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O grupo ainda não tem claro o panorama daqui por diante |
A queda inédita do poder na disputa para
governo e Senado do grupo Sarney deixou o cenário indefinido para quem comanda
o Maranhão há 49 anos. Hoje, não há um nome forte despontando entre os aliados,
que ainda tentam entender o recado das urnas no último domingo (5). Fora isso,
há sinais de desentendimentos entre os integrantes do grupo.
Além da derrota do governo do Estado do senador
Edison Lobão Filho (PMDB) para Flávio Dino (PC do B), o deputado federal Gastão
Vieira (PMDB) também perdeu o Senado para Roberto Rocha (PSB). Foi a primeira
vez desde 1965 – quando José Sarney (PMDB) foi governador– que o grupo não
conseguiu eleger um nome para o governo ou para o Senado.
Em 2006, o grupo chegou a perder o governo para
Jackson Lago (PDT), morto em abril de 2011, mas conseguiu eleger o senador
Epitácio Cafeteira (PTB). Em 2009, após decisão do TSE (Tribunal Superior
Eleitoral), Lago foi cassado, e a segunda colocada, Roseana Sarney (PMDB),
assumiu o cargo, sendo reeleita em 2010.
Com a aposentadoria do senador José Sarney
(PMDB-AP) e de Roseana a partir de 2015, o grupo também fica órfão de um nome
forte, já que o desempenho de Lobão Filho (PMDB) nas eleições de domingo foi
considerado muito aquém do esperado –ele teve apenas 33% dos votos válidos.
“SEM
IDEIA” - Diante de um
quadro inédito, o grupo ainda não tem claro o panorama daqui por diante.
“Eu não tenho a menor ideia de qual será o futuro do grupo. Depois de cinco
mandatos de deputado federal, vou pensar o que fazer. Está muito cedo, estou
digerindo um pouco. Cada um de nós [do grupo] que ganhou e que perdeu deve
estar fazendo o planejamento”, disse Gastão Vieira, considerado um dos
principais analistas políticos do grupo.
No último domingo, também foi uma prova de
desunião quando Lobão Filho, Roseana e Gastão votaram separados, em horários
diferentes. “Não sou representante dos Sarney, mas de um grupo político com
inúmeros participantes, inúmeras ideologias”, disse Lobão Filho, ao tentar
justificar a ausência de Roseana no domingo.
Para o deputado federal Sarney Filho (PV),
reeleito pela nona vez no domingo (5), a família não tem, hoje, um nome para
suceder Roseana Sarney.
Seu filho, Adriano Sarney (PV), foi eleito pela
primeira vez deputado estadual, mas ainda é muito cedo para saber o futuro
político. Sobre 2016 e 2018, Sarney Filho minimizou a importância de ter um
integrante da família disputando a eleição majoritária.
“Isso é besteira. Família é família como
qualquer outra. Se alguém se destacar, bem. Mas não há nenhum projeto de poder.
O projeto é viver bem e ajudar o Maranhão da melhor maneira possível”, afirmou,
citando que não tem “ambição” de concorrer a eleição majoritária.
A sentença sobre o futuro, porém, pode estar no
desempenho do próximo governador. “Flávio Dino é uma mudança que precisa ser
comprovada. Embora não precisasse, ele se uniu ao que há de mais exemplar da
oligarquia. O Flávio se uniu com quem apareceu na frente. Como ele vai se
desunir no exercício do governo para revolucionário, romper paradigmas?”,
afirmou Gastão Vieira.
Fonte: Uol
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