Há 59 anos na política, o senador José Sarney (PMDB-AP) retornou do
Amapá nesta segunda-feira (23) decidido a se aposentar da vida pública e não
disputar a reeleição para o Senado em outubro. A decisão de "pendurar as
chuteiras políticas" foi comunicada à presidente Dilma Rousseff nesta
segunda, durante uma carona de Sarney no avião da Presidência da República,
retornando da capital do Amapá para Brasília.
Ele justificou à petista que iria se aposentar em razão de problemas de
saúde de sua mulher, a ex-primeira-dama Marly Sarney. Nos bastidores, no
entanto, ele confidenciou a aliados que está com receio de sofrer uma derrota
nas urnas.
Há três meses, o ex-presidente da República já havia manifestado a
aliados que havia desistido de tentar mais um mandato no Senado. Porém, no
último mês, ele começou a se movimentar na direção contrária, tentado
pavimentar a candidatura.
No passado, Sarney já falou várias vezes sobre o desejo de encerrar a
longeva carreira política, mas sempre acabou recuando na última hora. A
diferença desta vez, segundo interlocutores do senador, é que ele estaria
avaliando que teria dificuldades de obter os votos necessários para se reeleger.
Durante a cerimônia de inauguração de um conjunto habitacional em Macapá
(AP), nesta segunda, Sarney foi vaiado toda vez que seu nome era mencionado no
sistema de som do evento. A solenidade também contou com a presença de Dilma.
Segundo a assessoria do senador do PMDB, ele não vai emitir uma nota
oficial para anunciar a decisão. A eventual saída de Sarney do cenário político
encerra a dobradinha Sarney e Renan, que tem comandado o Senado desde 2003,
quando Lula assumiu a chefia do Palácio do Planalto.
Por Cristiana Lôbo
Nenhum comentário:
Postar um comentário