campanha à reeleição.
“Se isso ocorrer, a Dora será candidata à reeleição como vice-governadora na
chapa do governador Camilo Capiberibe (PSB). O PT não lançará candidato ao
Senado mas também não vai apoiar o nome de Sarney nem fazer campanha por ele”,
afirmou.
Fonte: Jorge Vieira
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