Texto havia sido negociado com o Planalto para que vetos fossem
evitados. Fazenda justificou que medida poderia ‘desequilibrar’ recursos
estaduais
A
presidente Dilma Rousseff vetou integralmente o projeto de lei aprovado no início do mês pelo Senado que definia critérios para
criação, emancipação e fusão de municípios. A decisão foi publicada na edição
desta quarta-feira (27) do “Diário Oficial da União”.
A proposta
havia sido elaborada após Dilma vetar integralmente, no ano passado, uma proposta semelhante, sob o
argumento de que aumentaria as despesas públicas. Diante da ameaça de derrubada
do veto pelo Congresso Nacional, a base aliada no Senado elaborou um novo
texto, em acordo com o governo federal, tornando mais rigorosos os critérios
para a emancipação de municípios.
Na
justificativa do veto, dirigida ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL),
a chefe do Executivo federal afirmou ter consultado o Ministério da Fazenda
sobre os possíveis efeitos da nova legislação. De acordo com Dilma, a pasta
apontou que, embora negociado entre o governo e os parlamentares, o texto
aprovado pelos congressistas geraria despesas para custear a criação dos novos
municípios, mas não condicionava as emancipações ao aumento de receitas.
“Ouvido, o
Ministério da Fazenda manifestou-se pelo veto ao projeto de lei complementar
pelas seguintes razões: Embora se reconheça o esforço de construção de um texto
mais criterioso, a proposta não afasta o problema da responsabilidade fiscal na
federação. Depreende-se que haverá aumento de despesas com as novas estruturas
municipais sem que haja a correspondente geração de novas receitas”, informou a
presidente.
Com a
decisão, o veto da presidente deverá ser analisado pelo Congresso em sessão
conjunta da Câmara e do Senado. Os parlamentares poderão manter o veto ou
derrubá-lo.
NOVO
PROJETO
- O texto enviado pelo Congresso Nacional ao Palácio do Planalto no início do
mês previa a exigência de 20 mil habitantes para a criação de municípios nas
regiões Sul e Sudeste, 12 mil, no Nordeste, e 6 mil, no Centro-Oeste e Norte. A
expectativa era de que fossem criados 200 novos municípios nos próximos cinco
anos com as novas regras.
Conforme a
redação do Legislativo, não haveria exigência de tamanho mínimo para a
emancipação dos municípios. De acordo com a proposta, o primeiro passo para a
criação de um município seria a apresentação, na Assembleia Legislativa, de um
pedido assinado por 20% dos eleitores residentes na área geográfica diretamente
afetada, no caso da criação ou desmembramento.
Após o
pedido, a Assembleia teria que coordenar um "estudo de viabilidade"
do novo município, que deveria comprovar, por exemplo, se na região havia
condições de arrecadação suficientes para sustento próprio.
Além disso,
um plebiscito deveria ser realizado e, se a maioria da população aprovasse a
criação do município, a Assembleia elaboraria e votaria uma lei estabelecendo o
nome e limites geográficos. A instalação do município se daria oficialmente com
a posse do prefeito e vice-prefeito.
Fonte: G1
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