sábado, 23 de agosto de 2014

Conheça as posições de Campos e Marina em relação a temas polêmicos

Após morte de presidenciável, Marina, que era vice, encabeçará chapa.  Saiba como se posicionaram sobre questões sociais e econômicas


Desde que se uniram para disputar a eleição deste ano, Eduardo Campos e Marina Silva evitaram explicitar divergências políticas e ideológicas.
Com a morte do ex-governador de Pernambuco em acidente aéreo, a ex-senadora foi oficializada pelo PSB como candidata a presidente. Ela afirmou que, se eleita, pretende manter os compromissos assumidos por Eduardo Campos.
Veja abaixo como os dois se posicionaram em relação a diferentes temas.

ECONOMIA - Campos e Marina defenderam a austeridade e o tripé macroeconômico adotado entre 1998 e 2006, na gestão de Fernando Henrique Cardoso: metas de inflação, câmbio flutuante e superávit fiscal.

BANCO CENTRAL - Os dois também pregavam a independência do Banco Central. Caso fosse eleito, Campos pretendia consolidar a autonomia da autarquia através de uma lei que desse um mandato de três anos ao presidente do BC, período em que ele não poderia ser demitido. Marina defendia que é preciso dar autonomia ao Banco Central, mas sem a necessidade de formalização dessa medida. Após a oficialização de sua candidatura, Marina afirmou que os coordenadores  da campanha analisam a possibilidade de incluir no programa de governo uma proposta de formalizar essa autonomia.

FATOR PREVIDENCIÁRIO - Durante a campanha da presidência de 2010, Marina Silva afirmou que, se fosse eleita presidente, vetaria qualquer lei que extinguisse o fator previdenciário, criado na gestão de Fernando Henrique Cardoso para dificultar a aposentadoria precoce. Em entrevista ao G1, em 11 de agosto, Campos afirmou que sua equipe estudava uma proposta sobre o assunto e que “é preciso um olhar para rever o fator previdenciário”.

AGRONEGÓCIO - Durante a campanha, Campos afirmou algumas vezes que sua legenda não tem “preconceito” contra produtores rurais. À frente do governo de Pernambuco, ele estimulou o agronegócio e o setor petroleiro. Marina, porém, sempre teve atritos com o agronegócio. Ela defende que o setor seja mais produtivo e tenha certificação ambiental. Marina também afirma que é possível desenvolver a Amazônia integrando todos os segmentos produtivos. “Não é preciso abrir mão do agronegócio para ter agricultura familiar, abrir mão da indústria para ter extrativismo”, disse durante a campanha de 2010.

CÓDIGO FLORESTAL - Em 2011, a ex-senadora afirmou que o Código Florestal é o “maior retrocesso da história da legislação ambiental brasileira”. Segundo ela, os piores “erros” são a anistia aos desmatadores, a possibilidade de se reduzir reserva legal e de plantar em nascentes e topo de morro. Durante a votação do código, o PSB aprovou o projeto quase por unanimidade. Em entrevista ao Jornal Nacional, Campos afirmou que, durante a votação, defendeu a posição de Marina. Em evento no início deste mês em Brasília, porém, ele falou que seu posicionamento a respeito do assunto é “cumprir a lei”.

ENERGIA - Quando era ministro de Ciência e Tecnologia, Campos defendeu a construção da usina nuclear de Angra 3, avaliando a finalização do empreendimento como uma alavanca para o desenvolvimento do programa nuclear brasileiro. Já a então ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, era contra a construção da usina. Apesar das divergências, o plano de governo do PSB pende para o lado da ex-senadora, defendendo a ampliação de fontes limpas e renováveis e o desenvolvimento de energia eólica, solar e biomassa (cana de açúcar).

CASAMENTO GAY - Em entrevista ao G1, Campos afirmou que era a favor do casamento gay. Marina, porém, é contra por considerar o casamento “um sacramento”. Em 2010, ela afirmou que aceitá-lo iria contra suas convicções religiosas. Apesar disso, ela é a favor da “união de bens”. “Eu defendo os direitos civis da comunidade gay assim como eu tenho direito”, disse.

ALIANÇAS PARTIDÁRIAS - Campos tinha uma postura mais flexível em relação a alianças partidárias. Apesar de ter afirmado em junho deste ano que é preciso “tirar as velhas raposas da cena da política”, quando foi governador de Pernambuco, sua gestão teve a participação de políticos mais tradicionais, como o deputado Inocêncio Oliveira (PR) e o ex-presidente da Câmara dos Deputados Severino Cavalcanti. Marina, porém, tem restrições em relação às alianças, como a do PSB com o PSDB para eleger Geraldo Alckmin como governador de São Paulo. Também em junho deste ano, ela disse que não subiria em palanque para apoiar o tucano.

Fonte: G1



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