segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Sob aplausos, corpo de Eduardo Campos é enterrado em Recife

Após cortejo que durou mais de duas horas pelo Centro Histórico de Recife, o corpo de Eduardo Campos foi enterrado sob aplausos pouco depois das 18h30min do domingo (17) no cemitério de Santo Amaro. Os restos mortais do presidenciável, morto em acidente aéreo, foram colocados no jazigo da família, mesmo local onde foi enterrado o avô Miguel Arraes.
A cerimônia foi acompanhada por milhares de pessoas, que chegaram a se aglomerar em cima de árvores, sobre túmulos e alamedas para assistir ao enterro. A estimativa é de que pelo menos 160 mil pessoas participaram das despedidas ao político.

Ao chegar no local, o caixão foi recebido por fogos de artifício, palmas e gritos. Antes do enterro, foram entoadas as palavras: "Eduardo guerreiro do povo brasileiro". A cerimônia ainda foi antecedida por toque de clarinete e seguida por estouros de foguetes que duraram mais de 10 minutos e iluminaram o céu de Recife.
Próximos à cova, estavam apenas familiares e amigos. Houve chuva de flores. O último adeus ao pai, irmão, filho, tio, neto, sobrinho foi observado atentamente pela multidão, que gritava pedindo justiça e que as causas do acidente sejam esclarecidas. A esposa, Renata Campos, quatro dos cinco filhos do casal, a mãe, Ana Arraes — que estiveram ao lado do caixão desde a madrugada quando foi trazido de São Paulo — e o irmão, Antônio Campos, estavam entre os mais emocionados.

O clima eleitoral também esteve presente aos atos. A presidente Dilma Rousseff foi vaiada em frente ao palácio, mas logo palmas abafaram os críticos. No cemitério, houve gritos de "Fora Dilma, agora é Marina". Sob aplausos e 20 minutos de fogos de artifício, Campos foi enterrado.
Camisetas com a frase "Não vamos desistir do Brasil", frase dita pelo então presidenciável na véspera da morte, em uma entrevista ao Jornal Nacional, foi estampada em camisetas distribuídas ao público. Os familiares também vestiam a camiseta com os dizeres, que serão o slogan de campanha do PSB.
Inicialmente, a expectativa era que a cerimônia ocorresse às 17h. Porém, apenas às 16h45min o caixão deixou o Palácio do Campo das Princesas — onde foi realizado o velório — em um caminhão do Corpo de Bombeiros e seguiu em cortejo de dois quilômetros até o cemitério.

Coroas de flores e cartazes com fotos de Campos e os dizeres "grande como o Brasil, forte como Pernambuco" foram espalhados pelo cemitério.
Filhos de Campos usaram chapéus de palha, em uma referência à política do bisavô Miguel Arraes, em programa que empregava canasvieiros no período da entressafra na construção de pequenas obras públicas.
O enterro ocorreu mais de 100 horas depois do acidente que tirou a vida de Campos. Desde então, o cemitério passou por reparos para abrigar o ex-governador. Caravanas saíram do interior de Recife para acompanhar a cerimônia.

— Viemos prestar nossa solidariedade e agradecer tudo de bom que ele fez pela gente — disse Mikaela Kalina, 26 anos, que saiu da cidade de Ribeirão, a aproximadamente 100 quilômetro do Recife. Com ela, mais 300 pessoas foram à cidade na caravana de oito ônibus.
O auxiliar de serviços gerais José Fernando de Souza, que há mais de 40 anos trabalha no cemitério, disse que nunca tinha presenciado movimentação tão intensa em um sepultamento.

Com o sepultamento, o PSB busca unidade em torno do nome de Marina Silva para prosseguir na disputa à Presidência da República.

Fonte: zh.clicrbs

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