Candidata do PT consegue driblar problemas
em seu governo e conquista a maioria dos votos da população brasileira para um
segundo mandato
Na eleição
com a disputa para o cargo de presidente em segundo turno mais acirrada desde a
redemocratização do País, a presidente Dilma Rousseff (PT) se reelegeu com
51,57%, dos votos válidos, vencendo Aécio Neves (PSDB), que terminou com
48,43%. Com o resultado, o Partido dos Trabalhadores (PT) vai para o seu quarto
mandato consecutivo à frente da Presidência da República.
A eleição
presidencial que começou com uma tragédia, a morte do candidato Eduardo
Campos (PSB) na queda de seu avião, terminou com a forte
disputa entre os candidatos que seguiram para o segundo turno, explicitada
por ataques agressivos de ambos os lados durante os debates presidenciais.
A boa avaliação do
governo federal pela população, apontada em pesquisas, pode ter
contribuído para a candidata superar o desgaste causado pelas acusações de
corrupção ocorridas na Petrobras, maior estatal do Brasil, durante o governo
Lula e início do de Dilma, que vieram à tona no auge da corrida presidencial.
Dilma
ganhou apostando em mostrar os avanços ocorridos nos sucessivos governos
petistas, comparando-os com o governo do ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso (PSDB) e afirmando que os eleitores arriscariam
as conquistas nas áreas sociais se optassem por Aécio. O tucano não
conseguiu convencer a população de que representava a mudança, explicitada
nas manifestações que marcaram o País em 2013.
Dilma Rousseff
Dilma Vana Rousseff, mãe de três filhos, nasceu em
14 de dezembro de 1947, filha do búlgaro Pétar Russév e de uma
mineira de quem herdou o nome. Ela passou a infância em Belo Horizonte
(MG) ao lado dos dois irmãos, Igor e Zana. Em 1964, ano do golpe militar, Dilma
entrou no Colégio Estadual Central. Nesta escola, iniciou a militância na
Política Operária (Polop), organização de esquerda com forte presença no meio
estudantil.
Em
1967, ingressou no curso de Ciências Econômicas da Universidade Federal de
Minas Gerais e aderiu ao Comando de Libertação Nacional (Colina) - organização
de combe à ditadura. Em 1968, começou a ser
perseguida em Minas e entrou para a clandestinidade. Em 1969, se
tornou membro do VAR-Palmares (fruto da fusão entre Colina e VPR) e conheceu na
militância aquele que se tornaria seu marido, o advogado Carlos Franklin
Paixão de Araújo.
Em
Belo Horizonte, a família não sabia que Dilma pertencia aos grupos considerados
subversivos pelos militares. A informação surgiu quando ela foi
para presídio Tiradentes, em São Paulo. De janeiro de 1970 a dezembro de
1972, passou os dias nos porões da Operação Bandeirantes (Oban) e do
Departamento de Ordem Política e Social (Dops), onde sofreu sessões de tortura.
Após
ser solta, retomou os estudos na Faculdade de Ciências Econômicas da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Em 1975, começou a trabalhar
na Fundação de Economia e Estatística (FEE), órgão do governo gaúcho. No ano
seguinte, deu a luz à primeira filha, Paula Rousseff Araújo.
Na
década de 1980, militou no PDT, partido que havia ajudado a fundar um ano
antes. Após a Anistia, passou a trabalhar na assessoria de parlamentares
do partido, até 1986, quando o então prefeito de Porto Alegre, Alceu
Collares, a escolheu para ocupar o cargo de secretária da Fazenda.
Em 1993, com a
eleição de Collares para o governo do Rio Grande do Sul, tornou-se Secretária
de Energia, Minas e Comunicação do Rio Grande do Sul. Dilma ocupou
também o mesmo cargo durante o governo de Olívio Dutra (PT), eleito
em 1998, no Estado. Em 2000, filiou-se ao PT.
Nos
governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff foi
ministra de Minas e Energia (2002 a 2005), e da Casa Civil (2005 a 2010). Em
2010, elegeu-se presidente da República com 56% dos votos, vencendo o então
candidato José Serra (PSDB) no segundo turno.
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