Após
morte de presidenciável, Marina, que era vice, encabeçará chapa. Saiba
como se posicionaram sobre questões sociais e econômicas
Desde que
se uniram para disputar a eleição deste ano, Eduardo Campos e
Marina Silva evitaram explicitar divergências políticas e ideológicas.
Com a morte do ex-governador de
Pernambuco em acidente aéreo, a ex-senadora foi oficializada pelo
PSB como candidata a presidente. Ela afirmou que, se eleita, pretende manter os
compromissos assumidos por Eduardo Campos.
Veja abaixo
como os dois se posicionaram em relação a diferentes temas.
ECONOMIA - Campos e Marina defenderam a austeridade e o tripé macroeconômico adotado entre 1998 e 2006, na gestão
de Fernando Henrique Cardoso: metas de inflação, câmbio flutuante e superávit
fiscal.
BANCO
CENTRAL
- Os dois também pregavam a independência do Banco Central. Caso fosse eleito,
Campos pretendia consolidar a autonomia da autarquia através de uma lei que
desse um mandato de três anos ao presidente do BC, período em que ele não
poderia ser demitido. Marina defendia que é preciso dar autonomia ao Banco
Central, mas sem a necessidade de formalização dessa
medida. Após a oficialização de sua candidatura, Marina afirmou que os coordenadores da campanha analisam a
possibilidade de incluir no programa de governo uma proposta de formalizar essa
autonomia.
FATOR PREVIDENCIÁRIO - Durante a campanha da
presidência de 2010, Marina Silva afirmou que, se fosse eleita presidente, vetaria qualquer lei que extinguisse o fator previdenciário,
criado na gestão de Fernando Henrique Cardoso para dificultar a aposentadoria
precoce. Em entrevista ao G1, em 11 de agosto, Campos afirmou que sua equipe
estudava uma proposta sobre o assunto e que “é preciso um olhar para rever o fator
previdenciário”.
AGRONEGÓCIO - Durante a campanha, Campos afirmou algumas vezes que
sua legenda não tem “preconceito” contra produtores
rurais. À frente do governo de Pernambuco, ele estimulou o agronegócio e
o setor petroleiro. Marina, porém, sempre teve atritos com o agronegócio. Ela
defende que o setor seja mais produtivo e tenha certificação ambiental. Marina
também afirma que é possível desenvolver a Amazônia integrando todos os segmentos produtivos. “Não é preciso
abrir mão do agronegócio para ter agricultura familiar, abrir mão da indústria
para ter extrativismo”, disse durante a campanha de 2010.
CÓDIGO FLORESTAL - Em 2011, a ex-senadora afirmou que o Código
Florestal é o “maior retrocesso da história da legislação
ambiental brasileira”. Segundo ela, os piores “erros” são a anistia aos
desmatadores, a possibilidade de se reduzir reserva legal e de plantar em
nascentes e topo de morro. Durante a votação do código, o PSB aprovou o projeto
quase por unanimidade. Em entrevista ao Jornal Nacional, Campos afirmou que,
durante a votação, defendeu a posição de Marina. Em
evento no início deste mês em Brasília, porém, ele falou que seu posicionamento
a respeito do assunto é “cumprir a lei”.
ENERGIA - Quando era ministro de Ciência e Tecnologia, Campos
defendeu a construção da usina nuclear de Angra 3, avaliando a finalização do
empreendimento como uma alavanca para o desenvolvimento do programa nuclear
brasileiro. Já a então ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, era contra a construção da usina. Apesar das divergências, o plano
de governo do PSB pende para o lado da ex-senadora, defendendo a ampliação de fontes limpas e renováveis e o desenvolvimento de energia eólica,
solar e biomassa (cana de açúcar).
CASAMENTO GAY - Em entrevista ao G1, Campos afirmou que era a favor do casamento gay. Marina, porém, é contra por
considerar o casamento “um sacramento”. Em 2010, ela afirmou que aceitá-lo iria contra suas convicções religiosas. Apesar disso, ela é a
favor da “união de bens”. “Eu defendo os direitos civis da comunidade gay assim
como eu tenho direito”, disse.
ALIANÇAS PARTIDÁRIAS - Campos tinha uma postura mais flexível em relação a alianças partidárias. Apesar de ter afirmado em
junho deste ano que é preciso “tirar as velhas raposas da cena da política”,
quando foi governador de Pernambuco, sua gestão teve a participação de
políticos mais tradicionais, como o deputado Inocêncio Oliveira (PR) e o ex-presidente
da Câmara dos Deputados Severino Cavalcanti. Marina, porém, tem restrições em
relação às alianças, como a do PSB com o PSDB para
eleger Geraldo Alckmin como governador de São Paulo. Também em junho deste ano,
ela disse que não subiria em palanque para apoiar o tucano.
Fonte: G1
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