segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Marina: a contradição da contradição

A opção de Marina Silva (PSB) por Aécio Neves (PSDB) resulta de vários fatores.
Um deles, decisivo, foi o excesso de bombardeio do PT.

Quando Marina começou a crescer, virou o alvo principal de Lula, sendo rapidamente destruída.
Enquanto abatia Marina, o PT não contava com o crescimento surpreendente de Aécio Neves – o alvo secundário.

No cenário de segundo turno, não há mais clima para uma reconciliação entre petistas e marineiros.
Calculando os prejuízos, a candidata do PSB enxerga um desgaste maior se voltar aos braços do PT.

Marina olha para a frente. Ela pretende se credenciar para novas disputas. Na estratégia da guerra, derrotar o PT agora faz parte do plano de criação do novo partido onde Marina será imperadora – a Rede Sustentabilidade.

Ela apoia Aécio agora e pode ser adversário dele depois.
Embalada no que chama de “nova política”, Marina quer abater o PT para inflar a Rede Sustentabilidade. Por isso o apoio a Aécio.

A "nova política" tem a cara da velha direita.
Marina é a contradição em movimento.

Ambientalista, opta pelo candidato do agronegócio.
Humanista, prefere o liberalismo cruel.

Próxima do ideal socialista, ela acolhe o príncipe do capital.
Alianças se fazem entre diferentes. É assim a arte da política.

O programa de governo de Marina Silva é bem mais próximo do PT. Mas, na estratégia de tomada do poder, ela vai de Aécio.
Para enfrentá-lo depois.

Fonte: Blog do Ed Wilson


Nenhum comentário:

Postar um comentário