O Ministério
da Educação (MEC) mudou este ano algumas regras do Programa Universidade para
Todos (ProUni) e do Fundo
de Financiamento Estudantil (Fies). No Fies, o contrato passa a ser
casado ao Fundo de Garantia de Operações de Crédito Educativo (Fgeduc), antes
opcional. No ProUni, a isenção fiscal passa a ser feita com base nas vagas
preenchidas e não mais nas vagas ofertadas, como era até o fim do ano passado.
O Fgeduc
existe desde 2009. O fundo cobre a partir de 80% dos contratos não cumpridos.
Para isso, a mantenedora paga uma taxa de 5,63% sobre o total do financiamento
mensalmente, ou 6,25% da parcela das operações de financiamento. Sem o Fgeduc,
caso o estudante ficasse inadimplente, a instituição pagava 15% do valor.
Para os estudantes, a adesão ao Fgeduc faz com que seja dispensada a necessidade de fiador, o que facilita a contratação do Fies. Para as instituições, os custos aumentam, mas segundo entidades do setor, os dois programas ainda são atrativos. Procurado, o Tesouro disse que não comentaria o impacto nas contas públicas.
Para os estudantes, a adesão ao Fgeduc faz com que seja dispensada a necessidade de fiador, o que facilita a contratação do Fies. Para as instituições, os custos aumentam, mas segundo entidades do setor, os dois programas ainda são atrativos. Procurado, o Tesouro disse que não comentaria o impacto nas contas públicas.
O diretor de
Gestão de Fundos e Benefícios do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação
(FNDE), Antônio Corrêa Neto, disse que cerca da metade das instituições já
tinha aderido ao Fgeduc. “Com a mudança, quase a totalidade das instituições já
fez adesão ao Fgeduc e permaneceu no programa. O nosso objetivo é democratizar
ainda mais o acesso à educação
superior na medida em que a adesão favorece os estudantes de baixa
renda, que têm dificuldade de conseguir um fiador”.
Em encontro no
mês passado, as instituições particulares discutiram as mudanças. Segundo o
diretor executivo do Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos
de Ensino Superior do Estado de São Paulo (Semesp), Rodrigo Capelato, a participação não deve diminuir.
O cenário
atual é o seguinte: em média, 17% do total de alunos nas particulares contratam
o Fies, e o fundo representa em torno de 25% da receita das instituições. Já o
ProUni gera uma economia, em média, de cerca de 10% das despesas das
instituições. O impacto calculado por Capelato deve ser uma redução de 2% ou 3%
dessa economia, que é o percentual das vagas não preenchidas.
O professor de finanças públicas da
Universidade de Brasília (UnB) José Matias-Pereira explica que as alterações do
Fies podem ter sido feitas para facilitar o cumprimento da meta de superávit
primário. “O governo está desenvolvendo ações no sentido de viabilizar o
superávit primário e quando mexe nesses fundos, certamente há um impacto
positivo”, explica.
“Por trás
desse financiamento existe um risco, o Estado aparece como avalista. Se não
houver pagamento, o Estado tem que honrar o compromisso. O que o governo está
tentando é retirar da responsabilidade do Tesouro determinadas rubricas”, disse.
Capelato
complementa dizendo que as mudanças vão possibilitar o pedido de mais créditos
para o Fies. De acordo
com ele, a promessa para este ano é R$ 3 bilhões em novos
financiamentos. Os beneficiados devem saltar para 1,6 milhão até o fim do ano.
Quanto às
mudanças no ProUni, Matias-Pereira avalia: “O governo entrou de maneira
descontrolada nessa área de isenção tributária e o que está tentando é fechar
essas torneiras para evitar que a arrecadação seja afetada”. Segundo ele, as
instituições deverão ter maior comprometimento com a oferta de um ensino de
maior qualidade e, dessa forma, atrair jovens para estudar na sua escola.
Fonte: O Imparcial
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